ELEIÇÕES 2016

Maranhão avermelhado

Análise do jornalista Raimundo Borges sobre o cenário político maranhense

Não é surpresa que o cenário político maranhense mudou radicalmente de 2014 para cá, com a saída de cena do senador José Sarney, o desmoronamento de seu pedestal político cinquentenário e a imediata ocupação do espaço vazio pelo governador Flávio Dino, o primeiro eleito em 93 anos do PCdoB. O Grupo Sarney era tão robusto e expandido que quando desabou a parte central da estrutura, que era Roseana Sarney, os anexos vieram juntos.
Números divulgados pela Justiça Eleitoral informam que 506 candidatos estão registrados para disputar as 217 prefeituras do Maranhão e que desses nada menos que 106, o equivalente a 20%, são do PCdoB. Como em 2012, o “Partidão” lançou no Maranhão mais de 60 candidatos majoritários (prefeito e vice). Significa que os dois anos de gestão de Flávio Dino à frente do Palácio dos Leões fez brotar uma árvore que está apenas abrindo a copa. E mais: grande parte dessa frondosa leva de candidatos tem chances reais de vitória nas prefeituras.
Ocorre uma inversão do PCdoB em relação ao PMDB, partido dominante no Maranhão desde quando nasceu, em 1980, como substituto do MDB, fundado em 1966. Nas eleições de outubro próximo, o PMDB é o quarto partido em número de candidatos a prefeito (49), nenhum com desempenho nas pesquisas que vislumbre chances nos municípios. O contrário ocorre com o PCdoB, comandado pelo jornalista e secretário de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry, homem forte do governo dinista.
Não quer dizer que o Maranhão marcha para se tornar uma comunização política em larga escala, formada pelo PCdoB. Porém, trata-se do reflexo do processo político impulsionado pela força dos Leões instalados no Palácio, sede do poder maranhense. Flávio Dino faz um governo de gestão técnica e, obviamente, política. Tem espalhado o peso das ações do Estado em todos os quadrantes e já revela que há espaço a ser ocupado por liderança forte, num governo de alta aprovação, apesar da crise e de sua postura ideológica, vista de esguelha pelo conservadorismo endinheirado do Maranhão. Muito mais, dos perdedores de 2014.
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