ENTREVISTA

“Sou um político jovem, não venho de família de políticos”

Confirmado como pré-candidato do grupo do governador Flávio Dino (PCdoB), o deputado Weverton Rocha saiu na frente dos demais postulantes à vaga na chapa majoritária de Dino

Foto: Reprodução

Por ser um ano eleitoral, o cenário político segue turvo. O momento atual apresenta poucas certezas e inúmeras indefinições. As especulações para saber quem vai participar das eleições de 2018 seguem a todo vapor. No Maranhão, por exemplo, não se sabe ao certo quais serão os candidatos escolhidos por seus respectivos grupos para disputar o pleito ao Senado. Até o momento, é possível afirmar que o deputado federal Weverton Rocha (PDT) e o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), foram escolhidos por seus respectivos grupos políticos para concorrer ao Senado.

Por conta disso, o jornal O Imparcial se propôs a fazer uma minientrevista com os pré-candidatos já “escolhidos” para que o eleitor comece a conhecer algumas de suas opções em outubro. A reportagem entrou em contato com as assessorias dos dois políticos e enviou exatamente seis perguntas. Os questionamentos foram rigorosamente iguais.

Confirmado como pré-candidato do grupo do governador Flávio Dino (PCdoB), o deputado Weverton Rocha saiu na frente dos demais postulantes à vaga na chapa majoritária de Dino. O apoio explícito do governador foi motivado pela intensa articulação que o pedetista se propôs a fazer em diversas regiões do estado desde o ano passado.

As reuniões promovidas por Weverton Rocha foram importantes para que se consolidasse na disputa pelo Senado. Com o “sim” do Palácio dos Leões, o deputado agora sonha alto. “Como deputado já tenho batalhado muito para trazer recursos para o estado, mas entendo que, como senador, a contribuição pode ser maior. Então, acho que posso contribuir muito com o Maranhão, mantendo essa postura de luta em Brasília, no Senado, e acho que isso coincide com o que a população espera de um político nesse momento”, disse Weverton a O Imparcial.

Se por um lado o pedetista respondeu aos questionamentos da reportagem, o representante do Grupo Sarney na disputa pelo Senado, ministro Sarney Filho, não respondeu à nossa solicitação. A assessoria dele informou que encaminhou as perguntas ao pré-candidato duas vezes, mas não houve nenhum tipo de retorno.

O Imparcial – O senhor é consenso em seu grupo político? Por quê?

Weverton Rocha – Construímos a unidade em torno da minha pré-candidatura com uma característica muito peculiar que foi o fato de ter nascido das bases políticas. Ainda em 2016, um grupo de jovens políticos, apoiados por nomes de grande experiência, de diferentes partidos, começou a conversar sobre a possibilidade de lançar um nome que representasse essa geração no anseio de colaborar para as mudanças e melhorias que o estado precisa. Ao longo de 2017, essas conversas foram aprofundadas em encontros regionais, onde tivemos a oportunidade de ouvir as lideranças locais em diversos municípios. E nesses encontros, meu nome foi se consolidando, por meio do diálogo e da necessidade de ter um senador que represente mesmo os municípios. O governador Flávio Dino, que tem o senso de democracia muito forte, entendeu e abraçou a ideia gerada nesse movimento.

O Imparcial – Quais as diferenças desta eleição para o Senado dos pleitos anteriores que o senhor participou?

Weverton Rocha – É muito diferente. O deputado federal pode ser candidato de si mesmo, com apoio político é claro, mas pode lançar o seu nome, e consegue se eleger sendo bem votado, com 80 mil votos como foi o meu caso na última eleição. A eleição para o Senado, ao contrário, é majoritária, exige uma votação maciça, portanto ninguém pode ser candidato de si mesmo, é preciso ser o nome de unidade que represente um grupo, uma ideia a ser apresentada à população, que a aceitará ou não.

O Imparcial – Serão duas vagas em disputa para o Senado. Independentemente de quem seja o outro candidato de seu grupo na briga pelo Senado, há interesse na famosa dobradinha ou a sua campanha tem força suficiente para ser independente? Por quê?

