REGIÃO NORDESTE

Governadores do Nordeste vão atuar em bloco no governo Bolsonaro

Os governadores querem uma pauta mais enxuta para apresentar ao presidente eleito Jair Bolsonaro

Foto: Reprodução

Os governadores do nordeste esperam reunir forças e atuar em bloco para evitar escanteio do governo de Jair Bolsonaro. Os nove estados da região são governados ou pelo PT ou por partidos aliados como o PSB e o PCdoB, no caso do Maranhão.

Isso significa que a região é toda governada por siglas de oposição ao futuro Presidente da República. O receio dos governadores é que o presidente adote uma postura de exclusão e não destine verbas do Governo federal para programas e projetos em seus Estados. “Finalizada a eleição, externo aqui o meu desejo de que o presidente eleito, respeitando os princípios da democracia, dialogue com todos os Estados, com respeito e sem discriminação, e busque a solução dos problemas que afligem o país”, escreveu o petista Camilo Santana, do Ceará, em seu Facebook.

O jornal espanhol El País revelou que a preocupação também tomou conta do grupo de WhatsApp formado por todos os governadores do Nordeste. Participam Camilo Santana (PT), do Ceará.

Rui Costa (PT), da Bahia, Paulo Câmara (PSB), de Pernambuco, Wellington Dias (PT), do Piauí, Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão. Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, Belivaldo Chagas (PSD), de Sergipe, João Azevêdo (PSB), da Paraíba, e Renan Filho (MDB).

Os governadores esperam a formação da equipe ministerial do governo Bolsonaro para marcar uma reunião com todos os governadores. Eles vão atuar em bloco para discutir pautas para a região.

O esforço dos governadores é fazer chegar até Bolsonaro uma pauta enxuta, priorizando três pautas urgentes: água, segurança pública e saúde.

Em relação à água, tema sensível para a região que viveu nos últimos anos uma seca histórica, a demanda é pela retomada das grandes obras que levam o abastecimento oriundo da transposição do rio São Francisco até os moradores do semiárido.

Os governadores querem também uma revisão da tabela do Sistema Único de Saúde. Os governadores pedirão aumento na participação do Governo Federal nos repasses aos hospitais públicos dos Estados. O tema é sensível, já que baterá de frente com a barreira imposta pela PEC do teto de gastos, que limitou o crescimento dos investimentos públicos pelos próximos 20 anos.

Na área da segurança, um problema comum a todos os estados, os governadores querem investimento para o aumento do efetivo policial e sua remuneração, além de realizar um trabalho de inteligência para desmontar quadrilhas interestaduais especializadas em explosão de caixas eletrônicos.

Com a explosão dos caixas dessas agências, os clientes precisam se deslocar para as cidades vizinhas para realizar saques e pagamentos. A circulação dessas pessoas com altas quantias de dinheiro pelas estradas torna-se um alvo fácil de assaltos e latrocínio.

Discutidas as principais questões da região, o grupo deve marcar uma reunião presencial assim que os novos ministros forem anunciados pelo presidente Jair Bolsonaro. A expectativa é que demandas locais sejam apresentadas até mesmo antes da posse do novo Governo, no dia 5 de janeiro.

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