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Eleições 2020: crise representativa abre espaço para candidaturas coletivas entre eleitorado jovem

Candidaturas coletivas apresentam uma alternativa para o eleitorado jovem e vem chamando atenção

A norma e as exceções constam do Artigo 236 do Código Eleitoral. (Foto: Reprodução)

O modelo coletivo de legislar ainda é novidade no Maranhão, mas já apresenta pelo menos seis chapas coletivas para a disputa na câmara municipal. Fazendo um comparativo, entre as eleições de 2012 e 2014, em todo o Brasil, foram sete candidaturas coletivas que disputaram os pleitos, esse ano teremos seis candidaturas apenas em São Luís.

A ascensão do modelo político não se dá à toa, em eleições recentes marcadas por polarização e falta de representatividade entre os eleitores mais jovens, as candidaturas coletivas apresentam a eles uma alternativa para fugir da mesmice.

“As candidaturas coletivas dão uma ideia de reforço na democracia por conta de uma unidade entre os candidatos em comum, pelo seu modelo que é pautado no debate sobre as suas propostas e nas votações da câmara”, explicou Elthon Aragão, cientista político, mestre em Ciências Sociais e doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe.

Segundo Elthon, o modelo é uma coisa boa a princípio, mas ele aponta que a sua adesão entre os eleitores mais jovens se dá também pela lógica das eleições municipais, onde “os eleitores aderem a candidaturas,  ou seja, escolhem seus candidatos e não abrem espaço para alterações, muitas vezes baseados em laços pessoais”, o que justificaria a opção desse eleitorado por essas candidaturas.

Atualmente, em São Luís, o número de eleitores entre 16 e 24 anos é de 93.139, correspondendo em 13.31% do eleitorado total – os dados são do TSE, do mês de outubro de 2020. Analisando o número de eleitores nessa faixa etária e o número de vereadores que são eleitos, a chance de termos um mandato coletivo eleito pela primeira vez na cidade cresce bastante.

Conheça as candidaturas coletivas de São Luís e o que elas acham da adesão da juventude em suas campanhas:

Movimento Participa 

Da esquerda para a direita: Camila Pedrosa, Arthur Mendes, Ester Lopes, Bruno Cacau. (Foto: reprodução)

O Movimento Participa é o que possui a menor faixa etária entre as candidaturas coletivas. É formado por 4 jovens que possuem um histórico nos movimentos estudantis, são eles:

Camila Pedrosa (19 anos): ex-diretora nacional de Escolas Técnicas da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, ex-aluna do IFMA, feminista e militante das causas sociais, estudantis e de juventude;

Arthur Mendes (24 anos): diretor da União Nacional dos Estudantes – UNE;

Ester Lopes (20 anos):  ativista das causas sociais, estudantis e culturais;

Bruno Cacau (23 anos): ex-presidente do Grêmio Estudantil Edson Luís (IFMA) e dirigente do PT.

 

“A ideia da candidatura coletiva tem crescido cada vez mais e sobretudo entre jovens pelo fato deles estarem cansados da velha política e das velhas práticas de alguns grupos políticos. A mudança só acontecerá por meio da juventude e principalmente por meio de ideias inovadoras, como colocar jovens dentro de uma única vaga na Câmara Municipal de vereadores”. Afirmou a representante do Participa, Camila Pedrosa.

 

Coletivo Nós

Da esquerda para a direita: Delmar Júnior, Eunice Cheguevara, Jhonatan Soares, Flávia Almeida, Enilson Ribeiro, Raimunda Oliveira. (Foto: reprodução)

O Coletivo Nós tem fortes raízes na zonas periféricas e rurais da grande ilha, o primeiro coletivo formado antes mesmo das disputas eleitorais no Maranhão é formado por:

Delmar Júnior (27 anos):  trabalha com a gestão pública e Juventude;

Eunice Cheguevara (47 anos):  trabalha pela economia solidária e luta pelos direitos das mulheres;

Jhonatan Soares (31 anos): trabalha com educação, defende a diversidade e os direitos da Infância e Juventude;

Flávia Almeida (23 anos): representante das lutas da mulher negra e pela igualdade racial;

Enilson Ribeiro (29 anos): atuante na área da cultura, das artes, produtor cultural e incentivador da periferia;

Raimunda Oliveira (39 anos): atuante na agricultura familiar, luta pelos direitos dos trabalhadores rurais.

 

Para Flávia Almeida, co-candidata pelo Coletivo Nós, a juventude tem se aproximado cada vez mais dos mandatos coletivos por eles serem “uma alternativa na crise da representatividade política, pois faltam candidatos que falem sobre a comunidade lgbtqia+, população negra, mulheres periféricas e que tratem as pautas que verdadeiramente são problemas na população”.

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