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Assembleia Legislativa elege hoje sua nova Mesa Diretoria

A aprovação do projeto de lei que modificou o Regimento Interno da Assembleia Legislativa possibilitou a antecipação da eleição da nova Mesa Diretora

Assembleia Legislativa elege hoje sua nova Mesa Diretoria

Está tudo certo para a eleição da Mesa Diretora que vai ficar à frente dos trabalhos no Legislativo maranhense no biênio 2017-18. O assunto só deveria estar nas rodas de conversas a partir de julho, mas, com a aprovação do projeto de lei que modificou o Regimento Interno da Casa, a eleição foi antecipada e acontece hoje.

Por trás de tanta pressa e atenção ao assunto, podem estar interesses particulares. E não só de um ou dois parlamentares, mas de todo o conjunto, dos 42 deputados que formam o plenário, tendo em vista que, em nenhum momento, houve manifestação contrária de algum deles. Nem mesmo da oposição, mais notadamente a deputada Andréa Murad (PMDB), que no início do ano passado, quando da eleição da atual Mesa, se lançou, sozinha, como candidata a presidência. Apenas um parlamentar a acompanhou na idéia: Souza Neto (Pros), cunhado da parlamentar.

Presidência sem ameaças

Mas, se não houve protestos, qual seria o interesse comum dos deputados na antecipação da eleição? Ao que parece, a proposta não surgiu do presidente Humberto Coutinho (PDT), muito menos do Executivo, como muitos tenderiam a dizer em um primeiro momento. Mas como a unanimidade em volta do atual chefe da Casa é certa, ele em momento algum rechaçou a proposta ventilada, depois conversada, documentada, discutida e, enfim, aprovada.

O mesmo pode ser aplicado ao atual primeiro vice-presidente, deputado Othelino Neto (PCdoB). Ele só foi incomodado com o possível interesse do deputado Eduardo Braide (PMN) em colocar em discussão a ocupação do assento de Othelino na mesa. Mas o deputado ‘vermelho’ foi articulado e conseguiu angariar apoios suficientes para lhe deixar tranquilo.
Ninguém sabe do amanhã

A história recente explica que não é confiável esperar o amanhã na política. Um conhecido ‘andarilho’ da política maranhense diz, sem se identificar, que basta lembrar o que aconteceu com o ex-deputado estadual e ex-secretário de estado da Saúde, Ricardo Murad. Com a experiência de ter sido presidente da Assembléia Legislativa entre 1987 e 1989, Ricardo articulava sua volta à principal cadeira do Palácio Manuel Beckman. Era, inclusive, o preferido da cunhada, a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB).

Em determinado momento das articulações internas, Ricardo Murad não convenceu alguns colegas de Parlamento e também começou a perder forças fora da Assembléia. Sem a interferência do Palácio dos Leões, a disputa improvável ganhou corpo e nomes começaram a aparecer. O final da história conta que o ‘azarão’ Arnaldo Melo criou um grupo coeso de ‘rebeldes’ e se elegeu. Mais que isso: garantiu a permanência no posto com a antecipação da eleição do biênio seguinte, ficando como presidente entre 2010 e 2014. A estratégia não é nova e já foi usada em outras oportunidades e por outros políticos.
Negociações nos blocos

Se na presidência e na vice-presidência ninguém mete o dedo, o mesmo não se pode falar dos outros postos da Mesa Diretora. E esses lugares estão em plena discussão. Alguns deputados revelaram quem pode participar da nova composição.

As posições dependem do tamanho dos blocos. O maior deles é o Bloco Parlamentar Unidos Pelo Maranhão, com direito a cinco vagas. Tirando Humberto Coutinho e Othelino Neto, três vagas entram na disputa. Dois partidos parecem ter se garantido: PDT e PT. Os nomes é que estão sob análise. A terceira vaga pode ser do PEN, através do deputado Ricardo Rios, autor do texto que autorizou a antecipação da eleição.
No Bloco União Parlamentar – que tem direito a duas vagas –, o líder, deputado Josimar de Maranhãozinho (PR), parece ser o primeiro escolhido. O segundo nome está em pauta, podendo ser Stênio Rezende (PMB) ou Eduardo Braide. A posição do PMDB-Pros deve ser mesmo a indicação do deputado Roberto Costa (PMDB), enquanto que o PV está certo com Adriano Sarney.
Análise da notícia
Por Raimundo Borges

A eleição antecipada da Assembleia Legislativa do Maranhão é uma prática que está se tornando comum. A primeira foi em agosto de 2013, quando o presidente Arnaldo Melo foi reconduzido ao cargo, embora tenha havido alteração nos demais componentes da Mesa Diretora. Agora, aproveitando o momento de pleno entrosamento na Casa e com a indiscutível liderança conquistada entre os colegas, Humberto Coutinho articulou a antecipação, que acontecerá hoje.

Por que, então, antecipar? Porque em fevereiro de 2017, quando se daria a eleição pela regra que foi alterada esta semana, os fatos políticos poderão mudar de rumo. Como Coutinho navega em céu de brigadeiro, ele faz logo agora na certeza o que daqui a 10 meses pode ser duvidoso.
A situação é tão tranquila que a eleição dele e do vice, Othelino Neto, pode se dar por unanimidade. Pelo menos foi para isso que ele trabalhou quando propôs o pleito fora de época. O vereador Isaías Pereirinha conseguiu, no mesmo modus operandi, ser reeleito quatro vezes presidente da Câmara Municipal de São Luís. Portanto, já uma “jurisprudência” construída a respeito de eleição antecipada.
Saiba mais
  • A eleição está marcada para começar às 11h30. A votação é aberta e nominal, seguindo a ordem alfabética
  • A eleição dos membros da Mesa será feita em votação nominal, exigida a maioria absoluta de votos em primeiro turno e maioria simples em segundo turno (Art. 8º, Seção II, Capítulo III, Título I) e serem indicados para qualquer função da Mesa Diretora (Art. 9º, Seção II, Capítulo III, Título I)
  • Segundo o Regimento Interno, antes da modificação aprovada esta semana, a eleição da Mesa para o biênio 2017-18 deveria acontecer no dia 22 de dezembro (Art. 7º, Seção II, Capítulo III, Título I)
 
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