TURBULÊNCIA

PF lança suspeitas sobre campanha de Eduardo Campos em 2010

Operação iniciada nesta terça descobriu esquema criminoso a partir da aeronave que caiu com o presidenciável em 2014

Para desarticular organização especializada em lavagem de dinheiro que atuava desde 2010 nos estados do Pernambuco e Goiás e que teria movimentado mais de R$ 600 milhões, a Polícia Federal iniciou nesta terça a Operação Turbulência. O esquema só foi descoberto a partir das investigações sobre a aquisição da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que transportava o ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência da República, Eduardo Campos. A aeronave caiu em Santos, em agosto de 2014, causando a morte de Campos.
Ainda manhã desta terça, em coletiva de Imprensa no Recife, o superintendente Regional da Polícia Federal, Marcelo Diniz Cordeiro e os delegados Andrea Pinho e Daniel Silvestre, responsáveis pela operação, disseram que o esquema criminoso serviu a campanha de Eduardo Campos. “O esquema foi utilizado para pagar propina na campanha do governador”, afirmou a delegada Andrea Pinho.
O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) foi apontado pela Polícia Federal como um dos intermediadores dos recursos com as 18 empresas de fachada que estariam envolvidas no esquema. Dezessete empresas estão localizadas em Pernambuco e uma em Goiás, entre elas Bandeirantes Pneus, AF Andrade e Câmara Vasconcelos, todas pernambucanas.
Ainda segundo a PF, Fernando Bezerra Coelho, já investigado pela Operação Lava-Jato, faria parte do esquema desde 2010 e também seria encarregado de recolher recursos com essas empresas para a campanha de reeleição de Eduardo Campos no governo de Pernambuco em 2010.
A Turbulência conseguiu cumprir 16 dos 24 mandados de condução coercitiva e quatro dos cinco mandados de prisão expedidos pela Justiça.
Dois empresários com atuação em Pernambuco, João Carlos Lyra de Melo Filho e Eduardo Freire Bezerra Leite, foram presos quando desembarcaram no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Eles embarcaram juntos na madrugada desta terça-feira no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife. O voo foi acompanhado por dois policiais, que aguardavam a o mandado de prisão. De acordo com a PF, Eduardo Freire tinha passagem comprada para Miami, para onde seguiria ainda nesta terça. Com ele foram encontrados U$ 10 mil em espécie.
Já Apolo Santana Vieira foi preso em uma academia no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Também foi detido Artur Roberto Lapa Roval. Paulo César de Barros Morato é considerado foragido.
Todos os presos foram encaminhados para a sede da Polícia Federal no Recife, na Avenida Cais do Apolo, para onde também foram levados quatro carros de luxo, entre eles um Porshe, uma Land Rover e um Audi. Também foram apreendidos dois helicópteros e um avião avaliados em R$ 9 milhões.
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