Ontem foi dia de “prestação de contas” dos deputados em suas bases eleitorais no interior do Maranhão e da oposição e governo se estranharem na Assembleia Legislativa sobre os resultados das urnas. Quem perdeu, reclama, quem ganhou festeja. Essa é a essência do jogo político em qualquer parte. Perdedores nunca assumem as falhas e fraquezas. Preferem jogar a culpa em outros políticos. Porém, no fundo, todos sabem como se joga no poder, mas poucos sabem como se ganha fora do poder.
Os deputados de oposição miraram o governador Flávio Dino como alvo das críticas e responsável pelas derrotas em vários pontos do estado. Mas esqueceram de mostrar as fraquezas que os levaram às derrotas. Citam como exemplo da derrota governista: Rosângela Curado (PDT), em Imperatriz; Leonardo Coutinho (PSB, em Caxias; Leonardo Sá (PCdoB), em Pinheiro; e Amilcar Gonçalves, em Barreirinhas. No contraponto, aparece Coroatá, Alto Alegre e Peritoró, redutos de Ricardo. A prefeita de Coroatá, Tereza Murad, perdeu a reeleição para Luiz da Amovelar Filho, graças à pirraça e ao empenho pessoal de Flávio Dino contra seu maior inimigo, Ricardo Murad.
Em Caxias, ocorreu o desgaste natural de 12 anos dos Coutinho, a inabilidade do prefeito Leonardo (PSB) e a junção das raposas Paulo Marinho e José Gentil, com seus respectivos pimpolhos Fábio Gentil (prefeito eleito), e Paulo Marinho Júnior (vice). Já em Pinheiro, terra de José Sarney, o advogado Luciano Genésio, orientado pelo pai, José Genésio, fez uma operação de risco, sozinho, pelo centro, entre o prefeito Filuca Mendes e o médico Leonardo Sá, do PCdoB de Flávio Dino, e ganhou. Em Imperatriz, Assis Ramos ganhou pelo PMDB, sem ter nenhuma relação com os Sarney. Foi dele a vitória e ponto final.
Imperatriz sempre teve eleições complicadas para o governo estadual. Só Jackson Lago conseguiu ganhar fácil em 2006 e ajudar a eleger Sebastião Madeira em 2008. No mais, o eleitorado anda sempre olhando atravessado para qualquer gesto do governo estadual. Agora, o PCdoB retirou a candidatura do deputado Marco Aurélio (PCdoB) em troca do apoio a Rosângela Curado, do PDT, acordo que chegou a Barrerinhas, onde o PDT negaria legenda a Léo Costa, para lançar o médico Amilcar Gonçalves (PCdoB). Léo se revoltou e apoiou o inimigo Albérico Filho (PMDB), que ganhou.