Weverton Rocha – A eleição para o Senado, sendo majoritária, está fortemente relacionada à aprovação popular de um projeto. O governador Flávio Dino lançará candidatos às duas vagas de senador que teremos em 2018 e esses dois nomes certamente estarão comprometidos com esse projeto de mudanças e de desenvolvimento que estamos vendo acontecer no Maranhão. A dobradinha, a que você se refere, nada mais é do que o entendimento da população de que esses dois nomes defendem a mesma ideia, estão no mesmo campo político e são contrários ao retrocesso. O governador Flávio Dino já disse algumas vezes que o time está desfalcado porque faltam senadores que representem de verdade o Maranhão, então a ideia é preencher essa lacuna com a eleição de dois senadores que ajudem o governador lutando em Brasília por mais verbas e políticas públicas afinadas com o que está sendo feito aqui. Eu sempre fui de grupo, de trabalhar pelo que o grupo decide, e podem ter certeza que vou trabalhar nessa eleição pela nossa chapa majoritária completa.

O Imparcial – Por que o eleitor deve acreditar em sua campanha? O que o senhor pode acrescentar para o Maranhão?

Weverton Rocha – Acredito que essa eleição será muito marcada por uma avaliação criteriosa e exigente do eleitor, que vai querer alguém que de fato o represente no Congresso. O que tenho a oferecer é justamente essa atuação como um deputado federal que sempre tem uma posição clara em todos os debates, que escolhe um lado e luta por ele, que lutou contra a reforma da Previdência, que votou contra a reforma trabalhista por entender que as mudanças propostas pelo governo eram muito ruins para o trabalhador, que votou contra a PEC que congelava os gastos com educação e saúde para sobrar dinheiro para pagar a dívida. Fui líder da bancada do PDT por dois anos consecutivos (2016 e 2017), por três anos consecutivos (2015, 2016 e 2017) fui considerado pelo Diap um dos 100 congressistas mais influentes, e durante todo esse tempo o meu gabinete sempre esteve aberto a prefeitos, lideranças locais, sindicatos e representantes da sociedade civil. Então é essa a experiência que tenho a oferecer na minha pré-candidatura ao Senado, apontando que se for eleito senador, serei um parlamentar engajado na luta pelo trabalhador, pela educação, pela saúde, pelo Maranhão.

O Imparcial – O cenário atual coloca muitos políticos importantes na disputa pelo Senado. Por que o senhor acha que o eleitor vai preferir votar em você ao invés de votar no seu adversário?

Weverton Rocha – É importante lembrar que nessa eleição o eleitor poderá votar em até dois nomes para o Senado, serão duas vagas. Sobre minha pré-candidatura, acredito que as pessoas estão procurando muito mais parlamentares que as representem, que se mostrem parte de um processo de renovação, que nomes muito conhecidos. Sou um político jovem, que não vem de família de políticos, mas que milita desde a juventude, sempre no PDT, sempre defendendo um Maranhão livre, com menos desigualdade e mais desenvolvimento. Tenho um lado e as pessoas que analisarem minha história vão saber claramente que esse lado sempre foi o do trabalhador, o do desenvolvimento com inclusão social. Como deputado já tenho batalhado muito para trazer recursos para o estado, mas entendo que como senador, a contribuição pode ser maior. Então, acho que posso contribuir muito com o Maranhão, mantendo essa postura de luta em Brasília, no Senado, e acho que isso coincide com o que a população espera de um político nesse momento.

O Imparcial – O líder do seu grupo é o governador Flávio Dino, que tem bastante força política no Maranhão. O senhor acha que sua campanha terá algum tipo de influência positiva ou negativa devido ao apoio dele?

Weverton Rocha – O governador Flávio Dino está muito bem avaliado pela população porque está fazendo um grande trabalho para o Maranhão. Basta ver os avanços conquistados em todas as áreas. Ele foi apontado, por exemplo, como o governador que mais avançou em todo o Brasil no cumprimento de suas promessas na eleição. Então, é claro que o apoio dele é muito importante, afinal participar da chapa majoritária do governador significa comungar desse projeto de Maranhão que a sociedade está apoiando. Uma unidade, aliás, que não está sendo construída agora, vem sendo exercitada na prática ao longo desses anos de mandato meu e dele. Sou do grupo político do governador e, sim, minha pré-candidatura quer mostrar que partilhamos das ideias e queremos colaborar ainda mais com o governador, buscando recursos, apoio e condições políticas favoráveis em Brasília para que ele consiga fazer um governo cada vez melhor no Maranhão.

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