Saiba quem são os políticos maranhenses entre os 100 mais influentes do Congresso
Um estudo feito pelo Diap apontou os deputados e senadores mais influentes de 2019. Dentre a lista dos 100, estão dois maranhenses; e entre os 50 que estão em ascensão, mais dois
Um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) apontou os 100 deputados e senadores mais influentes do Brasil em 2019. Dentre eles, estão dois representantes do Maranhão: os senadores Weverton (PDT) e Roberto Rocha (PSDB).
Para classificar a influência, o Diap analisa aspectos institucionais, de reputação e poder de decisão, capacidade de negociação e liderança. Então, são feitas entrevistas com parlamentares, assessores legislativos, cientistas, analistas políticos e jornalistas, levando em conta critérios qualitativos e quantitativos.
Dentre suas posições na Casa, o senador Weverton é o principal representante da base do governo de Flávio Dino (PCdoB) no Maranhão. Em contrapartida, Roberto Rocha figura como a oposição desta base, se posicionando a favor das propostas do Governo Jair Bolsonaro (PSL).
Líder do PDT na Câmara, Weverton faz oposição ao governo Federal. No final do mês passado, por exemplo, votou contra a MP 871, que combate fraudes do INSS e promete passar um “pente fino” por seus beneficiários.
Em contrapartida, o pedetista é autor de um Projeto de Lei que inclui 44 municípios maranhenses na região do semiárido, área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), para captarem políticas públicas.
O psdebista Roberto Rocha também é líder de sua legenda no Senado. Aliado ao governo Bolsonaro, Rocha apoiou, desde o princípio, o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas do Centro de Lançamento de Alcântara. No início, a proposta do ministro Marcos Pontes sofreu resistência da base maranhense de Dino.
Em defesa do ministro da Educação, Abraham Weintraub, Roberto Rocha declarou ser legítimo o bloqueio de verbas nas universidades públicas. Ao Plenário, o senador utilizou o mesmo discurso governista de que não se tratam de “cortes”, e sim de “contingenciamento”.
Maranhenses em ascensão. Quem são?
Além da lista dos mais influentes, o Diap adotou os mesmos critérios para listar os 50 políticos brasileiros em ascensão mais evidente – aqueles que vêm tendo cada vez mais espaço e voz no Senado ou na Câmara. Nesta categoria, também se encontram dois maranhenses: os deputados federais Hildo Rocha (MDB) e Pedro Lucas Fernandes (PTB).
Hildo Rocha é relator na Comissão Mista de Orçamento (CMO). Ultimamente, o deputado tem tentado reformular o PLN4, projeto de Bolsonaro que dá crédito extra de R$248,9 bi ao governo e foi recebido com resistência pelo Congresso.
No último domingo (9), o presidente ameaçou suspender o pagamento de benefícios a idosos e pessoas com deficiência, além de programas como o Bolsa Família, caso o projeto não fosse aprovado. A proposta de Rocha é de reduzir o valor a R$ 146,7 bi, para que passe pelo Congresso e não haja cortes destes benefícios.
Líder do PTB na Câmara, Pedro Lucas Fernandes é o único do seu partido a entrar na lista dos 50 em ascensão. Nenhum congressista da legenda está entre os mais influentes. O deputado federal também compõe a base de Flávio Dino.
Assim como o governador do Maranhão, Pedro Lucas tem defendido que o diálogo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), é a melhor alternativa para equilibrar as propostas de Bolsonaro. “Somos a favor do Brasil. Só precisamos da dose certa da previdência e da tributária”, declarou em sua conta do Twitter.
Centrão tem um terço dos mais influentes no Congresso
O levantamento do Diap também mostrou que o Centrão, que agrega políticos de PP, PSD, DEM, PRB, PL, PSC, Patri e Solidariedade, tem o maior número de parlamentares mais influentes (31) – cerca de um terço da lista.
Por seu grande contingente, o Centrão tem, historicamente, a capacidade de ‘desempatar’ as decisões – prejudicando ou favorecendo o governo federal. Anteriormente era liderado pelo MDB, porém hoje o maior poder é do DEM, tendo Maia e Alcolumbre como seus maiores representantes.
Nesta gestão federal, o grupo já impôs derrotas ao Planalto, como o Orçamento Impositivo — que dá mais poder aos parlamentares em relação aos gastos e às despesas —, e a retirada do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) da aba do ministro da Justiça, Sérgio Moro, apenas para ficar em dois projetos.