Manifestações pró e contra Lula terminam com quatro feridos
Dois manifestantes solidários ao ex-presidente foram atingidos por pedras lançadas pelo outro grupo, e um terceiro levou pancadas da Polícia Militar
Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas no confronto entre militantes contrários e pró ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os grupos protestaram em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste paulistana, onde Lula deveria depor nesta quarta-feira. Dois manifestantes solidários ao ex-presidente foram atingidos por pedras lançadas pelo outro grupo, e um terceiro levou pancadas da Polícia Militar. O líder o movimento Revoltados Online, Marcelo Reis, foi agredido por militantes favoráveis ao ex-presidente.
Reis ficou com o olho roxo devido aos socos recebidos enquanto defendia um boneco inflável que retrata Lula em roupas de presidiário, conhecido como Pixuleco. A tentativa de inflar o boneco foi encarada como uma provocação pelos militantes favoráveis ao petista. Um pequeno grupo conseguiu driblar as barreiras feitas pela Polícia Militar e rasgar o inflável. Após a confusão, que foi apartada pela polícia, os dois grupos começaram a se dispersar.
Grupo faz manifestação contra Lula em frente ao Fórum da Barra Funda
Os protestos em frente ao fórum começaram no final da manhã, horário em que o ex-presidente deveria prestar declarações. Em número muito maior, militantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros movimentos sociais usaram um carro de som para proferir discursos críticos às investigações contra o ex-presidente e à atuação dos meios de comunicação. O clima era tenso, com provocações de ambos os lados.
Apesar do tumulto, o coordenador estadual da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, fez uma avaliação positiva do ato. “Fora a descarada proteção da Polícia Militar aos coxinhas, aos fascistas, o saldo foi positivo. Primeiro, que nós viemos para cá com a notícia de que o presidente Lula não ia depor, já foi uma vitória. E depois, nós reunimos uma quantidade de pessoas significativa, mesmo sabendo que o Lula não vinha aqui”, analisou.
A manifestação serviu ainda, segundo Bonfim, para mostrar que existe uma forte articulação de defesa do ex-presidente. “Aqui é uma demonstração de que toda vez que intimarem ou convocarem o presidente Lula, nessa tentativa de criminalização, haverá reação popular”.
Lula e sua mulher Marisa Letícia prestariam declarações sobre o apartamento triplex, no Condomínio Solaris, no Guarujá. A suspeita do Ministério Público Federal é de que houve tentativa de ocultar a identidade do dono do triplex, que seria do ex-presidente, o que pode caracterizar crime de lavagem de dinheiro.
O depoimento foi suspenso por uma decisão do Conselho Nacional do Ministério Público em atendimento a uma representação do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). O parlamentar acusa o promotor Cássio Cesarino de ter feito um prejulgamento de sua decisão ao dar entrevista a uma revista de circulação nacional antes mesmo de ouvir os depoimentos.
Após o anúncio da suspensão do depoimento, o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Marco Elias Rosa, divulgou uma nota de apoio aos promotores que investigam Lula. “Salienta a Procuradoria-Geral de Justiça, desde já, que confia nos acertos da atuação de seus membros, que contam com o irrestrito apoio desta Procuradoria-Geral de Justiça para defesa de suas prerrogativas”, diz o comunicado.