Segundo turno é nova eleição. Nova temporada de caça ao voto, com discurso novo, propostas revisadas, olhar mais amplo para o eleitor e mostrar acara sem dissimulação. Com tempo de TV dividido meio a meio, Edivaldo Júnior e Eduardo Braide vão fazer uma campanha diferenciada. Ambos nasceram em São Luís e, provavelmente, foram colegas de alguma escola particular, pois são da mesma classe média alta.Eles se conhecem, literalmente, desde criancinhas.

Braide tem 40 anos e Edivaldo, 38. Nasceram no período duro da ditadura militar e nem tinham idade para se lembrar dos tempos cinzentos iniciados em 1964. Por exemplo, na greve da meia-passagem em São Luís, em 1979, Braide tinha três anos e Edivaldo, um. Apenas dava os primeiros passos. O atual prefeito tinha o pai, Edivaldo Holanda, como vereador em São Luís, e Braide também vivia no ambiente político familiar: o pai, Carlos Braide, já militava na Arena.

O pai de Braide e o de Holanda foram secretários do governador Luiz Rocha, primeiro eleito no Maranhão, em 1982, depois da ditadura. Todos, inclusive o próprio Luiz Rocha, pai do senador Roberto Rocha, são filhos da mesma matriz política: o sarneísmo. Seus filhos nunca foram militantes de esquerda e ambos são políticos de carreira, apesar de jovens. São peças parecidíssimas no tabuleiro. Ambos aliados de Flávio Dino.

Edivaldo Júnior foi o vereador mais bem votado em São Luís e depois deputado federal. Braide está no segundo mandato de deputado estadual, mas passou por órgãos do governo. São, portanto, duas lideranças ao redor dos 40 anos e com passado político limpo. Nesta eleição, porém, Edivaldo tem a máquina, uma robusta bancada na Câmara e o apoio de Flávio Dino. Contra ele, os sarneístas recalcitrantes, que até hoje resmungam a derrota de 2014. Braide tem o apoio de Roberto Rocha, Rose Salles e João Castelo – por enquanto.