ELEIÇÕES 2016

Embate entre Bira e Roberto aprofunda impasse no PSB

Partido deve decidir por apoio ao pré-candidato do PDT, Edivaldo, ou manter a candidatura própria do deputado Bira do Pindaré

Partido deve decidir por apoio ao pré-candidato do PDT, Edivaldo Holanda Júnior, ou manter a candidatura própria do deputado Bira do Pindaré à Prefeitura de São Luís
Faltando uma semana para a abertura do prazo das convenções partidárias, que vai de 20 de julho e 5 de agosto, a sucessão municipal de São Luís ganha novos ingredientes na composição das coligações que disputarão o Palácio La Ravardière, sede da prefeitura. O PSB virou uma encrenca interna e uma solução externa. Seus integrantes, muitos procedentes do PT, apoiam a candidatura própria, do deputado estadual Bira do Pindaré, egresso do PT.
Esse é um dos pontos da discórdia que está azedando a vida dos socialistas maranhenses. O senador Roberto Rocha, maior estrela no PSB estadual, controla a comissão provisória municipal de São Luís, cuja presidência encontra-se com o vereador Roberto Rocha Júnior. Está praticamente fechado com o PDT do prefeito Edivaldo Júnior, uma articulação que não conta, porém, com o aval do governador Flávio Dino, do PCdoB.
Na sexta-feira passada, Roberto Rocha e Flávio Dino estiveram reunidos à tarde toda no Palácio dos Leões, discutindo as relações políticas e como desatar o nó que amarra parte da sucessão municipal de São Luís. O governador fincou o pé na parede, tentando convencer Rocha sobre a viabilidade da candidatura própria do PSB, com o deputado Bira do Pindaré, até abril passado, seu secretário de Ciência e Tecnologia. Apesar da longa conversa, os dois líderes não chegaram a um denominador. Roberto Rocha quer levar o PSB para aliança com o PDT de Edivaldo Júnior, contando para isso com o apoio total do presidente nacional, Carlos Siqueira. Paralelamente, o deputado Weverton Rocha, mandachuva no PDT e líder de sua bancada na Câmara, trabalha no mesmo sentido da aliança.
Foto como carimbo
Para oficializar a coligação, a ideia é que Weverton Rocha, Carlos Siqueira e Carlos Luppi, presidente nacional do PDT, se reunirão em Brasília para sacramentar a união com Edivaldo Júnior. A foto do encontro servirá para “oficializar” o ato e depois ser difundida nas redes sociais. Antigamente era documento em cartório, mas hoje os compromissos digitalizados têm mais valor e maior abrangência. É a tecnologia a favor da verdade política.
Por sua vez, o deputado Bira do Pindaré continua irredutível com sua proposta de candidatura. Mas está enfrentando dificuldade no PSB. Anteontem, representantes de segmentos ligados à militância socialista tentaram entregar um documento de apoio a Pindaré, mas chegaram à sede do partido e encontraram-na de portas fechadas. O deputado diz que sua candidatura é de esquerda, tem o apoio de Flávio Dino que, por sua vez, anda de relações arrepiadas com Roberto Rocha.
Até provar que, por reforma política, em 2018 não haverá mudança que retire da Constituição Federal a reeleição para cargos no Executivo, Flávio Dino será candidato à renovação do mandato. Caso haja alteração e a reeleição seja apagada da política nacional, o atual governador disputará uma das duas vagas que haverá no Senado. É o espaço que Roberto Rocha sonha – ser candidato a governador o quanto mais cedo possível.
O pomo da discórdia
É nesse pomo da discórdia entre o senador e o governador, que foram fortes aliados em 2014, embora cada qual diga que ajudou a eleger o outro. Eles batem cabeça há algum tempo. Rocha já declarou que assim como teve ajuda de Dino para se eleger, também encheu o cesto de votos que o levou ao Palácio dos Leões. No caso de São Luís, Dino disse que não vai suar o paletó por nenhum candidato de sua base aliada. Diferente do que fará no interior.
Hoje, a principal adversária de Edivaldo Júnior é a deputada federal Eliziane Gama. Ela chegou a andar de braços dados com Roberto Rocha, mas ele desistiu do projeto, para lançar o filho, Roberto Rocha Júnior à disputa de prefeito de São Luís. Como o jovem vereador não tem lastro suficiente para tanto, hoje, virou o nome mais provável para vice de Edivaldo.
Bira vice
Bira jogando a toalha, ele sim será o companheiro preferencial na chapa de Edivaldo, que, em síntese, deixaria o PCdoB de Flávio Dino fora da eleição majoritária da capital. Talvez esse seja o nó que a cúpula do grupo que elegeu Flávio Dino em 2014 ainda não conseguiu desatar. No caso do PSB, não será descartável nem uma eventual intervenção – à moda petista em 2010 – para formatar a aliança com o PDT e acabar com o ouriço da militância.
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