COMPOSIÇÃO

Oposição sem bloco e sem líder no legislativo maranhense

Início dos trabalhos no Legislativo não vai trazer tanta novidade para a oposição, que continua unida na ideologia, mas separada pelo ego e com todos comandando o bloco

Deputado Estadual Adriano Sarney (PV)
Os trabalhos legislativos na Assembleia devem começar 2016 como terminaram em 2015. E isso não se refere apenas a número de projetos apresentados, o teor deles, discursos e debates. A principal observação vai ser na composição dos blocos, onde, mais uma vez, a oposição não está unida.
Na base aliada ao Governo do Estado, não devem ser feitas mudanças. Apesar do descontentamento de alguns parlamentares com a forma como são tratados – muito em relação a secretários do Governo e não ao governador Flávio Dino (PCdoB) em si –, a base permanece unida.
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Já a oposição continua a bater cabeça. Unidos na ideologia, mas separados pelo ego, todo mundo se via no direito de comandar o bloco. O primeiro a se pronunciar e reivindicar o posto de líder foi Adriano Sarney (PV). O neto do ex-presidente José Sarney (PMDB) e filho do deputado federal Sarney Filho (PV) passou boa parte do ano passado despercebido.
Já no final do ano, quando se votava a LOA, decidiu mostrar que é oposição. Conseguiu, sozinho, incomodar bem mais que os outros três oposicionistas convictos. Na semana passada, a deputada Andrea Murad (PMDB) se mostrou também interessada no posto da liderança. Isso provocou uma cizânia no grupo que ainda nem estava formado. Resultado: o PMDB pulou fora.

Bloco de dois

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Depois da união rompida, o PMDB decidiu que vai caminhar apenas com o Pros, partido que não tinha um representante sequer, até a filiação do deputado Souza Neto. O nome do bloco da dupla PMDB-Pros ainda não foi definido.

Em nota, o líder da bancada do PMDB, deputado Roberto Costa, disse que a união com o PV não será possível por uma questão ‘meramente técnica, quanto às possibilidades de indicações para a mesa, comissões e outras prerrogativas’. No texto, é ressaltado o respeito pelo Partido Verde e que a decisão não representa um rompimento com o partido amigável.
“Os diálogos permanecerão e a afinidade com o PV se mantém, entendendo que trata-se também de um partido de oposição ao governo e por isso não descarta qualquer união futura em que todos os membros sejam atendidos”, diz trecho da nota.
Porém, foi lembrado que o PV não quis coligar com o PMDB nas eleições de 2014, apesar de ser da base do candidato Edison Lobão Filho e isso abriu a prerrogativa dos democráticos pensarem mais em si. “O partido entende não ser o momento para abrir mão de suas estratégias para uma formação que pouco beneficiaria o PMDB.”
Opositores, mas nem tanto

Em 2015, a oposição não esteve unida nem mesmo dentro dos partidos. No PV, por exemplo, os deputados Adriano Sarney, Edilázio Júnior e Hemetério Weba não chegaram a um consenso de posicionamento. Os dois primeiros ficaram no campo contrário ao governo, enquanto que Weba tendeu a apoiar Flávio Dino. A decisão dos três foi ficar no campo neutro, cada um defendendo o que convinha.

No PMDB, apesar de ser o maior derrotado das eleições de 2014, nem todo mundo se colocou contra o governo. Oposição forte mesmo, apenas Andrea Murad fez. Nina Melo e Max Barros se ausentaram muito das sessões e, quando apareciam, não eram críticos – Max chegou até mesmo a agradecer por trabalhos feitos pelo governador. Roberto Costa também se mostrou brando. Pediu ações, sem bater. E quando festas ações aconteceram, também agradeceu.
Ainda no PTN, Souza Neto se mostrou crítico, mas pareceu não muito seguro do que fazia. Normalmente, apoiava os discursos da cunhada Andrea e dos colegas Edilázio e Adriano. Agora, ele está no Pros e diz que continua oposição. Porém, o novo partido é simpático ao governo estadual e isso pode levar a filiação partidária de Souza Neto ser apenas uma passagem.
Nota Oficial PMDB
O PMDB vem a público informar que não haverá mais união com o PV para a legislatura que se inicia amanhã (hoje) e que apenas formará bloco com o PROS. O partido ressalta com veemência o respeito pelo PV e que esta decisão é meramente técnica, quanto às possibilidades de indicações para a mesa, comissões e outras prerrogativas.
Ressalto ainda que a decisão não representa rompimento com o PV, mas uma estratégia que permitirá mais espaço de atuação. Relembrando que da mesma forma que o PV optou não coligar com o PMDB em 2015, o partido entende este não ser o momento para abrir mão de suas estratégias para uma formação que pouco beneficiaria o PMDB.
Os diálogos permanecerão e a afinidade com o PV se mantêm, entendendo que trata-se também de um partido de oposição ao governo e por isso não descarta qualquer união futura em que todos os membros sejam atendidos.

Roberto Costa,
deputado estadual e líder do PMDB na AL-MA

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