ELEIÇÕES 2020

Saiba quem quer ser vice prefeito de São Luís

Sem candidatos com condições de concorrer em pé de igualdade, partidos se articulam para conseguir vaga de vice em chapas

Vereador Aldir Júnior. (Foto: Divulgação)

Os nomes dos pré-candidatos a Prefeitura de São Luís estão postos à mesa. Mesmo a campanha não tendo começado ainda, as articulações na busca de consolidar as candidaturas têm sido intensas.

E como alguns nomes não conseguem deslanchar, a alternativa para não fazer feio nas eleições é coligar com quem está bem. Até quem não tem condições de protagonizar a disputa, pensa em estar perto do poder pelo “atalho” do posto de vice.

Eduardo Braide e as muitas opções

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Como líder das pesquisas até o momento, é natural que o deputado estadual Eduardo Braide (Podemos) seja procurado – e bem procurado – por alguns partidos, mesmo aqueles que estão no campo político do governador Flávio Dino (PCdoB) e do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). No início do ano, se especulou que o vice poderia ser o vereador Aldir Júnior (PL), que é sobrinho do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). O deputado tem o desejo de entrar mais no campo político de São Luís. Talvez, por isso, abandonou a ideia de transformar Aldir em vice e colocou a esposa, a deputada estadual, Detinha (PL), para disputar o pleito majoritário na capital.

Nas últimas semanas, falou-se muito na possibilidade do vice de Eduardo Braide sair do PSDB, partido que pode ser aliado, já que o presidente estadual, senador Roberto Rocha, milita na oposição a Flávio Dino – assim como Braide. Nesse caso, a ideia mais forte no PSDB seria indicar Roberto Rocha Júnior – mais uma indicação pessoal do senador do que do próprio partido. No entanto, existe a pré-candidatura do deputado estadual Wellington do Curso – bem ou mal, ele tem estado bem posicionado nas pesquisas. Caso o PSDB force a barra para cima do correligionário, ele terá que buscar outra sigla para manter o plano de ser candidato. Mas o pouco interesse de Braide em ter um vice tucano pode ser mais forte.

Mais recente, surgiram outras possibilidades de indicação, onde colegas de Parlamento podem querer a vice. Um deles é o deputado federal Aluísio Mendes, que se filou no PSC e deixou o Podemos para Braide. Mesmo fora, o ex-secretário de segurança do Estado tem grande afeto pelo partido que o elegeu. Tanto que tem conversado com Braide sobre um possível acerto quando da filiação de Aluísio no PSC: ele abria mão da legenda para Braide assumir, desde que a vaga de vice na chapa para a Prefeitura de São Luís fosse do Partido Social Cristão.

No entanto, a declaração de apoio do PSD a Braide, provocou novas discussões sobre o tema do vice. O deputado federal Edilázio Júnior, que tem as rédeas do PSD no Maranhão, teria pedido a vaga, o que pode levar o tema a ter uma definição mais demorada.

Rubens Júnior, Dino e Lula

O atual secretário de Cidades e pré-candidato pelo PCdoB, Rubens Pereira Júnior, só precisava da definição pelo seu nome para começar a formatar alianças. Isto feito, um dos primeiros movimentos foi fechar com os Progressistas (PP). Em reunião entre as lideranças das siglas, o deputado federal André Fufuca acertou o apoio do PP. Apoio que pode ser de mão dupla, já que o PP trabalha na possibilidade de indicar o secretário de Meio Ambiente do Estado, Rafael Ribeiro – irmão de Fufuca –, ao cargo de vice.

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PDT pode indicar vice do PCdoB

Apesar de pouco se falar, a possibilidade do PDT indicar o nome que comporá com o PCdoB existe. Nomes para isso, o partido tem. E todos passam pelo crivo do senador Weverton Rocha. Nesta linha, entram na disputa, três vereadores: Raimundo Penha, Ivaldo Rodrigues e Osmar Filho, presidente da Câmara de Vereadores de São Luís. O problema é que o PDT está muito mais perto de Neto Evangelista (DEM).

Mais nada impede o PCdoB de pensa em chapa pura. O nome mais forte para isso é o do atual vice-prefeito da capital, Júlio Pinheiro. Vale ressaltar que ele estava entre os que colocaram o nome para avaliação dentro do partido, mas abriu mão da indicação para fortalecer a opção por Rubens Júnior. Tal gesto não passa despercebido – ainda mais ele sendo o presidente municipal da legenda.

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Outro nome que os comunistas podem indicar é o do atual vice-presidente da Câmara, o vereador Astro de Ogum, que voltou recentemente ao partido.

Se tem uma escolha que vai ser pesada de todas as formas é a vaga de vice do deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos). Bem posicionado nas pesquisas – chegando a aparecer como segundo colocado –, Duarte tem sido alvo de denúncias e críticas que buscam desconstruir sua pré-campanha.

Tarefa nada fácil de se manter na disputa, mais complicada para formar aliança. Duarte, até o momento, recebeu o apoio do PTC, partido que não tem muitos nomes de expressão. Mas, se servir de consolo, Eduardo Braide teve um vice desconhecido, saído do próprio partido em 2016 – PMN – e conseguiu chegar no segundo turno. Se for por esse caminho, talvez Duarte tenha menos trabalho.

