LAVA-JATO

João Santana e a mulher devem prestar depoimento até sexta-feira

O casal chegou da República Dominicana e foi preso pela PF no Aeroporto de Cumbica, em São Paulo

O marqueteiro do PT nas últimas três eleições presidenciais, João Santana, e a mulher, Mônica Regina Cunha Moura, desembarcaram na manhã de ontem em São Paulo e seguiram, num avião da Polícia Federal, para Curitiba. Eles receberam voz de prisão assim que desceram da aeronave. Os dois, que tiveram as detenções temporárias decretadas para explicar o recebimento no exterior de US$ 7,5 milhões, devem prestar depoimento até sexta-feira no inquérito relativo à 23ª fase da Lava-Jato, denominada Acarajé, uma referência à gíria utilizada por alguns envolvidos para tratar de dinheiro vivo. Ao descer da van da Polícia Federal, Mônica disse: “Não vou abaixar a cabeça, não”.
A prisão temporária decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, à frente dos processos relativos à Operação Lava-Jato tem prazo de cinco dias, podendo ser prorrogada se a Justiça entender que existe necessidade. Em alguns casos, a exemplo do que já aconteceu na Lava-Jato, os decretos podem ser convertidos em prisão preventiva. Nesse caso, não há prazo para os envolvidos deixarem a cadeia.

Foto: Geraldo Bubniak/Agência O Globo.


Geraldo Bubniak/Agência O Globo

Ao descer da van da Polícia Federal, Mônica disse: "Não vou abaixar a cabeça, não"

Na manhã de ontem, o empresário Marcelo Odebrecht foi transferido do Complexo Médico Penal de Pinhais, no Paraná, onde se encontra preso, para a Superintendência da Polícia Federal com o objetivo de esclarecer alguns pontos dentro da investigação da Acarajé.

As dúvidas são relativas a mensagens encontradas no celular do empresário. Em relatório de 44 páginas anexado ao inquérito da 23ª fase, em que complementa pedido de buscas, o delegado Filipe Hille Pace analisa a anotação “Prédio (IL)” encontrada em celular de Marcelo Odebrecht ao lado de valor superior a R$ 12 milhões. “Em relação à anotação ‘Prédio (IL)’ a equipe de análise consignou ser possível que tal rubrica faça referência ao Instituto Lula. Caso a rubrica ‘Prédio (IL)’ refira-se ao Instituto Lula, a conclusão de maior plausibilidade seria a de que o Grupo Odebrecht arcou com os custos de construção da sede da referida entidade e/ou de outras propriedades pertencentes a Luiz Inácio Lula da Silva”, diz.

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