NOVA ADMINISTRAÇÃO

Posse de novo presidente representa um divisor de águas na OAB

Com a posse do novo presidente da OAB-MA, Thiago Diaz, uma nova fase começa no órgão, que rompeu a liderança de seis anos do advogado Márcio Macieira

Solenidade de posse nova diretoria da OAB

Em todas as representações de classe, há dois lados, mas nunca na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Maranhão, esta divisão esteve tão visível. De um lado, o agora ex-presidente Mário Macieira, e do outro, o novo presidente, Thiago Diaz. No meio de tudo, os interesses da entidade.

No ato de posse da nova diretoria, Mário e Thiago estavam separados pelo presidente da OAB Nacional, Marcus Vinícius Furtado Coêlho. Nos discursos dos dois, a unidade dos advogados estava sempre em primeiro lugar. Mas havia algum incômodo.
Mário Macieira esteve à frente da OAB por seis anos. Diz deixar a Ordem preparada para que os novos dirigentes transformem os projetos apresentados durante a campanha em trabalhos. Tanto que, no seu discurso de passagem de cargo, apresentou um breve balanço da gestão, dizendo que conseguiu atingir uma expansão territorial pelo estado. Sinal de que, na visão dele, a nova composição precisa fazer muito mais. “Torço para que ele faça o melhor possível. Agora, a missão que eles assumem é uma missão dura, difícil”.
Ao concluir seu discurso, Mário Macieira foi aplaudido de pé por parte da plateia presente no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana. Eram os correligionários dele. A outra parte continuou sentada. Quando Thiago Diaz se levantou para o compromisso de posse e para o discurso, o que se viu foi uma inversão de posições. Quem estava sentado, quieto, levantou e aplaudiu, diante da outra metade da plateia, que permaneceu sentada.
Foto: Reprodução.


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No ato de posse, Mário e Thiago estavam separados pelo presidente da OAB Nacional, Marcus Vinícius

O novo presidente falou em reforçar o elo entre os advogados, com uma OAB cada vez mais representativa. Para que o discurso não fique em palavras, ele sabe que precisa agradar também os que hoje estão na oposição. Até baixou um pouco a guarda, mas, no final, o texto da mudança prevaleceu. “O Mário passou seis anos à frente da Casa. Logicamente, desenvolveu alguns pontos positivos, em outros não teve o mesmo sucesso. Existem muitos pontos a melhorar”, disse o novo presidente.

Expectativa
Dentro da classe política e jurídica, existe uma grande expectativa de qual vai ser a postura da OAB sob nova direção. O órgão, que sempre esteve envolvido em questões pertinentes aos direitos humanos e do cidadão, deve passar por uma análise comportamental, para saber se as divergências das correntes políticas nascidas no seio dela vão prevalecer ou se terá mais espaço para ações de desenvolvimento e atenção ao público.
“Nossa expectativa é que o compromisso que a Ordem tem demonstrado nas últimas décadas, com a democracia, com a defesa e promoção dos direitos humanos, continue a ser valorizado pela sua nova gestão. Isso é mais que um compromisso de gestão; é da instituição”, argumentou Francisco Gonçalves, secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular
“Um jovem como Thiago vai prestar um grande trabalho, vai dar uma boa ajuda através da OAB. Toda e qualquer organização tem que ter renovação. A OAB já teve no passado pessoas da melhor qualidade. Todos a conduziram muito bem, fizeram uma boa administração, mas é preciso renovar”, disse o deputado federal João Castelo.
“Devemos aguardar a gestão, mas as propostas são muito similares. O gestor vem com uma perspectiva, com uma ideia de inovação. Acreditamos em uma gestão exitosa”, sugeriu Mariana Albano, defensora-geral do Estado do Maranhão.

“A OAB é uma instituição de equilíbrio. O Mário teve um trabalho muito elogiado. Espero que o novo presidente dê continuidade ao prestígio que a OAB conquistou no Maranhão”, disse Roberto Costa, deputado estadual.

“A OAB é uma das instituições que mais preza pela democracia. É uma classe só, a advocacia, que costuma andar irmanada, unida. Agora, tem uma nova condução, de outra pessoa, de outro grupo político, mas a gente sempre deseja sucesso”, reiterou Rodrigo Lago, secretário de Estado de Transparência e Controle.
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