ENTREVISTA

Presidente da OAB-MA, Thiago Diaz, faz balanço de seu mandato

“80% das propostas cumpridas”,afirma. E garante só pensar em reeleição no segundo semestre: “Não tenho tempo para ficar discutindo eleição”

Reprodução

Nesse momento, não tenho tempo para ficar discutindo eleição.” A afirmação é do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Maranhão (OAB-MA), Thiago Diaz. Em entrevista ao jornal O Imparcial, Diaz garante estar focado em seguir cumprindo suas propostas de campanha antes de falar em reeleição. Atualmente, ele considera já ter realizado 80% de suas promessas e rechaça as críticas de quem não entende como funciona um programa de gestão de três anos.
“Infelizmente nem todos têm a compreensão de que aquilo era um programa de gestão para três anos e esperavam que aquilo que não foi feito em 30 anos fosse feito em dois meses. Já cumpri 80% e estamos muito bem encaminhados para cumprir tudo”, afirmou o presidente da Ordem.
Thiago Diaz mostra-se satisfeito com os resultados obtidos por sua administração nos dois primeiros anos de mandato. Mas, apesar de observar avanços em diversas áreas e uma aproximação maior da Ordem com os advogados, o presidente da OAB-MA não revela se será ou não candidato à reeleição, mesmo que o assunto comesse a ganhar força nos bastidores.
O presidente da Ordem critica todos aqueles que estão colocando uma eleição à frente dos interesses dos advogados neste momento. “Eles podiam gastar esse tempo nos ajudando a trabalhar pelo bem da advocacia e não apenas reverberando questões políticas lá fora”, disse.

O IMPARCIAL – Qual balanço o senhor faz de sua administração?
THIAGO DIAZ – O balanço é muito positivo. Acredito que a gente tem conseguido alcançar aquilo que nós nos comprometemos com a advocacia do Maranhão, de tornar a Ordem mais próxima de cada advogado, de cada advogada desse estado, de tornar a Ordem mais presente no dia a dia da advocacia maranhense, especialmente dos advogados que militam no interior do estado.

Como foi possível fazer essa aproximação à qual o senhor se refere?
Com ações que facilitem e melhorem a vida do advogado do ponto de vista operacional com infraestrutura. Nós, em dois anos, já instalamos quase 30 salas da OAB em fóruns da capital e do interior o estado. Acho que isso demonstra a busca da estrutura física da OAB para que o advogado possa, efetivamente, ter uma estrutura física para melhorar e facilitar o seu exercício profissional. Isso a gente alcança com a defesa de prerrogativas eficientes que estejam presentes no dia a dia da advocacia. Criamos o Núcleo Estadual de Defesa de Prerrogativas visando ampliar e amplificar as ações de prerrogativas da Seccional. Esse é um ponto muito importante da advocacia brasileira e do Maranhão. Essa tem sido a maior bandeira da nossa gestão, apoiando e dando incentivos e condições de trabalho a quem tem nos ajudado na defesa das prerrogativas. Você alcança essa proximidade com o advogado, por exemplo, com uma ESA [Escola Superior de Advocacia] mais atuante, ofertando cursos semanais nas mais diversas áreas do Direito para todos os advogados. Tivemos congressos, encontros e seminários. Acho que é outra maneira de você estar próximo do advogado, trabalhando sua capacitação.

O senhor se sente satisfeito com sua gestão?
Muito satisfeito, especialmente com a resposta que os advogados deram a esse pensamento, a essa ideia de renovação. Todos os dias, eu assino portaria de advogados ingressando em comissões. Isso mostra que o advogado abraçou a OAB, ele entendeu que a casa é de todos. Hoje nós temos 70 comissões na OAB com participação de mais de 700 advogados. Isso me deixa feliz. Independente de qualquer questão, há espaço para todos os advogados. Essa foi a proposta de renovação que eu trouxe em 2015, de trazer novos ares para a OAB, e acho que temos conseguido alcançar.

