ENTREVISTA

Entrevista com Maura Jorge: a candidata de Bolsonaro

O Imparcial segue a série de reportagens com os candidatos ao governo do Maranhão, desta vez com Maura Jorge (PSL), que fala, entre outras coisas, de renovação política, apoio de Bolsonaro, e seu programa de governo.

Maura Jorge e Jair Bolsonaro durante evento em Brasília Foto: Reprodução

O que fez a senhora se dispor a concorrer ao governo do Maranhão numa das eleições mais complexas de sua história contemporânea?

O desejo de ver uma renovação de verdade no cenário político maranhense. Quando falo em renovação de verdade, quero dizer que o Maranhão, para se desenvolver, necessita de muito mais do que a mera alternância de mandatários. É necessário que o modo de governar seja novo. De 2010 para cá, para citar somente as últimas eleições, o que vimos foi apenas a coroa passar de uma cabeça para a outra. Nada mudou. O Maranhão continua sendo o estado mais pobre da federação, como mostra o IBGE. O nosso povo continua passando fome e morrendo na porta dos hospitais.

A campanha eleitoral deste ano vai ser uma das mais complicadas em regras e em fiscalização, isso facilita ou a torna mais difícil?

Mais difícil, sem dúvida. Os ricos, os candidatos de mandato, os que têm a máquina pública à disposição, são favorecidos. Porém, estou tranquila. Porque continuarei fazendo uma campanha limpa, responsável, de contato direto com a população. É assim que colhemos informações valiosas para o nosso plano de governo: vendo de perto a realidade do nosso povo. É uma luta difícil, mas não tenho dúvidas de que temos totais condições de sair vencedores.

O que a senhora pretende fazer para melhorar sua posição nas pesquisas, nas quais ainda não pontua nem 5%?

Nada. Pois não acredito nessas pesquisas encomendadas, onde o resultado sai de acordo com quem as contratou. Acredito
na voz das ruas e no povo que clama por mudança.

Pode resumir os cinco pontos mais fortes de seu programa de governo?

Vamos aumentar a rede de ensino em tempo integral e criar escolas militares em áreas de vulnerabilidades sociais. Com isso, vamos conseguir alcançar uma maior qualidade de ensino, reforço. Vamos aumentar a rede de ensino em tempo integral e criar escolas militares em áreas de vulnerabilidades sociais. Com isso, vamos conseguir alcançar uma maior qualidade de ensino, reforço escolar, esporte, lazer e cultura. Estabelecer uma nova programação pactual integrada (PPI), priorizando a regionalização e a descentralização das ações e serviços de saúde, ampliando a rede de atenção básica em parceiras com os municípios, o governo federal e a iniciativa privada, assim como, os serviços de alta e média complexidade no que diz respeito aos vazios assistenciais e organizar as redes de atenção à saúde (RAS) e a programação geral de ações e serviços de saúde (PGASS), com apoio técnico, logístico e de gestão, buscando a integralidade a partir de um planejamento regional.

Vamos estimular e apoiar parcerias com as instituições financeiras de fomento ao pequeno e médio produtor rural, ao micro e pequeno empresário. Dessa forma, vamos criar um ambiente de expansão, viabilidade, competitividade e consolidação de atividades econômicas; Vamos valorizar os agentes da segurança pública e da defesa civil, melhorando seus subsídios, cumprindo a legislação no que tange as promoções e a capacitação técnica e promovendo a modernização material e operacional, bem como, dando autonomia de gestão aos comandantes no exercício de suas funções.

Por que o Maranhão se tornou, ao longo de décadas, o estado mais pobre do Brasil? E por onde começar, caso seja eleita, para tornar o Maranhão um estado econômico e socialmente viável?

Porque, infelizmente, a nossa política é tratada como um balcão de negócios. Essa prática suja já se tornou usual, inclusive no pleito corrente. Todos foram testemunhas das negociatas e esquemas que culminaram na perda de partidos da nossa coligação. Eu mesma recebi inúmeras propostas para desistir da minha candidatura. Ocorre que não estou nessa disputa por ambição pessoal, mas por um propósito. Nós vamos tirar o Maranhão da situação alarmante em que se encontra. Para isso, é preciso que se faça, inicialmente, uma minirreforma tributária. Será prioridade do meu governo por fim a essa carga tributária opressora da qual o maranhense é vítima. É possível, sim, desenvolver o estado sem sacrificar os mais pobres. Precisamos também desburocratizar o estado, criar oportunidades de investimento para que mais empregos sejam criados.

Na sua visão de candidata ao governo, quais são os entraves que não permitem o estado desenvolver o seu potencial?

Além dos impostos elevadíssimos, que afastam investidores do nosso estado e impedem que os nossos trabalhadores cresçam, a corrupção é uma das principais barreiras. De 2015 a 2017, o governo diz que investiu R$ 6, 5 bilhões na saúde. Ao mesmo tempo, o Maranhão se tornou o segundo estado com a maior taxa de morte de mulheres em decorrência do parto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Faltam leitos, faltam médicos, faltam medicamentos. Eu pergunto: para onde foi todo esse dinheiro? Dada a situação da saúde do nosso estado, fica difícil acreditar que esses recursos foram aplicados onde deveriam ser. O mesmo ocorre na educação, na segurança pública etc.

Como imagina ganhar a eleição de governador com um partido de tão pouca estrutura e representatividade no Maranhão?

Com a força do povo, que é soberano. Claro que uma coligação recheada de partidos, como a do governador, dá mais segurança a qualquer candidatura. Mas também a compromete. Caso seja reeleito, Flávio Dino terá que prestar conta com cada um dos partidos que o elegeu. Isso se reflete em nomeações e em uma série de vantagens que são concedidas a terceiros sem se levar em conta o que é melhor para a população. Comigo é diferente: vou prestar contas apenas com o povo do Maranhão, se ele me der a honra de governar o nosso estado.

O PSL é visto com o seu candidato presidencial, Jair Bolsonaro, como extremamente conservador e direitista. Como a senhora vê essas colocações?

Não sei se há essa visão de extremo conservadorismo, mas, se houver, não concordo com ela. O presidenciável Jair Bolsonaro já deu provas mais do que suficientes de que pretende fazer um governo para todos, inclusivo, sem distinção de credo, ideologia, raça ou orientação sexual. Acontece que, para a oposição, é interessante que haja essa percepção distorcida dele. Mas quem o conhece de verdade sabe que não há nada disso. O que Bolsonaro quer é o mesmo que todos nós, cidadãos de bem, queremos: que o nosso direito de ir e vir seja respeitado, que a nossa vida não seja constantemente ameaçada pela criminalidade, que os corruptos sejam presos, que o país se desenvolva com um novo jeito de fazer política etc. Por isso estamos juntos.

Se por acaso vier a ser eleita, a senhora aproveitaria quais programas do governo Flávio Dino?

Darei essa resposta aos maranhenses em janeiro de 2019, quando vir de dentro a situação real de cada um desses programas. Mas é claro que o que estiver dando certo será mantido e ampliado no meu governo.

O que a senhora pretende dizer ao eleitor indignado com os políticos e com a crise para convencê-lo a votar em seu nome?

Digo para que use essa indignação para fazer uma escolha consciente. O voto é o seu maior instrumento de transformação.
Acompanhe bem cada um dos candidatos, pesquise sua biografia, suas ações, e no dia 7 de outubro vote em alguém que represente uma renovação verdadeira.

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