Com o último sim, senadores brasileiros começaram a cantar o hino nacional. O ato de nacionalismo culminou com a confirmação do impeachment da ex-presidente da república, Dilma Rousseff. Com 61 votos a favor, os brasileiros viram o início da pior crise política do país. Quase dois anos após a subida de Michel Temer na rampa do Palácio do Planalto, Edison Lobão parece que voltou atrás na decisão tomada naquele 31 de agosto de 2016.

Nesta quinta, 21, o senador da república Edson Lobão (MDB-MA) subiu o plenário para defender o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Segundo o senador de 81 anos, a prisão foi injusta, sem provas e estritamente política. “O Lula foi preso para não ser Presidente da República outra vez”, comentou. E ele ainda complementa. “Mas como se pode impedir o maior líder nacional – e isso já se disse tanto aqui; o maior líder não pelo que foi, mas pelo que é hoje – de ter a oportunidade de se exibir, de corpo inteiro, aos perigos da noite de uma eleição nova?”, questiona.

Um momento crucial

O discurso foi realizado em um momento importante para o pré-candidato do PT à presidência da república. Na próxima terça, 26, a segunda turma do STF votará um novo pedido de Habeas Corpus a Lula. Os petistas acreditam em uma possível soltura do político que governou o país por 8 anos, assim como aconteceu com a senadora e presidente do partido, Gleisi Hoffmann que foi absorvida das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro nesta semana.

Lava-Jato: Ruth ou Raquel, senador?

Durante o discurso, o senador Edson Lobão lembrou a atuação da operação Lava-Jato. Para ele, que já foi citado diversas vezes nos autos, a operação da polícia federal é elogiável. “A Lava Jato, foi um bem; não foi um mal. Mas é necessário que ela não perca o seu rumo, não se desvie do seu objetivo”, disse. Segundo Lobão, a operação não pode perder o rumo por causa das famosas delações. “Os delatores têm feito um mal grande ao País, à medida que não provam nada do que afirmam”, conclui.

Uma alfinetada no MP

O discurso serviu também para uma ‘alfinetada básica’ no Ministério Público. Segundo Edson Lobão, o órgão está voltando aos trilhos com a nova procuradora, Raquel Dodge. “Quanto ao Ministério Público, eu estou convencido de que a Procuradora Raquel Dodge, está buscando, obstinadamente, recolocar o Ministério Público nos trilhos dos quais ele nunca deveria ter saído”, concluiu Lobão.