Pré-candidatos à Prefeitura analisam adiamento das eleições 2020
O jornal O Imparcial inicia a série de entrevistas intitulada “A pergunta é…” direcionada aos pré-candidatos à Prefeitura de São Luís
A intenção do jornal é mostrar de que forma cada um dos pré-candidatos ao cargo mais importante do executivo municipal pensam sobre determinado assunto e para que o eleitor que vai escolher o futuro prefeito de São Luís tenha noção sobre as ideias de seu representante.
E para começar a série de questionamentos por meio de “A pergunta é…”, o tema escolhido foi o adiamento das eleições que foi aprovado pelo plenário do Senado em votação remota para os dias 15 e 29 de novembro, do primeiro e do segundo turnos, respectivamente, das eleições municipais deste ano, inicialmente previstas para outubro, em decorrência da pandemia de coronavírus (covid-19).
A pergunta é: “Você é contra ou a favor do adiamento das eleições? E por quê?”. Esta foi a maneira que o jornal O Imparcial encontrou para saber até que ponto esse adiamento pode afetar o projeto político de cada um dos pré-candidatos.
Vale ressaltar que a proposta de emenda à Constituição que muda a data das eleições municipais foi aprovada no Senado na noite da última terça-feira (23), e adiou o pleito em 42 dias, mas os prazos estabelecidos no calendário eleitoral permanecem os mesmos. O que muda são as datas, informou o senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator da PEC 18/2020. “É importante ficar claro que as datas mudaram, mas todos os prazos foram mantidos.
A propaganda eleitoral de rua e de internet, por exemplo, está autorizada a partir de 26 de setembro, enquanto a propaganda de rádio e TV começa 35 dias antes da antevéspera do pleito, exatamente como antes. As datas mudaram na mesma proporção da mudança da eleição para manter a harmonia. O objetivo dessa PEC foi adiar as eleições por demanda do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e da comunidade médica em função da pandemia. Não fizemos reforma política ou eleitoral”, disse o senador. Dessa forma, a campanha em rádio e TV, que dura 35 dias, começa em 9 de outubro e segue até 12 de novembro. Confira o que cada pré-candidato falou sobre o adiamento das eleições 2020.
Yglésio Moisés (Pros)
“Sobre o adiamento das eleições, já foi aprovado no Senado Federal em primeiro e segundo turno. É uma decisão do Congresso Nacional. Defendo que essa decisão final deve ser pautada em uma visão técnica com a evolução da pandemia em todo o país, sem pressão externa ou pautada em interesses políticos. Sou a favor das decisões que protejam a vida e a saúde, mas que também mantenha o processo democrático”.
Zé Inácio (PT)
“Sou favorável. Mesmo entendendo que as eleições em datas previamente definidas são imprescindíveis para o aperfeiçoamento da democracia. É importante que a façamos em um ambiente seguro aos cidadãos brasileiros que vão exercer o sagrado direito do voto e escolher os seus futuros representantes. Mas desde o início da pandemia sempre tenho defendido que as eleições ocorram ainda este ano(novembro ou dezembro). Portanto, precisamos de um ambiente seguro para a realização das eleições e um dos fatores q mais pode contribuir com isso é a não realização das eleições no dia 04 de outubro. Salvar vidas deve está sempre acima de tudo, principalmente da política”.
Jeisael Marx (Rede)
“Acredito que as eleições devem ocorrer em 2020. Qualquer adiamento não poderá se dar de modo que haja extensão dos atuais mandatos. A realização do pleito é um rito importante da nossa democracia. E deve ocorrer com a prioridade de preservação da vida das pessoas, que é o mais importante. Não consigo enxergar nada de positivo quando dezenas milhares de famílias choram a perda de seus familiares nesta pandemia. Estamos vivendo tempos de adaptações, de restrições, de novos comportamentos. Assim tem sido (e será) a caminhada de nosso projeto político.
Bira do Pindaré (PSB)
“Em relação ao adiamento das eleições, sou favorável por entender que a prioridade é a vida. Ainda temos um contexto em que não há tranquilidade em relação à pandemia. O adiamento também não oferece garantias, mas amplia as chances de termos um pleito sem tantas restrições do ponto de vista da aglomeração de pessoas. Portanto, entendo que é uma medida necessária tendo em vista as circunstâncias de enfrentamento à pandemia”.
