Dilma se defende no Senado contra processo de impeachment
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Dilma Rousseff comparou o momento atual com o julgamento histórico a que foi submetida durante a ditadura. “Hoje só temo a morte da democracia por qual muitos de nós neste plenário lutamos. Ela encerrou o discurso por volta de 10h35. A presidente afastada foi aplaudida. O interrogatório começou por volta de 10h50, com a fala da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO).
“Viola-se a democracia e pune-se uma inocente. Estamos a um passo de um verdadeiro golpe de Estado”, disse a presidente afastada. Ela passa à defesa técnica, questionando a acusação alegada de crimes de responsabilidade por operações de crédito suplementar. “Agi em conformidade plena com a legislação vigente”.
“Todos sabem que esse processo foi aberto por chantagem explícita do ex-presidente da Câmara”, diz Dilma, em alusão a Eduardo Cunha. “Todos sabem que não enriqueci no exercício de cargos públicos, que não desviei dinheiro e nem tenho contas no exterior. Serei julgada por crimes que não cometi”.
Dilma Rousseff evocou as eleições de 2014 para lembrar a insatifsação da “elite econômica”: “O que se pretendeu permanentemente foi a afirmação do quanto pior melhor, para desgastar o governo”.
“A ruptura democrática se dá por meio de pretextos constitucionais. Invoca-se a Constituição para que o mundo das aparências encubra hipocritamente os fatos”, disse Dilma. Ela se referiu ao processo como conjunto de “pretextos para derrubar o governo de uma mulher que ousou ganhar duas eleições consecutivas”.
A presidente afastada teve a voz embargada quando mencionou os eventos esportivos realizados durante o governo petista – a Copa do Mundo, Olimpíadas e Paralimpíadas. Ela interrompeu a fala para beber água e recebeu aplausos.
Dilma mencionou estar com consciência tranquila, e por isso foi ao Senado; para olhar “diretamente nos olhos” de quem a julgará para dizer que “não cometi os crimes dos quais sou acusada”. Ela fala em “resistir para acordar consciências ainda adormecidas, para que juntos finquemos o pé no terreno que está do lado certo da história”. Ela diz que a energia para lutar pelo mandado vem do que acredita.
A presidente afastada diz que na jornada contra o impeachment recebeu críticas “com humildade”. “Entre meus defeitos não está a deslealdade e a covardia”, afirmou. A presidente se emocionou ao se referir ao período em que lutou contra a ditadura, sentindo “o peso da injustiça sobre os ombros”.
Dilma começou a falar por volta de 9h50. Abriu o discurso se referindo às autoridades e aos “cidadãos de meu amado Brasil” . “Sempre acreditei na democracia e no Estado de Direito. Jamais atentaria contra o que acredito ou praticaria atos contrários aos interesses dos que me elegeram”.