BATALHA

Governo tem minoria na comissão de impeachment no Senado

Previsão de parlamentares da oposição é que a votação final sobre o processo seja realizada até setembro no plenário do Senado

Plenário do Senado

As indicações dos 42 nomes que vão compor a comissão especial que analisará admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado já estão concluídas. Ontem, o bloco do governo indicou os parlamentares que farão parte do colegiado, finalizando a lista de indicados. Na próxima segunda-feira, a comissão elegerá os parlamentares e dará início aos trabalhos. Os senadores do bloco do governo indicados ontem — Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lindbergh Farias (PT-RJ), José Pimentel (PT-CE) e Telmário Mota (PDT-RR) — e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB -AM) são pelo menos cinco dos 21 titulares declaradamente contrários ao impeachment.

Um dos indicados pela oposição, o senador José Maranhão (PMDB-PB) desistiu ontem de fazer parte do colegiado. Será substituído pelo suplente Dário Berger (PMDB-SC).
“O Brasil é muito maior que essa crise, do que qualquer partido e governo. Estamos afundando em uma bacia d’água. Se a gente levantar, deixa de morrer afogado”, Romero Jucá (PMDB-RR), senador.
Após ser instalada, na segunda, a comissão terá 10 dias para apresentar o parecer sobre a admissibilidade do processo. O plenário do Senado elegerá segunda os 21 titulares e 21 suplentes. Depois, caberá a Raimundo Lira (PMDB-PB), o mais velho do colegiado, convocar a primeira reunião para eleger presidente e relator. Lira também foi indicado para presidir a comissão. As siglas foram divididas em cinco blocos. O número de vagas na comissão foi proporcional ao tamanho das bancadas. Para aprovar o relatório, basta maioria simples na comissão e no plenário, para onde o processo é encaminhado independentemente do resultado. O Senado é composto por 81 parlamentares.
O bloco da maioria, formado pelo PMDB, partido com maior número de parlamentares na Casa, teve prioridade na escolha da presidência. Lira foi indicado pelo líder da bancada, Eunício Oliveira (CE). Em entrevista na última semana, o senador se disse indeciso em relação ao processo.
“Tenho uma extraordinária relação pessoal com o senador Anastasia, mas alguém pode imaginar que isso não é um jogo de cartas marcadas?” Jorge Viana (PT-AC), senador.
Já o bloco da oposição, formado pelo DEM, PSDB e PV é o segundo maior e por isso pode optar pela relatoria, que ficará com Antonio Anastasia (PSDB-MG). O mineiro já se declarou favorável ao impeachment. O bloco do governo é formado por PT e PDT. Se fosse considerado somente o partido, o PT e o PSDB teriam o mesmo número de indicados.
Ontem, além do bloco do governo, o bloco Socialismo e Democracia, formado por PPS, PCdoB, PSB e Rede indicou Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Romário (PSB-RJ) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) como titulares.
A previsão é que o relatório pela admissibilidade seja votado no dia 10 e a votação quanto ao impeachment ocorra em setembro. Senadores da oposição já dão como certa a aprovação da admissibilidade do processo no Senado antes do dia 12 de maio. “Entre os dias 10 e 12, o plenário poderá votar o afastamento de Dilma”, afirmou o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), líder do partido no bloco da oposição da Casa.
O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), também acredita que, antes de 15 de maio, haverá uma definição do processo e Dilma estará afastada. Ele classificou o discurso do governo como “ideológico e atrasado” e, no entender dele, não dá previsibilidade aos agentes econômicos para destravar os investimentos. “O Brasil é muito maior que essa crise, do que qualquer partido e governo. Estamos afundando em uma bacia d’água. Se a gente levantar, deixa de morrer afogado”, afirmou.
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