APÓS VÍDEO

Bolsonaro pode ser acusado de crime de responsabilidade

Bolsonaro convocou pelo WhatsApp manifestações para defender o governo e protestar contra o Congresso Nacional e o STF

Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

Ao divulgar por seu WhatsApp pessoal uma convocação para ato em apoio ao governo e contra o Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro pode ter incorrido em crime de responsabilidade, de acordo com juristas ouvidos pelo Estado de S. Paulo.

O artigo 7º da Lei 1.079/1950 – que define os crimes de responsabilidade – estabelece entre eles, “provocar a animosidade entre as classes armadas ou contra elas, ou delas contra as instituições civis”.

Bolsonaro disparou do próprio celular, pelo WhatsApp, um vídeo com uma convocação para as manifestações de 15 de março, organizadas por movimentos de extrema direita para defender o governo e protestar contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A gravação, em tom dramático, mostra a facada que Bolsonaro recebeu em Juiz de Fora (MG) para dizer que ele “quase morreu” para defender país e, agora, precisa que as pessoas vão às ruas para defendê-lo.

No texto que envia juntamente com o vídeo, o presidente escreveu:

“- 15 de março.
– Gen Heleno / Cap Bolsonaro
– O Brasil é nosso,
– Não dos políticos de sempre”.

O vídeo, revelado com exclusividade pela jornalista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo, tem 1 minuto e 40 segundos e usa o Hino Nacional Brasileiro, tocado no saxofone, como trilha sonora. O post da jornalista teve uma grande repercussão nas redes sociais. Na primeira hora, no Twitter, teve 1,6 mil reações, 727 comentários e 683 compartilhamentos.

“Ele foi chamado a lutar por nós. Ele comprou a briga por nós. Ele desafiou os poderosos por nós. Ele quase morreu por nós. Ele está enfrentando a esquerda corrupta e sanguinária por nós. Ele é a nossa única esperança de dias cada vez melhores. Ele precisa de nosso apoio nas ruas. Dia 15.3 vamos mostrar a força da família brasileira”, diz um trecho da legenda do vídeo. 

“Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil. Somos sim capazes, e temos um presidente trabalhador, incansável, cristão, patriota, capaz, justo, incorruptível. Dia 15/03, todos nas ruas apoiando Bolsonaro”, acrescenta a legenda, entremeado por imagens de Bolsonaro sendo esfaqueado, no  hospital e depois em aparições públicas.

Questionada sobre o vídeo, a assessoria do Palácio do Planalto se limitou a dizer que “não comentará a publicação”. 

Bolsonaro escreveu, na manhã de hoje (26), no Twitter, que as mensagens que troca com “algumas dezenas de amigos” por meio do aplicativo de mensagem WhatsApp são de “cunho pessoal”.

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