'COMPRA' DE MPS

Presidente Dilma ainda não decidiu se vai se pronunciar por escrito

Planalto recebeu ontem a intimação para que a presidente seja ouvida como testemunha de defesa de um dos acusados de “comprar” medidas provisórias

Dilma

A 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília marcou os depoimentos de 98 testemunhas em ação penal sobre a compra de medidas provisórias no governo, caso investigado na Operação Zelotes. Além da presidente Dilma Rousseff, que tem direito a se pronunciar por escrito e recebeu a intimação ontem, a lista já tem 16 políticos e autoridades federais, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja oitiva está agendada para segunda-feira.

Estão previstas para segunda, ainda, as falas do ex-ministro Gilberto Carvalho, que foi chefe de gabinete do petista no Palácio do Planalto, e do atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Henrique de Oliveira. Investigadores da Zelotes pediram a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos dois. Nesse caso, no entanto, eles vão depor como testemunhas.

Ao todo, 15 pessoas respondem à ação penal. Conforme denúncia do Ministério Público Federal (MPF), lobistas contratados por montadoras de veículos pagaram propina a servidores e autoridades públicas para viabilizar a edição de medidas provisórias que concediam incentivos fiscais às empresas do setor automotivo. Uma empresa de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, recebeu R$ 2,5 milhões de um dos lobistas.

Lula foi intimado por um oficial de Justiça na última quarta-feira, o que o obriga a comparecer à 10ª Vara, salvo por motivo de força maior ou com dispensa judicial. Ele pode pedir ao juiz o agendamento de nova data devido a outro compromisso a ser cumprido no horário da audiência, recusar-se a pagar pelo deslocamento, já que sua presença é de interesse da defesa de terceiros, ou mesmo alegar problemas de saúde. Ao jornal O Estado de S.Paulo, pessoas próximas ao ex-presidente disseram que ele marcou um check-up médico para este sábado, 22, em São Paulo. Questionado se o petista comparecerá para depor, o Instituto Lula não respondeu.

O ex-presidente foi arrolado como testemunha de Alexandre Paes dos Santos, o APS, um dos réus da Zelotes, que está preso na Penitenciária da Papuda por suspeita de operar o suposto esquema de lobby e pagamento de propina para viabilizar as medidas provisórias. Lobista que já foi citado em outras investigações da Polícia Federal, APS tem trânsito no meio político. Ele nega envolvimento em irregularidades.

Ontem, o Palácio do Planalto recebeu, pouco antes das 19h, a intimação para que a presidente Dilma Rousseff seja ouvida como testemunha de defesa de um dos acusados de “comprar” medidas provisórias no governo federal, caso investigado na Operação Zelotes. O ofício chegou à Casa Civil no início da noite e a presidente ainda não foi consultada sobre como pretende se manifestar sobre o caso. Por lei, Dilma tem direito a responder a perguntas por escrito, caso não concorde em acertar com o juiz dia e horário para falar presencialmente, entre 2 e 4 de fevereiro.

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