Marcio Jerry fala sobre programas de melhorias para o Maranhão
Em entrevista ao O Imparcial, Jerry nega ter posição privilegiada no governo e fala sobre os programas que visam alavancar o estado
O Imparcial – O governo Flávio Dino está no começo do segundo ano. O que conseguiu efetivamente mudar em 2015 e qual a agenda mais forte para 2016?
Márcio Jerry – A performance do governo em 2015 foi muito boa. Em que pese ser o primeiro ano, mas o governo conseguiu fazer com que a máquina pública funcionasse bem e, ao mesmo tempo, que as ações do governo tivessem repercussão concreta em todas as áreas. Então, o processo inicial implantado pelo governador Flávio Dino, que alcançou as diversas áreas do governo, as regiões todas do Maranhão, já deixou a marca de trabalho, transparência e honestidade. Só foi possível por uma espécie de grande acordo político celebrado com o povo do Maranhão em 2014. É mudar a política, a forma de gestão para mudar a vida das pessoas para melhor. Tudo continua agora em 2016, com maior ênfase.
Como ano eleitoral, em 2016 deve haver maior pressão sobre o governo, tanto de dentro para fora, quanto de fora para dentro. Como o senhor, na condição de articulador político, enfrentará essa situação?
O governador Flávio Dino tem dito que o governo não vai se meter em eleição. Não pode, não deve. O governo é dos 217 municípios, de todos os maranhenses. A estrutura de governo não vai estar pesando nem pra um lado, nem pra outro. Contudo, como cidadão, como ator político e como líder de uma coalizão partidária, ele vai se manifestar em apoio àqueles que integram esse campo político. Isso é uma coisa fundamental para 2016. O governador Flávio Dino estará ao lado daqueles que estiveram com ele em 2014.
Como é que vai ser atuação dele aqui em São Luís?
Em São Luís e outras cidades, onde houver mais de um candidato do nosso campo político, é evidente que o governador não se manifestará. O partido político ao qual ele pertence pode até se manifestar, é natural, mas o governador não vai interferir, terá uma posição isonômica. Por exemplo, São Luís, onde há vários candidatos desse campo político, como o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, a deputada [federal] Eliziane Gama também, os secretário Neto Evangelista e Bira do Pindaré, o governador se manterá equidistante, garantindo a isonomia.
Quais são as prioridades em termo de município na sua ação de articulador do governo?
Nós estamos nesse momento discutindo com a coalizão partidária, conversando com os presidentes e direções dos partidos. Nós organizarmos esse planejamento a partir dos 20 maiores municípios do estado. Então, nós temos um planejamento para esses maiores 20 municípios, temos um planejamento para até os 50 maiores municípios e um planejamento para os demais municípios do estado. Nós estamos passando um a um, vendo em cada município onde que há candidato nesse campo político, buscando sempre construir uma convergência.
O detalhe é que 2016 terá uma eleição atípica em relação a custos, gastos que são proibidos por empresa. Isso barateou as campanhas, mas em compensação não aumenta a pressão sobre o governo?
Aumenta. Mas a gente tem dito acerca disso que é preciso readequar o processo político-eleitoral ao novo regramento do país. Existem novas regras, existe uma legislação diferenciada, o período eleitoral é completamente diferente de outros períodos eleitorais. Que dizer, a gente tinha que, até o ano passado, fazer convenções até 30 de junho. Agora, vamos fazer até o dia 5 de agosto. Então, é uma campanha muito menor. Uma campanha com mais restrições financeiras. Você não pode gastar o que quiser. E para isso, também serve aquela regra que eu já falei, de que o governo, enquanto instituição, não vai interferir no processo eleitoral.
No Brasil, uma eleição puxa outra. 2016 certamente será a base de 2018. Flávio Dino deve ir pra mais uma eleição em 2018 e ele precisa desse fortalecimento deste ano. Como é que compatibiliza essas situações e seus interesses em jogo?
Existe uma relação, mas isso não estabelece uma regra com consequência absoluta. Mas, apesar disso, encaramos a eleição de 2016 como estratégica, não por causa necessariamente de 2018. O importante É que tenhamos nos municípios a governança sintonizada com o sentimento e com a necessidade de mudança.
Secretário, tem a questão: o governo Flávio Dino fala muito em transparência e honestidade, como isso deve bater diretamente nos municípios em que os prefeitos foram cassados, presos, afastados e muitos deles eleitos em 2012, estão enrolados por processos judiciais. E isso pede uma maior exigência do governo na orientação sobre como escolher candidatos em 2016?
