Para não rachar o partido, MDB busca consenso em eleição do diretório
Em entrevista ao jornal O Imparcial, o deputado João Marcelo disse que o MDB busca um consenso para presidência partidária. Eleição ocorre até 17 de fevereiro
Nos bastidores do diretório estadual do Movimento Democrático Brasileiro (MDB/MA), a busca é por um nome de consenso para comandar o partido. A tarefa não é fácil. A situação do antigo PMDB, hoje só MDB, é complicada, pois o partido foi um dos que mais perderam representação no Congresso Nacional e também na Assembleia Legislativa do Maranhão, além da ex-governadora Roseana Sarney perder a eleição ao governo do estado.
Para assumir o cargo de deputado estadual, o partido conseguiu a aprovação nas urnas somente de Roberto Costa (reeleito) e do ex-presidente da AL-MA, Arnaldo Melo (eleito). Na esfera federal, não elegeu Edison Lobão (MDB) para o Senado, mas obteve êxito com a eleição de Hildo Rocha e João Marcelo para a Câmara dos Deputados.
Em entrevista ao jornal O Imparcial, o deputado federal João Marcelo (MDB), comenta sobre a eleição partidária e a busca da reconstrução e consenso no partido. “Nosso partido não saiu vitorioso. Perdeu muita coisa, é necessário repensar o partido. Perdemos, perder faz parte, a democracia é isso. Espero que nosso grupo chegue a um consenso, para que não fique mais ferido do que já está”, disse o deputado.
Pelo menos para João Marcelo e os senadores Edison Lobão e João Alberto, o consenso tem nome e sobrenome: Roseana Sarney. Os caciques acreditam que a ex-governadora é o nome ideal para construir uma transição dentro do partido.
Nas entrelinhas, o controle partidário indica também um suspiro político, haja vista o poderio que o MDB representa. Sem o partido, o Grupo Sarney pode ser colocado de lado até pelos aliados que podem optar por trilhar um futuro político sem as bênçãos de Roseana Sarney. Mas por conta da disputa interna e de grupos que querem o controle partidário, o nome de Roseana, segundo João Marcelo, seria ideal para o partido não ficar ainda mais partido. “Eu ainda acho que o nome da governadora Roseana é o principal nome para assumir a presidência. Outros companheiros não acreditam nisso, mas particularmente acredito que o nome de Roseana para um momento de transição é o mais indicado para chefiar o partido”, aponta João Marcelo. O deputado compartilhou que os senadores Lobão e João Alberto comungam da mesma ideia.
Indagado sobre o desgaste do nome de Roseana não poderia afetar a reconstrução do partido, o parlamentar discorda. “Acredito que não, porque a governadora faria a transição. Ela é uma pessoa que tem todo mérito. Como nós temos muitos embates de ideias, ela seria a pessoa ideal para fazer a transição”. O também deputado federal Hildo Rocha (MDB) já demonstrou interesse em disputar o comando do partido. Para Hildo, é necessário ter alternância de poder e por ele ter mandato e articulação política, estaria habilitado para assumir o partido. Os membros do partido seguem buscando um consenso com a data máxima para a eleição no dia 17 de fevereiro. Mas havendo um consenso e chapa única, a eleição pode acontecer até no dia 14 de dezembro.