ELEIÇÕES 2016

Candidatos usam nomes e jingles curiosos para chamar a atenção

665 candidatos que disputarão 31 vagas para vereador. E para garantir votos, muitos apelam para nomes e jingles bem incomuns

O período eleitoral já está a todo vapor e uma das coisas que mais chamam a atenção dos eleitores é a campanha eleitoral, que é feita pelos candidatos a futuros cargos das câmaras e prefeituras municipais. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral do Maranhão (TSE), existem 665 candidatos na disputa para 31 vagas de vereador em São Luís. Ou seja, uma concorrência de 21,45 por vaga.
E dentro desse mundaréu de números e escolhas, existem aqueles que se destacam não pelo partido que está coligado ou suas convicções, mas pelos nomes peculiares adotados, que normalmente divergem do padrão do primeiro nome e sobrenome.
Além de apelidos, os candidatos incorporam nomes que referenciam bairros – provavelmente de origem –, assim como características físicas ou de caráter, profissão exercida e também referenciam celebridades ou nomes populares, tudo para chamar a atenção do eleitor. Entre os jingles de campanha, se destacam as versões de músicas já conhecidas em grande parte de artistas do gênero do forró, onde os números dos candidatos são repetidos em looping.
O impacto do nome
O professor de Comunicação e doutorando em Políticas Públicas pela Ufma, Franklin Douglas, chama a atenção para o impacto nem sempre positivo da escolha dos nomes ou slogans eleitorais. “Numa eleições em os candidatos à prefeitura, cargo de maior exposição e mobilização de debate, não consegue chamar a atenção de 64% dos eleitores, que ainda não tem candidato a prefeito/a, segundo o instituto Ímpar, imagine como não está a situação dos candidatos a vereador?. Esse recurso de nomes “criativos” é uma tentativa de mobilizar uma parcela do eleitorado mais desconcentrada do debate político-eleitoral. Geralmente, em São Luís, não tem funcionado. Não passam do divertimento no horário eleitoral, que agora diminuiu mais ainda a possibilidade desse fenômeno, digamos, “Tiririca”, a medida que não a mesma exposição das eleições anteriores”, explica o professor Franklin. Ele conta também que nos últimos anos a expressividade e êxito dessa estratégia é pouca ou quase nada. “Não me lembro de nenhum vereador eleito com essa estratégia de nome exótico na capital”, conta Frankin.
Confira os nomes mais estranho adotados pelos candidatos em São Luís
Lamparina
Cocota
Andrea A Fina
Cueca Martins
Socorrinha – Vai de Vez
Garoto Mídia
Feio
Pinguim
Popy’s do Povo
Tok Tok
Pé no Chão
Loura da Bota
Hang Louse
Metanol
Enfermeira Gorete
Dr Allan
Professor Lisboa” ou o “Professor da Cidade Olímpica
Carlão da Estiva
Claudia Codó
Ilzimar Cearense
Famosos pelo apelido
Muitas pessoas não conhecem o seu Raimundo João Matos, porém, o “arrupiado” já foi reconhecido até na cidade de Sant’Ana em Macapá. O candidato a vereador conta que o apelido surgiu durante o trabalho que exercia como Operador de Máquina Empilhadeira na Vale.
“Eu era operador e um dos mais novos na Vale. Já faço esse trabalho há 30 anos, e quando comecei, fazia os carregamentos com muita rapidez. Era um dos mais rápidos, mas por conta da poeira, que era muita, o cabelo ficava meio arrepiado. Ficava todo pra cima. Então, um senhor que tinha lá começou a chamar ‘ei arrupiado, descarrega pra cá, descarrega pra lá’, nisso os peões que trabalhavam comigo gostaram da brincadeira e até hoje todo mundo me conhece assim”, conta Raimundo.
Ele reforça também que escolheu o apelido para se candidatar porque sabia que alcançaria mais pessoas dessa forma. “Olha, hoje eu prefiro ser chamado de Arrupiado mesmo, já ando por todos os lugares e sou reconhecido assim”, destaca Raimundo.
A estudante Radna Maluf diz que quando vê nomes peculiares acha bastante engraçado, porém, acredita que não se deve levar uma eleição apenas no campo da brincadeira. “Para mim não tem credibilidade, não seria muito melhor se usar o nome real da pessoa?”, questiona Radna. Ela afirma que não votaria em um candidato que tivesse um nome absurdo, mas que acompanharia a propaganda eleitoral para ver se as propostas eram realmente boas. “Acho que alguns nomes são ridículos e não impõem respeito à própria pessoa, talvez usar um apelido mais comum fosse mais aceitável para não se expor ao ridículo”, afirma Radna.
Dados do TSE
Segundo dados do TSE no Maranhão, são 4,61 milhões de eleitores, cerca de 110 mil a mais se comparado às eleições gerais de 2014. Então, aos candidatos que precisam receber muitos votos para conseguir se eleger, um pouco de irreverência talvez possa ser o diferencial para que o seu nome seja lembrado na hora de confirmar os números na urna eletrônica.
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