“Qual a sua política de saúde para São Luís?”
“A pergunta é…” desta semana, direcionada aos candidatos a prefeito da capital maranhense em relação a saúde
Franklin Douglas (PSOL)
É preciso colocar povo na gestão da saúde, hoje controlada por esquemas nada transparentes de aluguéis de equipamentos e serviços à SEMUS, a exemplo dos contratos de terceirização de serviços como radiologia e laboratório de análises clínicas. Para se ter ideia, no Orçamento 2020 da Prefeitura de São Luís, tem-se para a Saúde mais R$ 938 milhões. Para o Socorrão I (Hospital Djalma Marques) há mais de R$ 116 milhões previstos. No Fundo Municipal da Saúde, que financia todas as atividades da Secretaria de Saúde (SEMUS), há mais de R$ 766 milhões destinados, dos quais mais de 50 milhões para investimento. Para o controle social desses recursos, tem-se apenas R$ 118 mil para financiar a participação popular e as ações do Conselho Municipal de Saúde. Vamos colocar mais recursos para a fiscalização e o controle social. As demandas são muitas, mas o dinheiro não é tão pouco assim. Vamos auditar todos os contratos. Vamos fazer concurso público. O último foi em 2013! Vamos defender incondicionalmente o SUS e seus princípios. Priorizar prevenção e promoção da saúde. A cobertura de São Luís é de 44,13% de atenção básica: pouco efetivo na cidade, embora custe menos e tem mais resolutividade. Implementaremos a cobertura de 100% da cidade com a Estratégia Saúde da Família. Garantiremos o controle técnico e social das licitações na área da saúde, acabando com as terceirizações nada públicas. Transparência total à gestão do sistema: isso é inverter prioridades!
José Carlos Madeira (SOLIDARIEDADE)
“A saúde pública no Brasil nunca esteve tão desacreditada como nos últimos anos, com os hospitais sem equipamentos e insumos, e atendimento médico insuficiente, comprometido. Os pacientes, lamentavelmente, continuam amontoados pelos corredores, deitados em macas à espera de atendimento. Falta investimento, mas falta sobretudo planejamento para mudar essa realidade, coisa que as velhas práticas políticas não conseguem empreender. A população, vítima desse descaso, não sabe a quem recorrer, principalmente na ponta desse problema onde estão os municípios. Há muito o que se fazer em relação à saúde em São Luís. Nossa prioridade é estabelecer, logo de início, um planejamento para ações efetivas de mudança no sistema. Sem isso, não se consegue evoluir. A prioridade é reordenar os investimentos em saúde básica, tornando o serviço municipal mais eficiente. Na saúde básica está o gargalo. Se conseguirmos avançar na saúde básica, ampliando e garantindo estruturas de funcionamento ao serviço, o sistema como um todo começa a ter resultados. Claro que também investiremos em outras frentes, a partir de um planejamento racional, como na qualificação e valorização dos profissionais de saúde, implantação de ouvidorias, sistema de avaliação eletrônica e prontuário digital, implantação de uma maternidade na zona rural, conclusão das obras de reforma do Hospital da Criança. Enfim, temos muitos projetos de investimento em uma saúde humanizada. Mas, para que tudo isso ocorra, precisamos mudar o conceito de gestão. E, para isso, o cidadão precisa comparar os projetos que estão aí apresentados. Ou seja, ou ele vai dar uma nova chance à velha política ou vai optar por um projeto novo, arrojado, capaz de cuidar efetivamente da cidade, sem os vícios do passado”.