LAVA JATO

Sarney diz em gravação que ‘a ditadura da Justiça está implantada’

Em novos trechos da conversa com Sérgio Machado, divulgados pela TV Globo, o ex-presidente faz críticas duras ao Poder Judiciário

Em diálogo gravado e de posse da Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente José Sarney (1985/1990) criticou pesadamente o Judiciário brasileiro. “A ditadura da Justiça tá implantada”, disse Sarney, em meio a conversa com citações ao juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Sarney (PMDB-AP) conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, alvo da Lava Jato. Em dezembro de 2015, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Catilinárias e fez buscas na residência de Machado. Acuado, o executivo decidiu gravar conversas com expoentes do PMDB, como o ex-ministro do governo interino Michel Temer, Romero Jucá, e o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O diálogo entre Sarney e Sérgio Machado ocorreu em março. Em dado momento eles atacam o Judiciário, conforme revelou a repórter Camila Bonfim, da TV Globo, que teve acesso com exclusividade aos áudios.
Sobraram hostilidades também para a imprensa. “Não teve um jurista que se manifestasse. E a mídia tá parcial assim. Eu nunca vi uma coisa tão parcial. Gente, eu vivi a revolução. Não tinha esse terror que tem hoje, não. A ditadura da toga tá f.. “, disse Machado. “A ditadura da Justiça tá implantada, é a pior de todas!”, respondeu Sarney. Machado completou: “e eles vão querer tomar o poder. Prá poder acabar o trabalho”.
Operação Lava Jato
Após a divulgação de conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) divulgou nesta sexta-feira (27/5) nota afirmando que nunca teve o objetivo de interferir nas investigações da Operação Lava-Jato e fez um pedido de desculpas aos advogados que citou como sendo próximos ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). “Jamais passou pela minha cabeça interferir ou envolver-me com a operação Lava-Jato, que, de minha parte, até hoje, só tem recebido manifestações de apoio”, informou o ex-presidente.
Em um dos trechos de uma conversa entre Sarney e Machado, no dia 10 de março, o ex-presidente diz que vai conversar com o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha como alguém que teria proximidade com Teori. Em outra gravação, no dia seguinte, o presidente do Senado, Renan Calheiros, em diálogo com Sarney e o ex-dirigente da Transpetro, sugere o advogado Eduardo Ferrão como alguém próximo ao ministro
“Quero esclarecer que Sérgio Machado gozava de minha absoluta confiança e frequentava assiduamente minha casa. Por ele tinha apresso (sic). Vendo um amigo em momento de desespero, prontifiquei-me a orientá-lo e cheguei mesmo a sugerir nomes que poderiam aceitar participar de sua defesa. Daí minha ressalva de que não desejava contato com seu advogado”, justificou Sarney.
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