CÂMARA

Maranhão adia decisão do recurso de Cunha

O andamento do processo de cassação do mandato do peemedebista vai atrasar mais um mês

O fantasma do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), continuará ainda assombrando a Casa por, pelo menos, mais um mês. Com a decisão de que os deputados entrarão em recesso na segunda quinzena deste mês e o adiamento, para a próxima semana, da votação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), do recurso do peemedebista contra a própria cassação, Cunha decidiu permanecer na ribalta por mais um tempo, apesar das novas revelações da Lava-Jato de que ele orientou o pagamento de propinas ao ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves. “Ele vai continuar sangrando mais um pouco”, disse um aliado, lamentando a decisão do peemedebista.
A renúncia de Cunha da Presidência da Câmara era um rumor intenso que permeou Brasília nos últimos cinco dias. Desde a última sexta-feira, aliados do peemedebista espalharam, publicamente, que ele já não apresentava mais resistências à ideia de entregar o cargo em um grande acordo para manter o mandato. Ao longo do dia de ontem, a expectativa dos parlamentares sobre Cunha abdicar ao cargo se esvaiu.
Primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PDT-SP) disse não acreditar mais que Cunha renuncie nesta semana. Ele acha que o peemedebista aguardará pelo menos o recesso branco ocorrer, para decidir se abdicará do cargo. “Já era para ele ter feito isso. Mas não fez. Agora, vai aguardar”, disse. “Cunha está em busca de um fiador para esse acordo. O problema é que, cada vez mais, fica difícil achar quem esteja disposto a assumir esse fardo”, disse um interlocutor do Planalto.
O recurso apresentado por Cunha à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contra o pedido de cassação aprovado no último dia 14 pelo Conselho de Ética será lido hoje pelo plenário do colegiado. O relator do recurso, deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), entregou ontem o parecer lacrado, gerando críticas de seus pares. A expectativa é de que o texto seja lido hoje, algum aliado de Cunha apresente um pedido de vistas e a votação fique para a próxima terça-feira.
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