A manhã foi dividida em dois momentos distintos. O primeiro foi uma reunião, ocorrida na Assembleia Legislativa. O diretor-geral do Dnit, Valter Casimiro Silveira, ouviu bastante no início do encontro. No segundo momento, os diretores do Dnit e os deputados presentes ao encontro se deslocaram à BR-135, para ver, in loco, a situação da rodovia.

Na Assembleia, quem abriu os discursos foi o deputado federal André Fufuca (PP), líder da bancada maranhense na Câmara Federal, que lembrou a grande espera pela duplicação que nunca aconteceu de fato. “Se a classe política está descrente na conclusão desta obra, imagine a população. Há mais de 30 anos, lutamos por essa duplicação. […] Há poucos dias, uma professora faleceu por causa da BR-135”.

André Fufuca ainda disse que a bancada federal acredita na sensibilidade da direção do órgão. “Nós ficamos muito sensibilizados e animados com a notícia dada pelo ministério. Mas quero que o senhor fale como estão as obras e quando elas devem ser concluídas”.

O deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB) destacou que o tema se tornou agenda comum para todos os políticos do Maranhão “Esta mesa mostra a gravidade do problema. Esta é uma reivindicação da bancada federal, da bancada estadual, do governo do Estado e da população. A situação é tão calamitosa que nenhuma autoridade do Maranhão pode se eximir dela. Os deputados não podem ficar calados diante da situação”.

Rubens Júnior lembrou que o governador do Estado chegou a anunciar que iria ingressar na Justiça para ter as melhorias nas BRs. “O Maranhão é tão carente que está pedindo a primeira duplicação de uma BR, enquanto que outras capitais nordestinas já têm isso há muito mais tempo. As estradas do Maranhão têm pior qualidade que as estradas de outros estados”, completou o deputado.

Os deputados estaduais também se posicionaram sobre o problema das BRs. Eduardo Braide (PMN), que durante todo o ano passado, questionou muito a situação da BR-135, lembrou que o problema vem de longas datas. “Na legislatura passada, tivemos quatro audiências públicas, três visitas à BR-135 e mais de 15 requerimentos enviados ao Dnit. E nada foi feito. Na BR-135, já tiveram mulheres que deram à luz, pessoas que já passaram mal, vários episódios, entre eles, aquele que vitimou a bailarina no mês passado”, destacou o deputado. Braide fez alguns apelos ao diretor-geral do Dnit. “Além do que já foi dito, quero fazer dois pedidos em relação a BR-135: a construção de passarelas nas proximidades dos maiores bairros da zona rural de São Luís e a inclusão do projeto BR Legal aqui no Maranhão”. Wellington do Curso (PP) reforçou o discurso de cobrança. “O governo federal tem uma dívida com o Governo do Estado do Maranhão. Tem uma dívida com o povo do Maranhão. […] Nós temos uma única entrada em São Luís e precisamos dela recuperada”. Rogério Cafeteira (PSB) foi além das rodovias em estado crítico. “Nós temos necessidade de recuperação em quase toda malha viária do Maranhão nas BRs. Gostaria que o Dnit fosse objetivo no que diz respeito ao plano de trabalho de recuperação, os trechos que serão feitos e de onde vem a dotação orçamentária para a recuperação”. O secretário de Estado de Infraestrutura, Clayton Noleto, esteve na reunião, representando o governador do Estado, Flávio Dino. Segundo Noleto, o Dnit tem procurado atender às carências, mas isso ainda é pouco. “Reconhecemos o esforço que vem sendo feito pelo Dnit no Maranhão e pela direção geral em Brasília. Mas São Luís é ainda a única capital brasileira que tem esse problema [falta de estrutura na BR que a corta]. […] Tudo isso faz com que a sociedade fique descrente, não acredite mais que algo seja feito”, lamentou.

Fábio Macedo (PDT) – presidente

Junior Verde (PRB) – vice-presidente

Rafael Leitoa (PDT) – relator

Levi Pontes (PCdoB)

Vinicius Louro (PR)

Rogério Cafeteira (PSB)

Roberto Costa (PMDB)

Bira do Pindaré (PSB)

Quando teve espaço aberto para responder aos questionamentos dos parlamentares e da imprensa, o diretor-geral do Dnit não teve muito o que acrescentar ao que já vinha sendo dito pelo superintendente regional no Maranhão, Maurício Itapary. Segundo Valter Casimiro Silveira, problemas financeiros levaram à falta de pagamentos dos serviços prestados pela empresa que vinha fazendo a duplicação da BR-135. “Em relação à BR-135, no ano passado tivemos problemas no fluxo de caixa, que impossibilitou o repasse de verbas para a empresa contratada. Mas, hoje, já não existe essa dívida e intimamos a empresa que retomasse imediatamente as obras”.

Valter disse também que o mesmo esforço está sendo empreendido na rodovia federal que liga o Maranhão ao Pará. “Também está sendo contratado, na BR-222, o mesmo serviço emergencial e que se coloque o número de equipes além do que se coloca de costume. Ontem [sexta-feira], eu assinei o pedido de empenho para contratação da empresa que vai fazer o serviço por lá”.

O diretor finalizou se comprometendo em atender algumas reivindicações apresentadas no encontro. “O Dnit sabe que alguns processos são demorados, mas conseguimos fechar alguns processos e entramos com algumas medidas emergenciais. […] Vou pedir para o pessoal da equipe de projeto para elaborar a colocação das passarelas”.