Flávio Dino volta a buscar discursos unificados visando as eleições
Governador Flávio Dino assume o papel de conciliador entre a oposição para as eleições presidenciais daqui a dois anos e elenca os desafios que podem surgir no caminho
Uma mensagem unificada que facilite a busca de um discurso único para 2022. É com base nesta estratégia que o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) começou a estabelecer um diálogo com os principais opositores ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido),como por exemplo, o ex-presidente Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT) com os olhos voltados paras as eleições presidenciais que acontecem daqui a dois anos.
Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, neste final de semana, Flávio Dino, afirmou que é necessário criar um clima positivo agora, para que não se chegue às eleições com um nível de animosidade, de mágoa, que venha prejudicar esse o diálogo, explicando que foi isso que aconteceu na cena política em 2018. “O Fernando Haddad (PT) no segundo turno (da eleição presidencial), e o Ciro não o apoiou. Então, nós temos que evitar isso. Como se evita isso? É mais ou menos aquele negócio do flerte, do namoro, ou seja, existem etapas a cumprir. O Bolsonaro e essas correntes de extrema direita, eles têm aí um pedaço na base eleitoral do país. Nós não podemos minimizar isso. E também tem as alternativas ao centro. Então, se você não estiver no campo mais à esquerda, isso vai dificultar a nossa união”, explicou o governador.
Flávio Dino admitiu que será muito difícil essa união em torno de um candidato único da oposição para as eleições 2020. “Infelizmente, sim. Sobretudo, por conta do peso do passado. Há menos divergências quanto ao futuro do que em relação ao passado. Então, no campo da esquerda, quando você vê críticas pontuais, nota-se uma coisa curiosa: o debate nunca é focado no futuro, ou seja, o que é necessário para a recuperação do país e o bem-estar da população”, ressaltou Dino.
De acordo com Flávio Dino a oposição terá três desafios. O primeiro será a resistência contra retrocessos, e isso tanto no plano democrático quanto no plano dos direitos; O segundo papel é a oposição continuar pautando a centralidade no combate ao novo coronavírus, que segundo Dino, o presidente Bolsonaro tenta esconder embaixo do tapete. E o terceiro tema, também central, é a questão econômica, em termos de propostas com foco para gerar empregos. Na visão do governador a situação econômica vai se deteriorar bastante no segundo semestre, o que vai ocasionar uma quebradeira de micros e pequenas empresas, a desorganização de cadeias de oferta e demanda, de modo muito profundo.
Menos tensão, mais ação
Flávio Dino acredita que a atuação unificada da oposição em torno desses três eixos ajudará a diminuir tensões e gerar aproximações para que, em 2022, e possa haver uma ampla união possível. “Eu, na verdade, não tenho a ilusão de que vamos juntar toda a oposição com uma só candidatura. Eu, realmente, não acredito que a oposição estará unida em uma candidatura única em 2022. Mas acredito que a gente deve tentar. Quanto mais união, melhor, inclusive, para além da esquerda”.
Também em entrevista a revista “Veja” esta semana, o governador maranhense avaliou como necessário seu papel de conciliador ao tentar estabelecer neste momento esse diálogo com os principais atores políticos da oposição e deixar “a agenda do passado” para trás.
“O ‘novo normal’ da política é que a gente precisa abandonar o passado e pensar no futuro, renunciar às divergências, que são pequenas. A gente que é do mesmo campo político sabe qual é a nossa agenda…”