Mas ele pensa em aliados fortes e com poder de militância. Caso do PT, que, apesar de sempre indicar nomes para a majoritária quando se aproximam os pleitos, acaba por compor na chapa encabeçada por outros partidos – caso de 2016, quando apoiaram Edivaldo. Se essa aliança se confirmar nessas proporções, o PT pode indicar qualquer um dos nomes que se propuseram para ser candidato do partido (Zé Inácio, Zé Carlos ou Lawrence Pereira). Resta saber se eles topariam virar alvos junto com Duarte.

Vale lembrar que ele também recebeu sondagens do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que queria indicar o vice – algo que já não pensa mais devido a pré-candidatura própria do PL.

Neto e o PDT

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As possibilidades do pré-candidato e deputado estadual Neto Evangelista (DEM) são bem menores. Não que ele esteja sendo rejeitado por outros partidos, mas a proximidade dele com o PDT tem sido muito forte, a ponto de pensarem que ele poderia trocar de legenda.

Como isso não aconteceu, a aliança DEM-PDT é quase certa – só uma articulação, hoje, improvável mudaria isso. Daí, o partido da rosa teria preferência na indicação do nome de vice na chapa de Neto. Os nomes seriam avalizados pelo PDT, mas não fugiriam ao que o partido daria de opções a outros aliados políticos: entram no jogoOsmar Filho, Raimundo Penha e Ivaldo Rodrigues.

Por fora, mais sem muitas expectativas, quem poderia fazer indicação é o MDB. O partido, caso não confirme a ex-governadora Roseana Sarney como candidata, terá que compor, já que não se fala em outro nome dentro da sigla. 

A proximidade entre Roberto Costa, vice-presidente do MDB maranhense, e Neto Evangelista pode concretizar a aliança partidária, mas ela, hoje, parece mais utópica, visto os planos emedebistas nas eleições de São Luís.

Bira e a militância de esquerda

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Os outros pré-candidatos não terão vida fácil para compor chapa. A solução caseira, dentro do próprio partido, é a saída mais viável. A chance de juntar um e outro partido pode fazer com que eles pesem bem o que pode ser melhor.

Caso do PSB, que tem o deputado federal Bira do Pindaré como pré-candidato. O PSOL pode ser um aliado e indicar o vice de Bira, caso desista da pré-candidatura do jornalista, advogado e professor Flanklin Douglas.

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Se não der certo com o PSOL, pode dar com o PT. Bira é cria do Partido dos Trabalhadores, ajudou a fundar e militou lá por cerca de 30 anos. A indicação vinda do ex-partido será bem aceita pelo deputado, podem ter certeza. Mas isso – indicação – dependerá da vontade do PT e de quem for indicado.

O que podem fazer os demais?

A pré-candidatura da deputada Detinha (PL) ainda está em construção. Diante das ofensivas do deputado Josimar de Maranhãozinho – que sabe como jogar na política –, difícil saber quem poderá abraçar a ideia e, mais difícil ainda, saber quem será indicado para a vaga de vice. Uma chapa pura não está descartada.

Quem não tem nem como iniciar conversas sobre alianças é o deputado estadual Wellington do Curso (PSDB). Preso às negociações e diretrizes do PSDB maranhense, o deputado tem que esperar o desfecho do destino tucano: ter candidatura própria (com Wellington) ou ficar com a vice em alguma chapa (provavelmente sem Wellington). Antes disso, o deputado não tem como saber quem será seu vice – não é possível nem mesmo afirmar por qual partido será candidato.

O deputado estadual Adriano Sarney (PV) se mantém firme como pré-candidato – mesmo que o apoio de outras legendas seja pequeno. O principal namoro dele é com PSL, do vereador Francisco Carvalho.

Yglésio e o PTB

O deputado estadual Yglésio Moyses (PROS) tem dividido o seu tempo aparente entre os trabalhos na Assembleia Legislativa, com a família e numa disputa política que reflete no pleito de outubro – querelas construídas no último ano dentro do Parlamento Estadual. Sem muito alarde, tem feito o trabalho de construção da candidatura, tendo até apresentado um programa de governo ao governador Flávio Dino (PCdoB), em prova de que quer manter sintonia entre os Palácios dos Leões e La Ravardière.

No que se refere à formatação de grupo, Yglesio abriu diálogo com o PTB. Pode ser que o nome a vice dele saia de um dos partidos mais antigos em atividade no Brasil.

Mas a chapa pura não é descartada. Yglesio pensa no nome do deputado federal Gastão Vieira como vice.

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Jeisael caminhando

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O radialista Jeisael (REDE) tem focado mais na viabilidade do seu nome. Com números bons para quem entrou na política a pouco tempo e nunca foi candidato a nada, Jeisael tem reunido nos bairros, conversado com as pessoas, ouvido principais reivindicações.

Até o momento, não há indícios sobre quem pode ser o vice. Assim como não se pode descartar a possibilidade de abdicar da candidatura própria para se tornar vice de alguma chapa. Mas isso provocaria um verdadeiro jogo de xadrez, para saber se Jeisael teria coragem para abdicar de um projeto, aceitar ser vice e de quem seria. É preciso saber também até onde a candidatura própria tem sustentabilidade.

O ex-juiz Carlos Madeira (SDD), por algumas horas, chegou a ter uma vice indicada. Se especulou a desistência de Duarte Júnior e a escolha da namorada dele, a ex-presidente do Procon Karen Barros, como vice de Madeira. Mas Duarte trocou de partido e seu momento político não abre brechas para outra possibilidade que não seja a candidatura própria. Daí, que Madeira terá que procurar por um nome. Ou ser ele o nome de vice em alguma chapa, o que poderia causar estranheza a muitos, mas totalmente possível no mundo da política.

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