LAVA-JATO

Polícia Federal realiza operação na casa do ex-presidente Lula

Justiça autoriza condução coercitiva de Lula para prestar depoimento

Cada vez mais evidências mostram ligação estreita de Lula com empreiteiras

A Polícia Federal (PF) deflagrou a 24ª fase da Operação Lava-Jato, apelidada de Aletheia, na qual cumpre mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando o investigado é levado a prestar depoimento de maneira forçada. O petista ainda é alvo de mandados de busca e apreensão em sua casa, em São Bernardo do Campo (SP) e no Instituto Lula, em São Paulo. Agentes também cumprem mandados na casa do filho de Lula, Fabio Luiz Lula da Silva. Um mandado de condução coercitiva também é cumprido contra o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto.

Há buscas também em Atibaia e Guarujá, cidades que possuem imóveis atribuídos ao ex-presidente. Em São Bernardo, são cinco mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva. Em Atibaia, uma condução coercitiva e duas buscas. No Guarujá, um mandado de busca. São, ao todo, 200 policiais e 30 auditores da Receita Federal em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Eles cumprem 44 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva. De acordo com a PF, “são investigados os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros, praticados por diversas pessoas no contexto de esquema criminoso revelado e relacionado à Petrobrás”.

O nome de “Aletheia” é uma expressão grega que significa “busca da verdade”. Uma entrevista coletiva será concedida às 10h, em Curitiba. As ordens judiciais foram feitas pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Fernando Moro.

Lista de mandados
São Paulo: 18 mandados de busca e 6 conduções;
São Bernardo do Campo: 5 mandados de busca e 2 conduções;
Atibaia: 2 mandados de busca e 1 condução;
Guarujá: 1 mandado de busca;
Diadema: 1 mandado de busca e 1 condução;
Santo André: 1 mandado de busca;
Manduri: 1 mandado de busca;
Rio de Janeiro: 2 mandados de busca
Salvador: 2 mandados de busca e 1 condução.

Prisão de marqueteiro
A última fase da Lava-Jato, intitulada “Acarajé”, ocorreu em 22 de fevereiro, quando a PF prendeu o marqueteiro das campanhas de Dilma e Lula, João Santana, além da mulher dele, Mônica Moura. O casal é suspeito de receber US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior. A PF suspeita que os recursos tenham origem no esquema de corrupção na Petrobras. O publicitário baiano comandou as campanhas da presidente Dilma Rousseff (PT) e a campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2006.

Delator-bomba
A operação de hoje da Lava-Jato ocorre um dia depois de a revista Istoé publicar reportagem em que fala que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) incrimina Dilma e Lula no petrolão. Relata que ela sabia de tudo sobre a compra de Pasadena, que deu prejuízo milionário à Petrobras. Afirma que a presidente nomeou um ministro do STJ com a missão de soltar presos da Lava-Jato. E acusa Lula de ser o mandante do pagamento de suborno à família de Cerveró. O acordo de delação premiada para que o parlamentar seja ouvido ainda precisa ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Atônito, o governo convocou reunião de emergência e tentou desqualificar as denúncias. Em nota, Delcídio não confirmou as acusações, mas também não negou ter feito a delação. A oposição quer usar o depoimento do parlamentar petista para reforçar o pedido de impeachment contra a presidente.

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