O que foi dito na Sabatina com Candidatos LGBT do Maranhão
A reunião aconteceu ontem, no Cine Praia Grande, e contou com seis candidatos da comunidade, além de mediado por uma jornalista transgênero. Confira os principais posicionamentos
Aconteceu, na última quarta-feira, 19, no Cine Praia Grande, a Sabatina com Candidatos da Comunidade LGBT – formada inteiramente por candidatos homossexuais, bissexuais e transgêneros – que concorrem a diversos cargos de poder do estado do Maranhão nas eleições de 2018.
O evento contou com Josy Gomes (PCdoB), Ronaldo Serra (PODEMOS), Kepler (Suplente do candidato Saulo Pinto ao senado, do PSOL), Jefferson Taylor (Rede Sustentabilidade), Jojo Campos e Pâmela Maranhão (ambos do PT), e foi mediado por Lohanna Pausini, jornalista transgênero.
Por ser um público diversificado em suas condições, as pautas levantadas também foram distintas. Josy Campos, por exemplo, é uma mulher negra bissexual e tocou no assunto bifobia, afirmando que pessoas que sentem atração por ambos os gêneros ainda sofrem invisibilidade na sociedade.
“Nós somos boicotados por integrantes dos nossos próprios partidos”, denuncia a travesti candidata a deputada estadual Pâmela Maranhão, ao falar do preconceito velado em pessoas que não fazem parte da comunidade, independente da ideologia progressista de seus núcleos.
Questionado sobre como pretende combater o bullying praticado nas escolas contra crianças homossexuais, Jojo Campos, concorrendo ao cargo de deputado federal, corrige o equívoco cometido por grande parte da população acerca da nomenclatura do que ficou conhecido como “kit gay”: “é um material que visa combater a violência de gênero e a homofobia”, declara. “É algo que tem que ser discutido desde cedo, nas escolas.”
Sobre alianças de Dilma Rousseff com partidos conservadores, que fez com que ela vetasse importantes projetos em defesa dos direitos dessas minorias, Jojo se posiciona, com firmeza: “não apoio e não faria. Inclusive, teria sido derrubado bem antes que ela foi.”
Na corrida à deputado estadual, Jefferson Taylor afirma que nunca houve política, de fato, a favor da comunidade LGBT no Maranhão; e defendeu que uma de suas propostas é solicitar às universidades públicas a realização de pesquisas direcionadas a esse público. Segundo ele, “se não existem políticas para nós no estado, é porque não há dados”.
Visto que as eleições têm caráter competitivo, principalmente quando mais de um representante de minorias disputa o mesmo cargo, Ronaldo Serra, candidato a deputado federal, ratificou que, apesar de concorrentes, os candidatos LGBT não se consideram inimigos. Esperançoso, afirma: “afinal das contas, estamos na mesma luta”.