OPINIÃO

Leia ‘Trump não é para nós’, sobre a eleição americana

Para nós, latinos, quem são os americanos hoje? Um bando de malucos que escolheram um desequilibrado para tomar as rédeas do país.

Na semana em que Donald Trump parou o mundo, uma declaração me chamou atenção. A estudante maranhense Andreia Ribeiro, moradora dos EUA há 18 meses, resumiu assim a vitória do republicano: “Olha, se a maioria o elegeu é porque não considera um erro. Essa eleição aqui foi muito parecida com a da Dilma e do Aécio no Brasil. Quem ama um, odeia o outro”, disse, em entrevista publicada em oimparcial.com.br.
Existem, pois, dois Trumps. O homem polêmico e supersincero, o empresário bem sucedido e empreendedor, a celebridade arrojada, o político ultranacionalista, disposto a proteger a América custe o que custar. Esse provavelmente foi o escolhido pela maioria dos americanos na última terça.
Inconcebível, porém, acreditar que viventes de um dos países mais desenvolvidos do mundo tenham escolhido como líder um aventureiro xenofóbico, aproveitador de mulheres, machista, fissurado em dinheiro e disposto a enxotar seres humanos de seu quintal só por eles não serem brancos de cabelos loiros. Ou melhor, por serem latinos.
Esse é o homem que conhecemos por aqui. Trump é um homem de defeitos. Porém, não é bobo em parecer ou ser assim. E aquele povo, muito menos em escolher um líder desses para governá-lo. Jamais faria isso. Mas, para nós, latinos, quem são os americanos hoje? Um bando de malucos que escolheram um desequilibrado para tomar as rédeas do país.
Estamos certos ou errados? O tempo dirá. Agora, mais vale entender que Trump não governará para nós e que somos e seremos sempre parciais na tarefa de analisar por que a nação americana preferiu um pop star tão diferente da atual estrela Barack Obama. Parciais, porém, coerentes, pois pensamos e opinamos em comum acordo com o que a mídia brasileira pregou e continua a apregoar: o demônio é um milionário falastrão de cabeleira laranja e trejeitos de celebridade. Você acredita nisso? Pensar assim é subestimar o povo americano. E subestimar o americano, sem dúvida, é uma má ideia.
Tenho de concordar com a estudante maranhense. Se mais da metade dos eleitores o escolheu, não pode ter sido um erro colossal. O republicano milionário, ex-apresentador de reality e hoje presidente eleito, está mais para o diferentão, o novo, o excêntrico, o contraponto ao status quo político americano. Algo que nós não estamos acostumados a ver e muito menos a votar. A verdade é que a mentalidade Trump está longe do nosso mindset latino, brazuca, alimentado pela mídia com generosas colheradas de ideologia democrata. Trump é americano, é dos americanos e é para os americanos. Não é pra nós.
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