Especialistas defendem decisão que quebrou sigilo telefônico de Lula
O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República diz que a retirada do sigilo e a divulgação dos áudios não representam ‘nenhuma excepcionalidade’
Sobre a polêmica em torno do horário da gravação da conversa entre Lula e Dilma, que teria ocorrido após a ordem de Moro para suspender as interceptações, Robalinho afirma que esse é um fato corriqueiro. “As pessoas têm que compreender a dinâmica do processo. A interceptação não se inicia no momento exato em que o juiz determina, há aspectos técnicos envolvidos, é preciso comunicar a operadora telefônica”, ressalta. “Da mesma forma, a interrupção não acontece no momento exato em que o magistrado determina. Essa defasagem operacional é absolutamente normal e corriqueira.”
O professor de direito penal da Universidade de Brasília e juiz federal aposentado Pedro Paulo Castelo Branco afirma que a divulgação das conversas entre Lula e Dilma é legal e não pode ser interpretada como um ato político. “Todas as ligações do ex-presidente Lula estavam sendo gravadas. Houve o registro de uma conversa dele com a presidente Dilma, mas poderia ter sido com o Papa Francisco, a rainha da Inglaterra ou o Barack Obama”, diz. “É um absurdo afirmarem que a atitude do juiz Sérgio Moro foi política. Se não há sigilo judicial, tudo o que vai para os autos pode ser tornado público.”