CASO MARIELLE

Bolsonaro acusa Witzel de inventar depoimento

Para o presidente, essa “invenção” ocorreu “por ordem e determinação do senhor governador Witzel”, para tentar prejudicá-lo.

Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) se disse ontem surpreso que um delegado de polícia do Rio de Janeiro tenha ignorado os registros e áudios da portaria de seu condomínio e inventado o depoimento do porteiro que citou seu nome nas investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Para o presidente, essa “invenção” ocorreu “por ordem e determinação do senhor governador Witzel”, para tentar prejudicá-lo.

“Tem o registro, sim, para casa outra. Agora, nos surpreende a qualquer um a Polícia Civil, o delegado que tá fazendo o inquérito, ignorar isso e inventar um depoimento, no meu entender por ordem e determinação do senhor governador Witzel para tentar me prejudicar”, respondeu Bolsonaro.

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“Não tem nada na sua casa, então, presidente?”, questiona um jornalista.

“Não tem. Já determinei… meu filho foi na portaria, pegou os registros de voz inclusive para aquele horário onde foi feita a ligação. Não foi para a casa minha, e a voz que se apresenta lá está muito longe de ser a minha”, disse Bolsonaro.

O presidente fazia referência a imagem e áudio divulgados na manhã desta quarta pelo vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente, no Twitter. A postagem foi compartilhada, sem seguida, pela conta do presidente.

Segundo Carlos, os registros são do sistema que grava as ligações feitas da portaria para as casas do condomínio.

O filho do presidente fez isso para contestar as informações fornecidas à policia pelo porteiro e o registro manual de entrada no condomínio, já analisado pela investigadores. A TV Globo teve acesso, com exclusividade, a registros da portaria do Condomínio Vivendas da Barra, onde mora o principal suspeito de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, Ronnie Lessa – é o mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem casa.

O porteiro contou à polícia que, horas antes do assassinato, em 14 de março de 2018, o outro suspeito do crime, Élcio de Queiroz, entrou no condomínio e disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. E que alguém na casa dele, a de número 58, liberou a entrada.

Os registros de presença da Câmara dos Deputados mostram que Bolsonaro estava em Brasília no dia. Como o nome do presidente foi citado, a lei obriga que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise o caso.

Fontes ouvidas pela TV Globo dizem que há divergências entre as entradas registradas no documento em papel com as exibidas no vídeo. São, por exemplo, entradas que aparecem em um registro e não aparecem em outro.

As gravações de áudio estão em poder da polícia, mas não foram periciadas porque os investigadores decidiram esperar por uma manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF) em função da citação ao presidente da República, Jair Bolsonaro.

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