Aécio adianta que PSDB não deve participar de um eventual governo Temer
O mineiro participa de evento sobre Constituição e crise em Portugal
O PSDB não deve participar de um eventual governo Temer, caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff seja aprovado pelo Congresso, na avaliação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que preside a agremiação. “Não estimularei participação efetiva em cargos no governo. Não é necessário”, diz o comandante tucano.
Para bons entendedores, está claro que Aécio trabalhará para manter uma certa distância regulamentar da administração Temer, de forma a não contaminar o PSDB para a sucessão de 2018. O próprio Aécio crê que haverá um período muito difícil, mesmo sem Dilma: “Não esperem dias fáceis, mesmo com a aprovação do impeachment. Teremos dias muito, mas muito difíceis”, vislumbra.
Era por isso que, até bem pouco tempo, o PSDB apostava em novas eleições como saída para a crise, uma vez que remédios amargos são de mais fáceis digestão pelo Congresso quando chegam com a legitimidade das urnas de um novo governo. “O PSDB, enquanto força política, não é beneficiário do processo de impeachment. Muitos relutaram em apoiar, eu entre eles, porque consideravam que o melhor caminho para o Brasil interromper esse ciclo do governo do PT, que perdeu o ativo mais valioso para enfrentar a crise, que é a confiança, era a realização de novas eleições. Assim, viria um governo eleito legitimamente, com uma agenda clara e aprovada pela sociedade e que pudesse ser implementada. Mas o ótimo, que seria essa solução, é inimigo do bom. Hoje, há uma questão emergencial no Brasil. O país não suporta seis meses do atual governo”, disse.