DE QUE LADO?

Destino da presidente Dilma Rousseff nas mãos de um PMDB dividido

Maior bancada na Câmara, partido do vice Michel Temer mas continua dividido sobre o apoio ou repúdio ao impeachment da petista

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.


Marcelo Camargo/Agência Brasil

Michel Temer dá todos os sinais de que vai apoiar o impeachment, mas evitar falar abertamente do tema

Para onde vai a maioria do PMDB, maior bancada na Câmara dos Deputados e que com sete ministérios partilha o maior naco do poder na Esplanada, ainda é uma incógnita. Dessa legenda, uma frente de interesses políticos que, país afora, por vezes se alia ao PT e por vezes, ao PSDB, brotam os mais engajados articuladores pelo impedimento da presidente Dilma Rousseff: a começar pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e o vice-presidente, Michel Temer (SP), maior beneficiário de um desfecho desfavorável a Dilma, costura entendimentos com a oposição liderada pelo PSDB e ainda, tenta atrair caciques de sua própria legenda que dão sustentação ao governo no Senado.

Dos 65 deputados federais peemedebistas em exercício, quase 20% dos 342 votos que a oposição persegue para autorizar na Câmara a instalação do processo de impeachment, 20 são favoráveis, 15 apoiam o governo e são contrários. Ainda indefinidos há 30. Estes aguardam o desenrolar do confronto nas ruas entre críticos e apoiadores do governo, além dos bastidores da queda de braço entre Executivo e segmentos do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal. Para esses deputados, permanecer na base dependerá das condições do governo Dilma de um reposicionamento, principalmente na área econômica, que gere confiança ao setor produtivo. No campo político, eles têm expectativa de que o ex-presidente Lula volte ao governo, para tentar destravar o impasse entre base e oposição que impede a aprovação de matérias importantes para o país no Congresso.

Em Minas, dos cinco deputados em exercício – Mauro Lopes acaba de assumir o Ministério da Aviação Civil – três aguardam definição do cenário político: Saraiva Felipe, Newton Cardoso Filho e Rodrigo Pacheco. “Não vou me posicionar antes de examinar a defesa da presidente. É um princípio, como advogado”, diz Rodrigo Pacheco. Enquanto de um lado o mineiro Silas Brasileiro é contrário à abertura do processo, do outro, Leonardo Quintão, que foi indicado para a comissão especial, defende o impeachment. E explica o porquê: a economia. “Sem clareza do setor produtivo em relação aos rumos da política econômica não é possível continuar. O país está afundando, à beira da bancarrota, e precisamos de uma solução rápida”, afirma ele.

Com dois deputados, o PMDB do Tocantins, da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, também entrou em compasso de espera. Igualmente dois, entre três da bancada peemedebista do Maranhão, onde a legenda se coligou ao PT para respaldar a candidatura ao governo de Lobão Filho e foi derrotada por Flávio Dino (PCdoB). Dino é entre os governadores um dos mais fiéis aliados de Dilma, encabeçando todos os movimentos de apoio à sua permanência. Da mesma forma no Acre, do governador Tião Viana (PT) , e em Rondônia, do governador Confúcio Moura (PMDB), os quatro parlamentares do PMDB hesitam em resolver para que lado irão.

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