Planilhas mostram pagamentos para políticos da base aliada e da oposição
Planilhas apreendidas pela PF durante as buscas da Operação Acarajé mostram uma relação de cerca de 200 políticos associados a valores e apelidos
“Proximus”
Uma das planilhas na casa de Benedicto Júnior chama o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB-RJ) de “Proximus”, ao lado do valor “500”. O codinome é o mesmo usado no sistema de contabilidade e mostra o mesmo apelido encontrado no sistema de contabilidade paralela do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. Como mostrou o Correio na terça-feira, “Proximus” está ligado a cinco entregas de dinheiro vivo no valor de R$ 500 mil, que somam R$ 2,5 milhões, ligadas à obra da linha 4 do metrô do Rio de Janeiro. As entregas, entre setembro e novembro de 2014, quando Cabral não concorreu a cargos públicos, deveriam ser feitas a uma pessoa chamada Olívia Vieira, na Barra da Tijuca.
Em nota, a assessoria do peemedebista disse que “todas as contribuições das campanhas eleitorais do ex-governador Sérgio Cabral foram de acordo com o que estabelece a lei”. Em 2010, quando Cabral se reelegeu, a Odebrecht doou R$ 200 mil para o comitê financeiro do PMDB estadual, segundo o TSE.
A Odebrecht, que deseja fazer colaboração premiada, disse que Benedicto prestou esclarecimentos em seu depoimento. Em 24 de fevereiro, o engenheiro negou à PF ter pagado propinas e argumentou que providenciava doações eleitorais. Benedicto afirmou apenas que “lhe cabia atuar no sentido de consolidar os dados trazidos por diretores e apresentar aos LEs (líderes empresariais) e a Marcelo Bahia Odebrecht”.