O que pensa a bancada maranhense sobre Cunha
A cassação do mandato do presidente da Câmara tem se estendido graças a seus aliados. Opinião que também divide a bancada maranhense
Maranhenses contra Cunha
O Imparcial entrou em contato com deputados que formam a bancada maranhense para saber que opinião eles tem em relação ao processo contra Cunha. A deputada Eliziane Gama (Rede), uma das maiores defensoras da clareza dos fatos dentro do Congresso, disse que é hora de avançar no processo, pois, mais uma parada, pode representar um atraso e perda de tempo.
“Não há mais como aceitar nenhuma postergação. Entramos em um novo ano e agora o Conselho de Ética precisa corrigir com muita precisão. O presidente do Conselho precisa entender que essa não é uma guerra contra amadores. Portanto, brechas não devem ser deixadas. Ele aceitou o pedido de vistas, fez corretamente e, agora, é partir para votar o relatório, aceitar a admissibilidade e partir para o processo em si, que é a cassação do mandato. A gente precisa seguir nesse alinhamento, senão passaremos o ano inteiro aguardando a decisão dele [presidente do Conselho] e nenhuma decisão será tomada”, disse Gama.
Rubens Pereira Júnior, vice-líder do PCdoB na Câmara, é outro que defende explicações e
resultados positivos no processo e tem definido em mente que o deputado Eduardo Cunha deve ser afastado da presidência da Câmara Federal. “Nosso partido já foi ao Supremo contra as investidas do presidente Eduardo Cunha, por entender que ele usa o cargo para retaliar quem é contra ele e para se proteger, como faz para atrapalhar o andamento dos trabalhos do Conselho de Ética. Particularmente, sou a favor do afastamento da presidência da Câmara até para que ele possa se defender melhor”.
Um dos primeiros a se posicionar foi alguém muito próximo ao presidente. O deputado Waldir Maranhão (PP), apesar de ser vice-presidente da Câmara e ser apontado como um dos grandes articuladores no retardamento do processo de Eduardo Cunha, diz estar neutro. “Cada um tem sua postura, independente. Não sou contra, nem a favor [de Cunha]. Nossa relação é institucional”.
(PMB). Ele diz não conhecer o teor do documento impetrado contra Cunha e, por isso, não pode dizer ser contra ou a favor. “Ainda não conheço a peça de acusação contra o presidente Eduardo Cunha. Tenho conhecimento apenas de fatos noticiados pela mídia. A defesa dele ainda não foi feita e está dentro do prazo e, por esse motivo, prefiro não me antecipar”.
Juscelino diz ainda que o afastamento imediato de Eduardo Cunha está nas mãos dos ministros do Supremo Tribunal Federal e do Conselho de Ética. “Eles [ministros do STF e membros do Conselho] têm mais conhecimento sobre as denúncias contra ele do que nós”.
O deputado João Castelo (PSDB) também manteve a diplomacia cautelar, dizendo que ainda não há nada de concreto. “Nós não temos nada a decidir. Tudo tem que correr nos seus trâmites legais, cada um fazendo seu papel. A gente fica é com pena de ver coisas inda deste tipo no Congresso Nacional”.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi notificado na última terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o pedido de afastamento dele do mandato. O autor da solicitação foi o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Cunha também é alvo de processo no Conselho de Ética da Casa. Acusações de que Eduardo Cunha estaria intervindo na postura de deputados integrantes do Conselho fez com que os partidos tivessem que se movimentar de novo sobre o assunto. O PMDB, por exemplo, decidiu por ter Leonardo Picciani (RJ) como líder da bancada na Câmara, declaradamente contrário aos interesses do presidente.