AVALIAÇÃO

Análises e projeções na economia e na política para 2016

Para uma análise do atual momento político e seus efeitos na economia no Brasil e no Maranhão, autoridades do estado fazem uma explanação do que pensam a respeito

Historicamente, o ano de 2015 fica marcado como um período conturbado para a política e na economia do Brasil, herança de uma disputa insana pelo poder em 2014. O processo de degradação do processo eleitoral fortaleceu a desconfiança da população encaminhando para o descrédito ampliado nos políticos e o enfraquecimento da economia em todas as escalas de produção e do consumo.
Empresários e gestores públicos alinharam discurso no redemoinho do pessimismo, apontando para 2016 com recessão, alimentando a inflação, alta dos juros, queda das vendas e forte desemprego. A corrupção seguida da falta de reformas nas áreas da política, tributária, previdência e jurídico levam à necessidade emergencial de uma reformulação no país, os campos ideológicos partidários fazem o debate sem mostrar as soluções em curto prazo, somente que precisam mudar o governo federal por meio do impeachment da presidente Dilma Rousseff, simples ato de poder pelo poder.
Enquanto a nação vive sob a toga do Supremo Tribunal Federal, no Maranhão o grupo do governador Flávio Dino tenta implantar um modelo de gestão baseado na justiça social, tendo como fonte a igualdade com aspectos comunistas sem radicalismos. O governo ultrapassou o primeiro ano com a figura intacta de um governo sem escândalos de corrupção, diferente do atual e passados governos no plano federal.
O jornal O Imparcial convidou autoridades, do campo político ao eclesial, para uma análise do momento político e seus efeitos na economia no Brasil e no Maranhão
Governador Flávio Dino (PCdoB)
Governador Flávio Dino (PCdoB)

“Foi um ano muito desafiador. No Brasil, passamos por uma crise econômica em 2015 que incidiu em todos os estados. Houve diminuição dos repasses da União aos estados e municípios, o que trouxe às administrações a necessidade de conter despesas e rever desonerações. No Maranhão, conseguimos economizar R$ 325 milhões em gastos considerados imorais ou abusivos, praticados pelo governo anterior. Assim, mesmo com a crise que se espalhou pelo país, em 2015 conseguimos manter o investimento do Estado em obras, serviços e melhores condições salariais aos servidores públicos. E foi cuidando bem do dinheiro público, conseguimos manter o foco na nossa principal meta de governo, que é combater as injustiças sociais. Colocamos para funcionar dois hospitais regionais (Pinheiro e Caxias), ampliamos os quadros da Segurança com novos 1.500 policiais, iniciamos obras de reestruturação de fornecimento de água, abrimos concurso para novos professores, construímos novas escolas, para citar alguns dos compromissos que apresentamos à população nas eleições e que começamos a cumprir. Em 2016, teremos desafios talvez ainda maiores, já que o cenário econômico nacional aponta para a continuidade da crise. Vamos continuar cortando gastos para manter o investimento nas áreas de promoção de direitos e acesso a serviços que eram negados à população mais carente. Vamos empreender toda a nossa força e criatividade no Executivo para que o Maranhão continue no rumo certo.”

Prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT)
Prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT)

“Essa crise política e econômica que vivenciamos trouxe um impacto negativo para o país inteiro. Governos estaduais e municipais tiveram de reduzir investimentos, alguns na verdade até pararam suas ações e infelizmente a inflação voltou a atormentar o cidadão brasileiro. De positivo, no país, considero o enfrentamento firme da corrupção com as decisões e operações do juiz Sérgio Moro, do Supremo e da Polícia Federal. No Maranhão, a eleição do governador Flávio é, sem dúvida, um fato marcante, com um cenário muito positivo de parcerias institucionais que têm apontado resultados efetivos para o desenvolvimento da nossa capital. Primeiro, uma consciência de todos nós da necessidade de mudança de comportamento e de atitudes. Todos nós, cidadãos, indistintamente, precisamos rever nossos posicionamentos. Não dá para continuar achando que apenas o outro ou só o político precisa mudar. Somos todos nós. Na esfera governamental, creio que as reformas na infraestrutura, a política e a econômica precisam ser implantadas com urgências para o país voltar a avançar positivamente.”

Senador Roberto Rocha (PSB)
Senador Roberto Rocha (PSB)

“O ano de 2015 foi negativo nos resultados, mas positivo nas lições. O país precisa desativar algumas interdições ideológicas que sufocam o espírito empreendedor, engessam a economia e agravam a crise política. Dentre os muitos projetos que apresentei, destaco, por estar centrado exatamente nessa linha conceitual, o da Zona de Exportação de São Luís. Ele pretende justamente liberar as forças empreendedoras do nosso Estado para produzir riqueza, que por sua vez é condição para ampliar os avanços sociais.”

