“Você tem uma cara de homossexual terrível”, diz Bolsonaro a jornalista

O presidente se irritou com perguntas sobre as investigações a respeito de esquema que envolve o filho, Flávio

Reprodução

Jair Bolsonaro atacou verbalmente jornalistas no Palácio da Alvorada, nesta sexta-feira (20), e reclamou que a imprensa “só vê um lado”. O presidente se irritou com perguntas sobre as investigações a respeito de um suposto esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro que envolve seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro.

Ao ser questionado por um dos jornalistas o que aconteceria se Flávio tivesse cometido algum deslize, Bolsonaro respondeu: “Você tem uma cara de homossexual terrível. Nem por isso eu te acuso de ser homossexual.”

Em seguida, depois de Bolsonaro dizer que ele era o responsável por um empréstimo de 40 mil reais a Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, um outro jornalista perguntou se ele teria o comprovante do empréstimo. “Ô rapaz, pergunta para tua mãe o comprovante que ela deu para o teu pai, certo?”, respondeu o presidente. “Você tem a nota fiscal desse relógio que está no teu braço? Não tem, porra.”

Bolsonaro disse, ainda, que é normal Flávio receber mais porque leva mais clientes à loja. “Quem leva mais cliente?”, perguntou o presidente. Ele leva um montão de gente importante, ele ganha mais. É a mesma coisa que chegar pro Neymar: ‘Por que está ganhando mais que os outros jogadores?’ Porque ele é mais importante. Não é comunismo.”, disse o presidente.

Com palavrões, Bolsonaro também mandou um repórter parar de falar enquanto ele estava respondendo e, aos gritos, cobrou que os jornalistas dissessem se o processo de Flávio estava ou não em segredo de Justiça. “Olha só, uma pergunta a vocês. O processo é segredo de Justiça ou não é? Respondam? Respondam, porra“, gritou.

Cercado por um grupo de apoiadores, Bolsonaro falou sobre o caso por mais de 10 minutos, criticando a imprensa, o Ministério Público do Rio de Janeiro, a quem acusa de persegui-lo, e o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, a quem atribuiu uma armação para prejudicá-lo e ser candidato à Presidência.

“É um trabalho porco que estão fazendo contra a gente no Rio de Janeiro, e vocês aqui não sabem ver outro lado, só veem um lado”, reclamou. Ao seu lado, os apoiadores também xingavam os jornalistas de “safados” e com outras ofensas.

Essa foi a primeira vez que Bolsonaro falou sobre a nova fase da investigação envolvendo seu filho Flávio. Desde o estouro da operação, na quarta-feira, o presidente já se reuniu com o filho e o advogado de Flávio, Frederick Wassef, algumas vezes.

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