POLÍTICA

Eliziane avalia mandato e não descarta concorrer ao Senado

Antes de viajar para capital que centraliza o poder do país, a parlamentar, concedeu uma entrevista a O Imparcial

Foto: Karlos Geromy

A deputada federal Eliziane Gama (PPS) retomou suas atividades em Brasília. Antes de viajar para capital que centraliza o poder do país, a parlamentar, que é coordenadora da Comissão da Câmara Federal sobre consumo de drogas entre jovens, concedeu uma entrevista a O Imparcial, em que falou sobre diversos assuntos, entre eles, Operação Lava-Jato, os resultados das eleições municipais de 2016, a sua relação com o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, e com o governador Flávio Dino, após as eleições, sobre o projeto “Maranhão contra as Drogas” e seus projetos políticos para o estado. Confira abaixo os melhores trechos da entrevista concedida a O Imparcial.

O Imparcial – O que a senhora destaca nesses dois anos de mandato como deputada federal?
Eliziane Gama – Nós tivemos uma atuação significativa na CPI da Petrobras, que fez um cenário da corrupção no Brasil. Tivemos um trabalho muito intenso que acontece em todo o Brasil, inclusive aqui na Maranhão, onde tivemos um trabalho atuante e identificamos mais de R$ 6 bilhões só em pagamento de propina de forma direta nesses desvios da Petrobras. Acho que esta foi uma atuação onde tivemos um nível de participação bem maior, até mesmo porque ela demorou e teve um tempo significativo, que foi no primeiro ano do nosso mandato onde assumimos uma responsabilidade partidária. Hoje estamos em uma outra comissão, que é a Comissão de Combate às Drogas que será mais intensificada em 2017.

O fato da Justiça ter colocado as delações da Operação Lava-Jato em sigilo nesse momento em que o Congresso está elegendo seus representantes não se torna um fator complicador nesse momento?
A Operação Lava-Jato não pode parar e para ela não parar precisamos que os agentes públicos da magistratura possam fazer o seu papel com a devida responsabilidade e liberdade, que é o que a gente tem acompanhado aqui no Brasil. Literalmente que foi uma tática do sigilo. Hoje, quanto mais transparência, é melhor para que a população saiba quem é o seu representante. Quanto mais a população tiver informação, mais ela exige, mais ela vai para rua. O poder público e as representações precisam dar uma resposta mais imediata para a sociedade.

O resultado das eleições municipais de 2016 criou um impacto muito grande na sua vida política?
Eu me preparei muito para governar São Luís. Viajei o Brasil e até para fora do país. Busquei os melhores técnicos. Elaborei os melhores projetos para a cidade. Cataloguei as melhores informações de como gerir uma cidade. Acho que fiquei muito centrada em me preparar e acabei não fazendo a política eleitoral. Claro que eu não esperava esse resultado. Naturalmente eu tive esse impacto, mas entendi que isso é política. A população entendeu que naquele momento não era para eu ser prefeita em São Luís. E a gente tem que aceitar a vontade soberana da população. Eu sou deputada federal. Estou exercendo o meu mandato com a devida responsabilidade. Mas o mais importante de tudo isso é que estou com a minha mente e a minha consciência tranquila. A gente aprende muito e cresce muito com as derrotas. Às vezes numa grande vitória, até os erros você acha que é correto. E nas derrotas até os acertos você pensa duas vezes antes de fazer porque você já sabe que tem que dobrar a cautela. Foi um grande aprendizado. Uma coisa que eu não vou mudar nunca são os meus valores, os meus princípios.

E como está a sua relação com o prefeito Edvaldo Holanda Júnior após as eleições?
Vai continuar como sempre foi. Eu sempre fiz meu mandato voltado para o meu estado e para São Luís. Recentemente recebi uma ligação do prefeito informando que as ambulâncias que nós mandamos para São Luís no ano passado fruto de emendas parlamentares de nossa autoria, já estão saindo. Ele me convidou inclusive para o ato de entrega. Campanha eleitoral passa. Depois ficam as pessoas. Fica a cidade. Fica o estado. Nunca me divergir com quem quer que seja. Sempre fui do campo da oposição no Maranhão. Mas sempre mantive boas relações.

E como está a relação do partido com o governo Flávio Dino?
O partido integra hoje a base do governo Flávio Dino. Eu tenho uma boa relação com o Flávio Dino. Nós votamos no Flávio em 2014. Agora em 2016, ele não entrou no primeiro turno das eleições. Ele garantiu que não faria isso. Ele só entrou no segundo turno, como ele fez. Nós do partido temos uma boa relação com Flávio Dino. A gente torce para que ele faça um bom governo para o estado. Agora todas as decisões passam pela cúpula do partido.

A senhora está à frente de uma campanha nacional contra as drogas. Como tem sido essa receptividade?
Eu assumi a responsabilidade de presidir esta comissão. Apresentando esta campanha para as instituições do estado e também apresentando a Campanha Maranhão Contra as Drogas. Esta é uma campanha que envolve todo mundo. Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Procuradoria Geral de Justiça, a sociedade civil, enfim, é impressionante como todos assumem esta causa. Até agora visitamos 15 municípios, dos quais já saímos encaminhados para o Sistema Municipal Contra as Drogas, que envolve o Conselho Municipal de Direito de Combate às Drogas, o Conselho Escolar e o Fundo Municipal de Combate às Drogas. O foco principal da comissão é um trabalho preventivo. Todas as denúncias que nos chegam estamos enviando para as autoridades competentes.

Quais são os seus projetos para o ano de 2018?
Estou à inteira disposição do meu partido. O PPS hoje faz um debate para ampliação de seu quadro para deputado federal. Estou me preparando para concorrer à eleição para o cargo de deputado federal ou ao Senado, assim se o partido realmente permitir. Hoje há um clamor, inclusive de lideranças não só partidárias, mas religiosas em todo o estado do Maranhão. Mas vou seguir o que o partido realmente determinar.

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