Revelações

Janot relembra rebelião ocorrida em Pedrinhas em seu novo livro

Ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cita que chegou a ameaçar pedir intervenção no Maranhão, por causa da violência quando Roseana era governadora

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado, sabatina Rodrigo Janot Monteiro de Barros, indicado para ser reconduzido ao cargo de procurador-geral da República (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Enquanto integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) avaliam pedir investigação contra o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por ter relatado, em entrevistas, um plano para matar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele parece pouco preocupado com as consequências do ato que tanta repercussão teve na semana passada. Janot conta no livro (ainda não publicado) que trata da Lava-Jato em sua gestão, um episódio relacionado à ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney.

Além do relato do quase assassinato de Gilmar Mendes dentro do STF, Janot  chama atenção também para o episódio envolvendo a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Ele relata que à época das rebeliões na penitenciária de Pedrinhas, em 2013, chegou a ameaçar pedir intervenção no Maranhão. Segundo ele, o relatório das inspeções demonstravam “condições medievais” na penitenciária. Somente em 2013, 62 presos morreram na guerra das facções que montagem uma barbárie.

Pelo jeito, Janot está forçando a uma propagando antecipada do livro que ainda não chegou às livrarias. Em 2013, quando o Complexo Penitenciário de Pedrinhas virou notícia internacional, pelos massacres ocorridos entre facções criminosas, o ex-procurador relata que uma inspeção dentro do presídio, gerou um parecer que chegou às suas mãos.

Janot constatou que o governo de Roseana havia perdido o controle do presídio. “Depois do relatório, pedi à governadora informações sobre as medidas que estavam sendo tomadas para mudar a situação em Pedrinhas”.

E acrescenta que teve algumas conversas ásperas por telefone com Roseana que “que adotou uma postura arrogante de questionar o relatório”. Ele então resolveu apelar e fez uma petição de intervenção federal com um calhamaço de papel. Apenas para impressionar e deixou em cima da mesa. Sabia que o Supremo não iria aprovar. “Joguei a carta da intervenção federal na mesa para pressionar o governo do Maranhão a tomar medidas fortes para melhorar as condições do presídio”, revela.

E Janot continua o relato: “Nessa negociação, contávamos com uma fonte privilegiada – um padre da Pastoral Carcerária do Maranhão, que tinha acesso aos presos e nos informava sobre suas queixas. Uma das reclamações dos detentos era que a comida servida em quentinhas era de péssima qualidade e acabava quase toda jogada no lixo. Foi assim que exigimos, e conseguimos, do governo do Maranhão que a comida que entrasse no presídio fosse uma só. Devia ser servida igualmente ao diretor do complexo, aos agentes penitenciários e aos presos”, afirmou.

Quanto a polêmica dele com Gilmar Mendes, um grupo de membros do CNMP está sendo discutida reservadamente a possibilidade de investigar Janot. A ideia é pedir que o assunto seja tratado no âmbito de uma reclamação disciplinar perante a Corregedoria do CNMP”, diz ainda o jornalista. Rodrigo Janot assumiu que em maio de 2017, quando chefiava a Procuradoria da República e orquestrava a organização criminosa da Lava Jato, “por muito pouco” não assassinou Gilmar Mendes com “um tiro na cara dele”.

Janot disse que depois de assassinar o ministro do STF, planejava se suicidar. Ele não esclareceu, contudo, se se suicidaria com um tiro na própria “cara” ou por qual método.

O ex-chefe da Procuradoria Geral da República disse, incrivelmente, que só não consumou o assassinato porque foi salvo pelos dedos das suas 2 mãos, que falaram mais alto que seu cérebro, porque ficaram paralisados e não conseguiram acionar o gatilho da pistola, já armado para o disparo.

Joguei a carta da intervenção federal na mesa para pressionar o governo do Maranhão a tomar medidas fortes para melhorar as condições do presídio

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