ELEIÇÕES 2018

Flávio Dino deve ter apoio do PT estadual nestas eleições

Cúpula nacional garante que não irá interferir nas alianças no Maranhão como aconteceu em 2010 e 2014. Assim, Flávio Dino deverá ter, finalmente, o PT ao seu lado

O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) está animado com as garantias que obteve do Diretório Nacional da legenda a respeito da formação das alianças partidárias visando às eleições de 2018. Diferentemente do que aconteceu com o PT maranhense em 2010 e em 2014, quando a legenda sofreu intervenção da cúpula nacional e acabou apoiando oficialmente a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) e Edinho Lobão (MDB) nas eleições majoritárias, em 2018 a tendência é que não haja nenhum tipo de interferência no PT maranhense. Pelo menos foi exatamente esse o compromisso da presidente nacional, a senadora Gleisi Hoffman, em conversa com o presidente do Diretório Estadual, Augusto Lobato.

O diálogo entre Hoffman e Lobato aconteceu na semana passada. Lobato quis ter certeza de que, dessa vez, a decisão tomada no congresso estadual será seguida na prática. A resposta da presidente do PT agradou o dirigente maranhense que vê, de forma ainda mais cristalina, o apoio petista à reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB).

“Eu tive com a presidente e ela me deu a garantia de que no Maranhão não haverá intervenção. A decisão do congresso estadual será respeitada”, explicou Lobato à reportagem do jornal O Imparcial.

Intervenção

Nas duas últimas eleições para o governo do estado, a intervenção da cúpula nacional do PT interferiu naquilo que ficou firmado pelos militantes do PT maranhense. Em ambos os casos, Dino ficou sem o apoio do PT, que preferiu se aliar ao PMDB.

Em 2010, por exemplo, o PT esteve ao lado de Roseana Sarney e chegou a indicar o vice, o ex-deputado Washington Luiz. Os petistas maranhenses, que haviam decidido em apoiar o PCdoB naquela ocasião, tiveram que engolir a ordem do Diretório Nacional.

Na eleição seguinte, novamente um duro golpe ao PT maranhense. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão em manter a aliança com o PMDB. O gesto de Lula foi considerado como uma “brutal incoerência” por parte do então pré-candidato ao governo do estado, Flávio Dino, que, àquela altura, presidia o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur).

Em dezembro de 2013, Dino criticou a aliança entre PT e PMDB em entrevista ao jornal O Globo. “É uma brutal incoerência um partido que se autodenomina dos trabalhadores ser o principal sustentáculo da última oligarquia do Brasil”, disse Dino.

Apesar da ordem do Diretório Estadual, uma parcela dos petistas maranhenses estiveram ao lado de Dino nas eleições de 2014. “Historicamente, o PT do Maranhão é uma força antioligárquica. Essa virada do PT a favor de Sarney é muito recente. A questão no Maranhão não é só política, é meio sociológica”, afirmou Dino na mesma entrevista.

Indefinição

Com a garantia da cúpula nacional de que não haverá intervenção no Maranhão, o Diretório Estadual do PT começa a se mobilizar para construir e fortalecer suas candidaturas para 2018. Na eleição proporcional (deputado estadual e federal), o PT terá chapa própria, sem nenhum tipo de coligações. Isso é fato, mas ainda falta decidir a questão da eleição majoritária.

A atual diretoria do PT defende a tese de que o partido deve apoiar o governador Flávio Dino e, em troca, pleitear um lugar na chapa majoritária. O desejo dos petistas em mostrar força a todo custo vai acirrar as disputas internas. Nas próximas semanas, a legenda vai abrir espaço para a discussão do futuro político no Maranhão.

De acordo com o presidente Augusto Lobato, o PT possui pré-candidatos para o Senado e para o governo do estado. Para o Senado, Nonato Chocolate e Márcio Jardim foram os primeiros a indicar seus respectivos nomes. Já para o governo, o nome de Raimundo Monteiro será posto no debate interno.

“Vamos acatar as inscrições que são feitas dentro do partido tanto para governador, quanto para senador e vamos fazer um debate. Eu tenho uma posição, mas vou respeitar a decisão do nosso partido. Vamos enfrentar o debate interno no PT. Vamos fazer esse debate interno no partido, depois vamos fazer o encontro e o que for deliberado nesse encontro vai ser a decisão, que não terá interferência da presidência e nem do Diretório Nacional”, explicou Lobato.

Lealdade

O PT mantém vivo o desejo em estar na chapa majoritária do governador Flávio Dino, principalmente quando o assunto é lealdade. Questionado sobre se estaria animado com o “sim” de Dino, Augusto Lobato respondeu com um sonoro “lógico”.

“O PT sempre foi aliado do PCdoB. O PT é um partido leal e o Flávio sabe de quem ele pode contar. Somos aliados do Flávio de classe social. Não somos um aliado pontual, momentâneo. E o partido tem nomes a oferecer. Não tem subserviência ao governador Flávio Dino, tem é lealdade. Ele tem sido muito honesto com a gente, sincero, correto com o Partido dos Trabalhadores. E a política se faz com gestos. O caminho para mim é pela esquerda”.

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