Senador Edson Lobão (PMDB)
Senador Edson Lobão (PMDB)

“Em 2015, o Brasil passou por uma grave crise política e econômica, com fortes consequências na vida da população. O Maranhão, infelizmente, não ficou fora disso. Para o ano que se inicia, precisamos de uma solução para a crise política e, assim, encontraremos uma saída para a crise econômica instalada, com aumento de obras de infraestrutura para avançar na geração de emprego e renda para o trabalhador brasileiro.”

 
Vice-governador Carlos Brandão (PSDB)
Vice-governador Carlos Brandão (PSDB)

“No contexto nacional, destaco o grande debate sobre os modelos políticos a serem adotados nas próximas eleições, em contrapartida ao que existe. Foi igualmente importante a retomada de consciência sobre a corrupção instalada no poder público, com fim exclusivo de financiar campanhas e de enriquecer terceiros. A justiça colaborou sensivelmente para que isso ocorresse, ao tomar a decisão de prender figuras públicas que se julgavam impunes. O cenário econômico é o mais impactante: tivemos que encarar aumento de impostos e do combustível, os juros altos, a inflação. Como consequência, assistimos à redução de obras e a escassez de investimentos das empresas dos setores público e privado, o que gera o desemprego em massa. Esta é uma faceta do Brasil para qual precisamos achar soluções o quanto antes. No Maranhão, da posse de Flávio Dino ao cargo de governador do Estado, nasceu uma nova forma de gestão com a valorização e inclusão do funcionalismo público, transparência dos gastos públicos, combate a corrupção, contenção de despesas desnecessárias que impediam o Estado de promover benefícios para a população.”

Presidente da Caema Davi Telles (PSB)
Presidente da Caema Davi Telles (PSB)

“Foi um ano difícil para o Brasil, sobretudo do ponto de vista institucional. Nosso modelo de democracia representativa deu demonstrações impactantes e definitivas de que precisa, de uma vez por todas, de mudanças. Sem uma reforma política profunda, que acabe com o financiamento privado de campanhas e que fortaleça programaticamente os partidos, teremos o aprofundamento, cada vez mais grave, dessa baderna institucional a que estamos assistindo. Já no Maranhão, começamos a vivenciar a mudança mais importante: aquela que se refere à autoestima dos maranhenses. Está sendo provado que é possível fazer transformações profundas no nosso Estado a partir de vontade política, espírito público, seriedade e bons sentimentos. Nosso futuro é de prosperidade e transformação. No Brasil, precisamos de diálogo maduro, bom senso e coragem.”

Diretor do Procon/MA, Duarte Jr. (PCdoB)
Diretor do Procon/MA, Duarte Jr. (PCdoB)

“Sem dúvida alguma, estamos passando por duas crises, uma política e outra econômica. Desse modo, enquanto não se restabelecer o diálogo entre os agentes políticos, será difícil manter a governabilidade e, consequentemente, sairmos dessa crise econômica. Em 2015, o Governo do Estado economizou mais de R$ 300 milhões em gastos abusivos. Dessa forma, foi possível fazer com que esse dinheiro pudesse ser investido em programas sociais importantes. O esforço agora é exatamente no que se refere ao custeio. Em 2016, vamos continuar atuando para superar o quadro de extrema dificuldade econômica que vive o nosso país para manter o sentido da nossa gestão, qual seja, fazer com que as riquezas do Maranhão sejam capazes de levar benefícios para todos. Por isso, continuaremos a manter medidas restritivas em relação aos gastos, amparados na ética, honestidade e transparência.”

Deputado Estadual Adriano Sarney (PV)
Deputado Estadual Adriano Sarney (PV)

“O governo estadual completou seu primeiro exercício fiscal, e as estatísticas sociais e econômicas não são muito otimistas. Por isto, é necessário analisar os números oficiais da economia do Maranhão e das finanças do governo, afim de não cairmos na armadilha do marketing político. O Maranhão vive um cenário de baixo investimento estatal comprovado, desemprego, fechamento de empresas e queda estimada de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015. Todos esses fatores são relevantes para a composição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). E para piorar, o governo sufoca a iniciativa privada aumentando taxas e impostos, o ICMS é a maior prova disto. O Governo do Maranhão parece não ter uma política econômica definida, não tem lógica, muito menos visão de longo prazo. O Maranhão precisa de um choque de gestão para reduzir despesas do governo, aumentar a eficiência dos serviços públicos e derrubar todas as barreiras que atrapalham o desenvolvimento de uma iniciativa privada forte.”

