LAVA-JATO

João Santana recebeu U$ 3 milhões no exterior, diz investigação da PF

O marqueteiro do PT e a mulher dele, Mônica Moura, são investigados por lavagem de dinheiro

A Polícia Federal identificou, na 23ª fase da Operação Lava-Jato, denominada Acarajé, depósitos no exterior que somam U$ 3 milhões de dólares, fruto de propina, em favor do marqueteiro do PT, João Santana. O dinheiro, segundo a investigação, foi repassado por off-shores ligadas à construtora Norberto Odebretch. Os repasses ocorreram entre julho de 2012 e março de 2013.

A investigação identificou que João Santana, responsável pelas campanhas presidenciais petistas em 2006, 2010 e 2013, um apartamento em São Paulo no valor de R$ 3 milhões. O imóvel foi sequestrado por autorização da Justiça. Parte do valor foi pago com o dinheiro recebido no exterior.

João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, são investigados por lavagem de dinheiro. A investigação teve início em setembro do ano passado após a Polícia Federal encontrar uma carta escrita por Mônica na casa do engenheiro Zwi Skornicki, responsável pela operacionalização do pagamento de suborno no exterior. Ela informava os dados de duas contas nos EUA. João Santana e Mônica Moura não foram presos porque estão trabalhando na República Dominicana. Zwi Skornicki foi preso em casa, no Rio de Janeiro.

Agentes cumprem mandados em São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro. A PF também mira a empreiteira Odebrecht e o engenheiro Zwi Skornicki, que operava propinas no esquema da Petrobras. Skornicki já foi preso. Buscas e apreensões são feitas em imóveis da Odebrecht.

A operação cumpre medidas cautelares relacionadas a um grupo empresarial responsável por pagamento de vantagens ilícitas no esquema de desvio de recursos da estatal. O esquema envolvia ainda um operador de propina e um grupo recebedor, cuja participação havia sido confirmada com o recebimento de valores já identificados no exterior que ultrapassam os 7 milhões de dólares.

Cerca de 300 policiais federais cumpriram 51 mandados judiciais, sendo 38 de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva. Os mandados são cumpridos nas cidades de Salvador e Camaçari, na Bahia, Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Petrópolis e Mangaratiba, no Rio de Janeiro e São Paulo, Campinas e Poá, em São Paulo.

Investigados

O publicitário baiano atuou como marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Embora a PF tenha o mandado de prisão, ele não pode ser cumprido ainda, já que o publicitário está no exterior.

Zwi Skornicki é representante comercial da empresa de engenharia naval de Singapura Keppel Fels no Brasil, por meio da Eagle do Brasil. Segundo o documento do acordo de delação premiada de Pedro Barusco, ex-gerente-executivo da Petrobras e ex-diretor da Sete Brasil, Skornicki teria fornecido quase 40 milhões de dólares para abastecer contas de diretores da Petrobras e o caixa do PT entre 2003 e 2013.

Acarajé

Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde permanecerão à disposição da Justiça Federal. Segundo a PF, o nome da operação, Acarajé, é uma referência ao apelido usado pelos alvos para designar dinheiro em espécie.

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