O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), instaurou na tarde desta terça-feira (26), os três processos que foram apresentados contra o líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro (SP) nos últimos 30 dias, que podem render até a cassação do seu mandato. As representações foram apresentadas pela oposição e pelo próprio PSL por conta da fala de Eduardo sobre o AI-5 e das acusações trocadas com a ex-líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).

Em postagem no Twitter, o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse: “Meus processos no conselho de ética não são por roubo ou corrupção e sim por eu ter mencionado o AI-5 e por eu ter twittado #DeixeDeSeguirAPepa com a nota de R$ 3. Ambos os casos apenas querem me censurar e ignoram o art.53,CF (imunidade)”.

Coincidência ou não, o governador Flávio Dino (PC do B) também usou a sua conta no Twitter e fez um comentário sobre o possível uso AI-5, decreto realizado em 1968 que inaugurou o período mais sombrio da Ditadura Militar. Por meio dele, os militares atribuíram para si poderes de exceção abrindo um período de repressão política marcado pela perseguiçãoa adversários políticos, prisão, tortura, execuções e censura à imprensa e às artes.“Para entender o que significa a nova moda de mencionar ao “AI 5” a todo momento, sugiro o livro Brasil Nunca Mais, coordenado pelo cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e outros líderes religiosos. Lembro que a Alemanha até hoje não admite a propaganda do nazismo. Um bom exemplo”, citou o governador.

De acordo com os tramites do Conselho de Ética da Câmara será designado um relator para dar parecer sobre dois processos protocolados pela oposição, que acusa Eduardo de quebrar decoro parlamentar ao falar em um “novo AI-5”. Outro relator analisará ação movida pelo PSL, que pede a cassação do mandato de Eduardo por ter incentivado ataques contra Joice Hasselmann nas redes sociais onde chamou a parlamentar de “Pepa” (em referência ao personagem infantil Peppa Pig, uma porquinha) entre outros ataques.

Segundo o presidente do Conselho de Ética, Juscelino Filho (DEM-MA), as duas representações que tratam do AI-5 devem tramitar de forma conjunta. Já a do PSL será analisada de forma independente. Por isso, dois processos diferentes devem tramitar concomitantemente contra o atual líder do PSL na Câmara.

O deputado federal maranhense Márcio Jerry (PCdoB) pode ser o relator de uma das ações que tramitam no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado Eduardo Bolsonaro. O comunista maranhense integra, junto com Eduardo Costa (PTB-PA) e Márcio Marinho (PL-BA), a lista tríplice de onde será definida a relatoria. O Imparcial tentou confirmar a informação com a assessoria de imprensa de Márcio Jerry, que informou que o mesmo só poderia se pronunciar somente após o sorteio da lista tríplice.