O que se pode melhorar neste último ano de seu mandato?
Estamos numa maratona, já demos muitos passos firmes e ainda faltam muitas coisas a serem feitas. A gente pode ainda intensificar e ampliar mais o que a gente já tem feito nas áreas de infraestrutura, de capacitação, de prerrogativas. Sempre cabe a gente caminhar mais ainda. Eu brinco que meu livro de cabeceira são as propostas que eu fiz em 2015 para a advocacia. E, dentro desse livro, tenho 80% dele cumprido, mas ainda faltam algumas propostas. É um programa de gestão, e a gestão é de três anos. Com certeza conseguiremos atingir a totalidade.
Apesar desse percentual de propostas já realizadas, sua gestão foi alvo de muitas críticas por conta das promessas não realizadas. Como o senhor avalia essas críticas?
Analiso com a tranquilidade que o ambiente democrático exige. Algumas são positivas, outras não. Infelizmente, nem todos têm a compreensão de que aquilo era um programa de gestão para três anos e esperavam que aquilo que não foi feito em 30 fosse feito em dois meses. Já cumpri 80% e estamos muito bem encaminhados para cumprir tudo. Meu primeiro ato foi reduzir a anuidade da OAB em 15%. Nós tínhamos a oitava anuidade mais cara do Brasil. Reduzimos em 15% no início de 2016. Em 2017 eu só atualizei a inflação, não subi. E, em 2018, está congelada. Hoje, temos a anuidade mais barata do Brasil com sobras: R$ 718,59, salvo engano. A segunda é do Amazonas, de R$ 749, a terceira é do Ceará: R$ 800. Este ano, além disso, extinguimos o sistema de pontos para jovem advocacia. A caminhada ainda precisa ser feita, mas os passos mais importantes já foram dados, já foram consolidados, foram dados com responsabilidade. Acho que a gente pode intensificar mais o que já está sendo feito e cumprir as poucas promessas que faltam ser cumpridas.

Quando o senhor fala que ainda precisa concluir a caminhada, isso significa que vai buscar a reeleição?
Eu penso que os projetos desenvolvidos pela Ordem precisam ser amplificados, ampliados e continuados. Isso sempre é importante em todas as esferas. Quanto a um novo mandato meu, tenho dito que o segundo semestre será o momento oportuno para eu responder isso por um simples fato: eu tenho um compromisso com a advocacia do estado do Maranhão de trabalhar muito para melhorar o dia a dia do exercício profissional do advogado. Já cumpri 80% das minhas promessas, mas ainda faltam 20%. Acho que, por enquanto, o que posso dizer é que o compromisso ora assumido é de continuar trabalhando. No momento oportuno, quando se avizinhar as eleições, aí sim sentar para avaliar a importância de uma candidatura ou não.

Muito se comenta a existência de um racha na sua gestão da OAB-MA. Isso procede?
Quem acompanha eleição de OAB ou qualquer processo eleitoral sabe que, quando se chega em ano eleitoral, você tem sempre movimentos de todos os lados. É natural o movimento de saída e entrada de pessoas. Dentro desse prisma, algumas pessoas saíram e muitas outras pessoas estão chegando. Quando me perguntam se eu sou candidato, eu respondo que sou presidente. Então, tenho que trabalhar. Quem é só candidato pode fazer aquilo que melhor lhe aprouver. Dentro desse mesmo prisma, tem muita gente fazendo política, trabalhando e discutindo eleições. Acho que é um tanto cedo, mas há pessoas que têm um pouco mais de tempo sobrando e essas pessoas fazem do seu tempo aquilo que entendem melhor. O meu tempo é dedicado e destinado para trabalhar pela Ordem e pela advocacia. Nesse momento, não tenho tempo para ficar discutindo eleição. Meu tempo é para cumprir o que me comprometi com a advocacia do Maranhão.

E se essas pessoas que estão fazendo política agora se dedicassem um pouco mais pela OAB?
Ajudaria muito, porque temos muito trabalho. Apesar de termos aumentado muito o contingente de operários aqui, efetivamente o trabalho é muito grande. Eles podiam gastar esse tempo nos ajudando a trabalhar pelo bem da advocacia e não apenas reverberando questões políticas lá fora.

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