Duarte Júnior (Republicanos)
A vida e a saúde das pessoas são muito mais importantes do que a política. Com base nos relatórios epidemiológicos, o país atingiu a triste marca de 50 mil mortes e mais de 1 milhão de infectados. Por isso, agora, em primeiro lugar, precisamos garantir o direito à vida, saúde e segurança das pessoas. Somente com a garantia de segurança necessária é que podemos definir possíveis datas para as eleições. No dia 23 de junho, o Senado aprovou a prorrogação das eleições, com o primeiro turno ocorrendo em 15 de novembro e o segundo turno em 29 de novembro. Mas tudo ainda é incerto e acho prudente aguardarmos as orientações das autoridades médicas e políticas sobre a situação da pandemia até lá”.
Rubens Júnior (PCdoB)
“Sobre adiamento das eleições, é urgente a atuação do Congresso Nacional para tratar do tema. As novas datas atenderão aos preceitos eleitorais e constitucionais da temporalidade dos mandatos, além da periodicidade do voto e da anualidade eleitoral. E, especialmente, ajudará a combater a pandemia da covid- 19. A prioridade tem que ser sempre salvar vidas”.
Eduardo Braide (Podemos)
“Tendo em vista a necessidade do distanciamento social durante a pandemia, as redes sociais tem sido importante instrumento para nos aproximar das pessoas. Sobre o adiamento ou não das eleições, assim como o Senado teve a oportunidade de debater o assunto, a Câmara dos Deputados também terá a mesma oportunidade para discutir e encontrar uma solução segura que preserve a população e a nossa democracia”.
Franklin Douglas (PSOL)
“Sou a favor da PEC que transfere a eleição para 15 de novembro, em primeiro turno, e 29/11, em segundo turno. Mesmo com as dificuldades trazidas pela pandemia, será possível fazer um bom debate e apresentar nossas propostas para uma cidade moderna, inclusiva e sustentável. Sou totalmente contra é a prorrogação dos mandatos. São Luís não aguenta mais dois anos de Edivaldo Holanda na Prefeitura. Em nada a pandemia é boa! Em São Luís, estamos chegando a 1.000 famílias que perderam seus entes queridos. É triste. Ultrapassamos os 12 mil casos confirmados. O Covid está em todos os bairros. Fora a subnotificação. Apesar disso, a pandemia potencializou as redes sociais e tornou a cultura digital mais próxima do cotidiano das pessoas.”
Neto Evangelista (PDEM)
Entramos em contato com a assessoria do pré-candidato que não deu retorno até o fechamento desta edição.
Detinha (PR)
“Sou a favor do adiamento das eleições. E por quê? Estamos vivendo um ano de situações novas e desafiadoras, onde todos temos nos adaptado à essa nova realidade, principalmente em termos virtuais. Outra razão é que o nosso povo precisa, antes de tudo, se sentir mais seguro ante os desafios dessa “era de pandemia”, inclusivo, sentir-se seguro para participar de reuniões presenciais com os candidatos e ouvir/conhecer suas propostas. A própria adaptação do eleitor para “votar com segurança”, com o adiamento, será melhor. A população votante terá mais tempo para se preparar e votar com segurança”
Welington do Curso (PSDB)
“Sou favorável ao adiamento das eleições para 15 e 29 de novembro. Entendo que, assim, a população terá um prazo razoável para conhecer os candidatos a prefeito e vereador. Esse tempo é necessário para que a população conheça as propostas e o perfil de cada candidato, escolhendo assim a melhor opção. É, portanto, uma medida essencial em tempos de pandemia, além de garantir que haja a eleição. Afinal, é inconcebível a prorrogação de qualquer mandato. Defendemos a alternância de poder e, principalmente, a disposição de tempo para que os maranhenses conheçam, de fato, os seus próximos representantes”.
Adriano Sarney (PV)
“Sou favorável ao adiamento das eleições para novembro, visto que o foco no momento é salvar vidas. E as redes sociais tem um papel muito importante nesse momento e em qualquer outro momento, porque democratiza o discurso, democratiza os debates e as pessoas, o eleitor, público em geral tem acesso as informações dos candidatos, políticos, quando quiserem. São plataformas, portanto, que democratizam e aproximam a comunidade da pessoa pública.”.
Carlos Madeira (Solidariedade)
“Fui o primeiro pré-candidato no Brasil a defender o adiamento das eleições, ainda no mês de março, quando o Ministério da Saúde alertava para a possibilidade de a curva de contaminação da covid-19 ainda encontrar-se alta no mês de agosto. Diante dessa possibilidade, que ainda se mantém, o adiamento das eleições é a medida mais adequada para preservar a saúde da população. Mais importante que a eleição é a vida das pessoas”.