ENTREVISTA

Diálogo e equilíbrio com a presidência e governo

O coordenador da bancada federal do Maranhão, Juscelino Filho, explica em entrevista a O Imparcial o desafio de ser interlocutor entre o governo federal e o estadual

O processo corre na comarca de Vitorino Freire (MA), onde o ministro e a família têm fazendas. (Foto: Reprodução)

Na última semana, o deputado federal Juscelino Filho (DEM) foi escolhido por unanimidade como novo coordenador da bancada federal do Maranhão. Aos 34 anos, o deputado está em seu segundo mandato na Câmara dos Deputados e ocupa a presidência estadual do partido. Para esta legislatura, além de coordenador da bancada, Juscelino Filho é titular da Comissão de Seguridade Social e Família e suplente na Comissão de Viação e Transportes.

Em entrevista a O Imparcial, Juscelino Filho aproveitou para explicar as funções e desafios do “cargo” de coordenador da bancada, bem como esclareceu a sua posição sobre assuntos polêmicos como a Reforma da Previdência e o acordo entre Brasil e Estados Unidos acerca do Centro de Lançamento de Alcântara.

O Imparcial – Qual a principal função de um coordenador de bancada federal?

Juscelino Filho – A principal função do coordenador é reunir os parlamentares regularmente para compartilhar, discutir e encaminhar providências sobre temas de interesse comum do nosso estado, fazer a interlocução  junto aos órgãos do governo federal e cumprir formalidades para apresentação de emendas de bancada ao orçamento público federal, no âmbito do Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA).

Qual a vantagem para um parlamentar em ser o coordenador da bancada maranhense?

Eu vejo o coordenador de bancada como um interlocutor e um articulador dos interesses do estado junto ao governo federal. As vantagens do exercício dessa missão têm de ser destinadas à população maranhense.

Qual o principal desafio de ocupar um posto deste?

Sobretudo no momento político que o país vive e diante da escassez de recursos provocada pela alongada crise econômica, estou certo de que o nosso desafio é ajudar no diálogo entre o governo federal e estadual e na construção da agenda positiva para atendimento das demandas do Maranhão que dependam do poder central.

O DEM tem sido um dos partidos mais importantes do governo federal. Existe alguma ligação disso com a escolha para coordenador?

Não existe uma ligação direta, porque a escolha do coordenador é uma decisão soberana dos deputados e senadores da bancada. Fomos aprovados por aclamação, como candidato único, o que muito me honra.

Como coordenador, vai buscar um consenso entre os parlamentares maranhenses para as votações?

Eu farei todo esforço que for necessário para que as decisões da bancada sejam sempre adotadas em clima democrático, de preferência por consenso, ou, se isso não for viável, por votação

Qual sua posição sobre a reforma da Previdência?

Os debates sobre a proposta apresentada pelo governo estão se intensificando no parlamento.  Eu defendo a necessidade de uma reforma previdenciária que elimine privilégios e equilibre as contas, que seja justa no custeio, cobrando mais de quem ganha mais e sendo implacável com os grandes devedores, principalmente. Mas, serei contra qualquer injustiça com os mais pobres, contra a perda de direitos, contra a redução na aposentadoria rural ou no benefício de prestação continuada e contra qualquer retirada das salvaguardas e regras que hoje constam na Constituição Federal.

Como estão as discussões, neste momento, a cerca da utilização da Base de Alcântara por outros países, como os Estados Unidos?

Os termos do Acordo Brasil/Estados Unidos para a utilização do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) ainda não são completamente conhecidos e eu defendo que ele seja submetido ao crivo do Congresso Nacional. Minha expectativa é a de que a soberania do país seja totalmente preservada e que o nosso estado seja diretamente beneficiado, social e economicamente, sobretudo na criação de uma cadeia produtiva de suporte logístico e na absorção de tecnologia e de conhecimento, em particular nos cursos de engenharia espacial da Universidade Federal do Maranhão.

Como é o desafio de fazer parte de um partido aliado ao governo federal e fazer parte de um grupo no Maranhão que faz oposição ao mesmo?

Meu compromisso político é com o povo que me elegeu para este segundo mandato. Em Brasília, estou dando continuidade e ampliando o esforço de obtenção de recursos federais, principalmente para os municípios maranhenses. Como presidente estadual do Democratas, meu interesse maior é a melhoria da qualidade de vida da nossa população, e, para isso, vejo como natural a parceria do nosso grupo com o governo estadual.

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