POLÍTICA

Opinião: E agora, Edivaldo?

Depois das urnas, o embate será com ele próprio Edivaldo, no enfrentamento da crise.

O mandato está renovado. São mais quatro anos para o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), saldar o débito para com os 285 mil eleitores que aprovaram o mandato que está chegando ao fim e deram-lhe voto de confiança para prosseguir até 2020. É um enorme desafio para um gestor que dependeu, em boa parte do que mostrou na campanha, da parceria com o governo Flávio Dino (PCdoB). Depois das urnas, o embate será com ele próprio Edivaldo, no enfrentamento da crise.
Na campanha de 2014, Dino chegou ao Palácio dos Leões, escorado num projeto de mudanças que sepultava o velho modelo sarneísta e fazia brotar novas práticas políticas. Seria investir em ações que reduzissem o fosso das desigualdades sociais, as quais nem meio século de sucessivos governos conseguiu abatê-las no essencial. Um comunista sem ser marxista, Flávio Dino está há dois anos tentando remover um pesado entulho de miséria, que humilha pelo menos 30 municípios mais vulneráveis aos indicadores de qualidade de vida.
Não é sem motivo que mais de um milhão de maranhenses são beneficiários do Bolsa Família. Programa que a classe média e os abastados consideram, de forma debochada, ou por pura estupidez, incentivador da preguiça. O “Mais IDH” de Flávio Dino é um programa corajoso e impetuoso. Esbofeteia aqueles que ouve falar de miséria, pensa que a conhece sem nunca ter entrado na casa de um miserável, ou de um conterrâneo que mora bem ali nas palafitas que “enfeitam” a paisagem lateral do Rio Anil.
A eleição de Edivaldo fez ecoar o som da esperança renovada. Aumenta o seu grau de responsabilidade diante do clamor da hora presente, como diria o poeta Nascimento de Moraes. E foi exatamente nessas regiões rurais e periféricas, da 10º Zona Eleitoral, que o prefeito encheu o cesto dos 41,6 mil votos que consagraram a sua vitória. Esse eleitorado reconheceu o trabalho da prefeitura e mandou o recado de que ainda precisa fazer muito. Por isso, preferiram não aventurar-se numa troca de comando municipal. Eduardo Braide só venceu na 1ª Zona Eleitoral, do Centro e bairros ricos do eixo Renascença/Calhau, onde o Bolsa Família é chamado de “esmola”.
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