A gente tem sempre essa preocupação, esse critério. É importante que a gente tenha um processo de republicanização da política, como dissemos e temos dito como ser mais praticado. É importante que a eleição é sempre um filtro que a sociedade faz. E é importante que nessa de 2016 a sociedade, os eleitores busquem candidatos que tenham realmente ficha limpa, que tenham compromisso com a sociedade demonstrado na prática.
O governo Flávio Dino sempre falou da questão da mudança. O que já mudou no Maranhão, hoje?
Hoje nós estamos tendo muita mudança. A primeira mudança é que agora o Maranhão tem governo. O Maranhão tem um governador que lidera, que formula, que propõe, que executa, que fala para o Brasil e fala para o Maranhão. Um governador que exerce plenamente aquilo que o povo lhe conferiu. Ele tem exercido na plenitude essa honrosa tarefa de governar o Maranhão e isso é uma mudança muito grande.
Quais?
O PPA do ano passado foi elaborado a partir da participação da sociedade em todas as regiões do Estado. As mudanças nas políticas públicas, hoje nós temos políticas eficientes em questão social. O Mais Bolsa Escola, o Mais Bolsa Família é um excelente exemplo. Nós temos uma mudança profunda no sistema educacional do Maranhão. Os Institutos de Educação e Tecnologia do Estado do Maranhão agora já iniciados, eles mudam a configuração educacional do estado. Os núcleos de educação integral, o programa Escola Digna. É portanto uma mudança muito acentuada.
A proposta de melhoria dos trinta municípios de menor IDH, várias deles entre os piores do Brasil, o governo Flávio Dino espera que esses indicadores cheguem a 2018 mudados?
Esses indicadores eles já estão se alterando. Agora, a aferição disso não é instantânea, não se faz de uma hora pra outra. Agora, no Programa Mais IDH, nós fizemos um processo de planejamento, de implantação com obras importantes. Se você pega, por exemplo, impactos da Força Estadual de Saúde, você vai encontrar outra grande mudança havendo nesse momento no estado do Maranhão. No Mais IDH, nós temos um processo muito bem organizado, muito bem sistematizado, o que dá assim resultados muito concretos para o Maranhão. Agora, os resultados não serão apenas para os 30 municípios de menor IDH. É um processo de mudanças efetivas para em quatro anos, daqui a três, nós termos um Maranhão melhor e o Maranhão melhor para todos.
Como atrair investimentos para um estado com indicadores tão negativos? Até vergonhosos?
É uma das dimensões do trabalho que vêm sendo realizado. No território dos 30 municípios de menor IDH, existem hoje incentivos fiscais exatamente para que haja o aporte de investimentos nesses municípios. Mas não apenas para eles. Repito: o governador Flávio Dino tem buscado atrair investimentos estratégicos para o Maranhão. E esse processo não tem sido fácil. Nós tivemos, no ano passado, novas plantas industriais anunciadas na região tocantina, em Açailândia por exemplo, em Imperatriz. Em dois anos importantes da economia, o governo Flávio Dino tem tratativas com investidores de fora do Brasil como os chineses, por exemplo, que aqui estiveram recentemente, em discussão de projetos de grande envergadura.
A sua posição é específica, como titular da Comunicação do governo e, ao mesmo tempo, articulador político. Como é que funciona essa operação?
Nós mantivemos a mesma equipe. O ex-secretário Robson [Paz] continua na equipe, ele coordena a parte da comunicação como subsecretário.
Eu costumo lembrar que somos muito articulados. Não há um mistério. A gente buscou adequar as duas missões, com posições bem definidas de modo que a gente consiga ter uma boa política de comunicação e um bom diálogo com a sociedade no campo da política.
Como você avalia ser um dos alvos principais da oposição?
É algo que eu não reflito muito, eu não penso. Mas, de fato, eu constato que há um alvo preferencial, talvez pelo papel que eu ocupo. Sou presidente do partido do governador, eu tenho uma relação com vários companheiros de governo que vem desde o movimento estudantil nos anos 80, entre os quais o governador Flávio Dino.
Você é chamado de supersecretário…
O que é um equívoco gigantesco. Trata-se de um monumental erro de avaliação. O único supersecretário do governo é o governador Flávio Dino. não há um supersecretário de governo, todos somos absolutamente iguais.
A questão da crise… em que dimensão ela caiu no Maranhão?
A crise nacional, ela vem afetando o Maranhão e todos os estados da federação desde o ano passado. Continua nos causando receio, perplexidade até. Porque é uma crise muito longa, sem sinais de superação imediata e isso pode trazer consequências ainda mais perversas para o financiamento das contas públicas. Isso é sempre um motivo de preocupação.