Lula se entrega a Polícia Federal no início da noite de ontem
O ex-presidente vai iniciar a pena de 12 anos expedida pelo Juiz Sérgio Moro, em uma cela reservada no 4º andar da sede da PF em Curitiba
![](https://oimparcial.com.br/app/uploads/2018/04/csm_Lula_na_sede_da_PF_em_Curitiba_AFP_PHOTO_MAURO_PIMENTEL_ff409746e9.jpg)
Foto: Reprodução
Após 26h do mandado de prisão expedido, finalmente o ex-presidente Lula se entregou a polícia. O trajeto de pouco mais de 40 km, entre o Sindicato de Metalúrgicos do ABC e a sede da Policia Federal foi feito inteiramente dentro de um carro descaracterizado da Polícia Federal.
Durante todo o dia, as ruas ao redor do sindicato foram tomadas de manifestantes. Favoráveis a Lula, todos continuaram firmes gritando palavras de ordem. Próximo das 5h, o clima de tensão começou a aumentar. Dezenas de pessoas tentaram bloquear a saída de Lula do sindicato. Muitos chegaram a deitar na porta da garagem do prédio.
A primeira saída
![](http://oimparcial.com.br/media/2018/04/carro-lula-9-20180407170338.jpg)
Cena de cinema. No centro da cidade, 2 carros pretos seguiram de Congonhas até o Sindicato no ABC Paulista. Tudo indicava que esses carros eram da Polícia Federal e fariam proteção do carro descaracterizado em que estaria o petista. O trajeto de pouco mais de 23 km foi realizado de maneira recorde, e em pouco tempo os policiais já se estavam aguardando a saída o ex-presidente do prédio.
Ao mesmo tempo, do interior do prédio, o ex-presidente acenava a população. Com o braço para fora, Lula mandava sinais de companheirismo às pessoas na rua. Repentinamente, Lula surpreende a todos entrando em um carro prateado da PF. Militantes e manifestantes começaram a impedir a saída. O portão do sindicato chegou a ser arrancado, em meio a gritos de ordem. Com um número maior de pessoas na porta o carro foi obrigado a voltar.
A prisão
![](http://oimparcial.com.br/media/2018/04/LULA-PRESO.jpg)
Caminhando. Não houve outra maneira de Lula conseguir sair do sindicato. A multidão o acompanhou até um prédio próximo, onde o carro da PF já aguardava. O trajeto do comboio foi feito inteiramente pelas ruas de São Bernardo e São Paulo. Com pouco mais de 1h, o ex-presidente chegou a Superintendência da Polícia Federal, na Zona Oeste. Atendidos por médicos legistas, ele passou pouco mais de 20 minutos realizando exame de corpo de delito.
![](http://oimparcial.com.br/media/2018/04/csm_Lula_na_sede_da_PF_em_Curitiba_AFP_PHOTO_MAURO_PIMENTEL_ff409746e9.jpg)
Às 20h08, Lula finalmente deixa da superintendência dentro de um helicóptero rumo ao aeroporto de Congonhas. Nesse momento, um avião já esperava por ele. Não demorou muito para que o ex-presidente chegasse a Curitiba, onde seguiu de helicóptero até a sede da Polícia Federal.
O que irá acontecer agora?
![](http://oimparcial.com.br/media/2018/04/Cela-de-Lula1.jpg)
Lula cumprirá a pena no Caso do Triplex em uma cela especial no 4º andar. Com 15 m², ela tem um armário embutido, banheiro, cama, e janelas em direção ao corredor do interior do prédio. Por ser um ex-presidente, ficará separado aos demais.
Imprensa Internacional
A imprensa internacional está fazendo uma longa cobertura sobre o caso. O Jornal Clarín da Argentina, chegou a transmitir ao vivo toda a manifestação a favor do presidente. A BBC, sediada em Londres, lembrou que ainda é polêmica a prisão, e que o país está dividido. O Jornal El País, deu a notícia na capa de hoje. “Lula decide se entregar e ir a prisão”, relata o jornal latino. Na página do portal, houve um cobertura extensa denominada “Crisis Política en Brasil”(Crise Política no Brasil). A todo momento, o texto era atualizado com informações sobre o evento. O americano The New York Times, ressaltou na chamada a pena de 12 anos.
Jornalistas agredidos
![](http://oimparcial.com.br/media/2018/04/1523105416557.jpg)
Durante todo o dia as imagens se repetiam. Equipes do Jornal Correio Brasiliense, Sistema Brasileiro de Televisão, Rede TV, Agência Brasil, Band foram atacadas.
Segundo a nota lançada pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), 30 manifestantes se aproximaram do carro do Correio Brasiliense e quebram os vidros. Eles também ameaçaram uma equipe do SBT e um fotografo da agência Routers
Em nota a Fenaj ressaltou que as agressões são injustificáveis. “A FENAJ reitera que agressões a jornalistas são injustificáveis. Também reafirma sua defesa das liberdades de expressão e de imprensa e do Jornalismo como atividade essencial à democracia e à constituição da cidadania”, diz nota