Deputado federal Weverton Rocha (PDT)
Deputado federal Weverton Rocha (PDT)

“O ano de 2015 para o Brasil foi de muita tensão política, e a Câmara dos Deputados esteve no centro de toda essa movimentação que, ao mesmo tempo, trouxe benefícios para o país, quando fortaleceu o combate à corrupção, mas também foi prejudicial, por causar dos reflexos na gestão e na economia do Brasil. Acredito que o ajuste fiscal é extremamente necessário, assim como a redução dos gastos públicos, e estamos confiantes de que a presidente Dilma e sua equipe econômica adotarão as medidas corretas para recuperar o equilíbrio financeiro do país. É preciso estimular a manutenção das vagas de trabalho e favorecer novos investimentos. De nossa parte e do PDT como um todo, terá o apoio necessário na Câmara Federal para implementar as mudanças que o Brasil precisa. No Maranhão, vivemos um novo momento político, com a implantação de um modo de governar que prioriza os cidadãos e a melhoria da qualidade de vida de todos os maranhenses. As dificuldades financeiras são históricas, mas acredito que o governo Flávio Dino saberá vencê-las para avançar com os programas sociais e os investimentos necessários em 2016.”

Presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho (PDT)
Presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho (PDT)

“Nosso estado inaugurou um novo período em 2015. O governador Flávio Dino implantou um modo novo de governar, a despeito das gigantescas dificuldades que enfrenta, estadual e nacionalmente. É preciso enumerar que estes avanços, contaram com o apoio decisivo da Assembleia Legislativa, com aprovação quase unânime de toda a Casa, das diversas iniciativas de caráter social e de reorganização do estado tomadas pelo governo. Projetos fundamentais passaram pelo crivo do Poder Legislativo. Mais importante ainda é o modo de governar. Sem barganhas, sem chantagens e sem perseguições. E com muita coerência e transparência. Na questão política, vimos o papel protagonista do governador ao comandar a cadeia da legalidade que impede qualquer quebrada institucionalidade no país. A Assembleia Legislativa se constituiu num polo aglutinador deste sentimento de mudança com uma nova política de convivência, respeito entre os pares e às divergências e, acima de tudo, preservação do papel constitucional de cada deputado estadual, independente de sua posição política.”

Presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, Cleones Cunha
Presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, Cleones Cunha

“Toda a situação política e econômica que o Brasil enfrentou em 2015 faz de 2016 um ano difícil, mas de recomeço e reorganização. Acredito que este novo ano exigirá dos administradores nas diversas esferas de poder, gestões pautadas na rígida contenção de custos, com um desafio diário de responder às expectativas e demandas da população com poucos recursos. Para nós, o ponto de partida é o diálogo, o debate das questões urgentes, visando encontrar soluções para os problemas mais angustiantes. Nossos planos, mesmo que nesse cenário, é fortalecer a Justiça de 1º Grau, onde o cidadão é recebido inicialmente ao procurar os seus direitos.”

Arcebispo de São Luís, Dom Frei José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís, Dom Frei José Belisário da Silva

“O ano de 2015, tanto no que se refere à política, quanto no que se refere à economia, é um ano para não se desejar que se repita. Depois de uma campanha eleitoral de baixíssima qualidade na qual os dois candidatos principais se xingavam em público, Dilma deu início ao seu segundo mandato com a popularidade decrescente e com um ministério que bem podia ter sido o ministério do candidato derrotado. Durante todo o ano, a Câmara dos Deputados seguiu uma agenda conservadora. Como exemplo, a aprovação da redução da maioridade penal, sob o argumento de que o encarceramento é o caminho mais adequado para punir adolescentes em conflito com a lei. No Maranhão, vivemos um ano bonançoso. O novo governo estadual parece ter transmitido aos maranhenses uma réstia de esperança. Instruídos por decepções passadas, essa esperança é, porém, condicionada. Pessoalmente, prefiro repetir com Severino, o retirante da Vida e Morte Severina de João Cabral de Melo Neto: ‘Nunca esperei muita coisa, digo às vossas Senhorias’.”

Presidente eleito OAB/MA, Thiago Diaz
Presidente eleito OAB/MA, Thiago Diaz

“Sem dúvida que se vivencia um ambiente de grave crise política, social e econômica hoje. Crises essas que afetam diretamente a situação econômica de todos os estados; diante disso é preciso não esmorecer e buscar de forma incessante recolocar o país no caminho do crescimento. É necessário e urgente superar essa grave crise ética, da qual o Poder Público em todas suas esferas parece padecer. O momento é de determinação e firmeza, sem, contudo, relativização no respeito e preservação da Constituição da República e da Democracia. Todo cidadão tem a obrigação de contribuir para melhorar seu país, seu estado. Isso é possível por meio de uma participação, atenta, ativa e fiscalizadora das pessoas perante as instituições. Nesse prisma, a Ordem dos Advogados do Brasil assume papel estratégico na superação desse cenário garantindo a segurança jurídica e promovendo o diálogo com entes públicos na busca por soluções para a crise. Um dos pontapés iniciais é a necessidade premente de se aprovar uma reforma política séria e moralizadora.”

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